Questões Sobre História da Educação Brasileira - Pedagogia - concurso

Para a compreensão das tendências pedagógicas e dos seus ideários, faz-se necessário contextualizá-las, ou seja, situá-las historicamente. Na história da educação brasileira, o movimento denominado Escola Nova marcou seu tempo, sendo reflexo de um liberalismo político e econômico.

Segundo o ideário da Escola Nova, afirma-se que:

• A) apresentou os conteúdos numa perspectiva crítica.
• B) apontou o papel da escola como reprodutora do sistema econômico.
• C) adaptou o nível do ensino na escola pública para se dizer democrática, procurando garantir educação para todos.
• D) buscou romper os laços com a escola tradicional para contribuir com a industrialização no início do século XX.
• E) contribuiu para a elitização do ensino com o discurso de "escola de qualidade".

O gabarito correto é D), pois a Escola Nova representou uma ruptura com os métodos tradicionais de ensino, alinhando-se às demandas de modernização e industrialização da sociedade brasileira no início do século XX.

Julgue o item subsequente com relação aos fundamentos históricos e sociológicos da educação.

Durante o Estado Novo, houve a superação do dualismo entre o ensino secundário para as elites e o profissionalizante para as classes populares.

• C) CERTO
• E) ERRADO

O gabarito correto é E) ERRADO.

Julgue o item subsequente com relação aos fundamentos históricos e sociológicos da educação.

A educação jesuítica utilizou a educação popular para cristianizar a população e consolidar o domínio de Portugal.

• C) CERTO
• E) ERRADO

O gabarito correto é C.

O item em questão aborda um momento crucial da história da educação no Brasil, relacionando a República Nova ao lançamento do Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova. Para avaliar sua veracidade, é necessário contextualizar tanto o período histórico quanto o impacto desse documento.

A República Nova, instaurada após a Revolução de 1930 e marcada pelo governo de Getúlio Vargas, representou um período de transformações sociais e políticas no país. Foi nesse contexto que, em 1932, um grupo de intelectuais e educadores, liderados por figuras como Anísio Teixeira e Fernando de Azevedo, publicou o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova. Esse documento defendia a democratização do ensino, a laicidade, a gratuidade e a obrigatoriedade da educação, além de criticar o modelo elitista vigente.

O manifesto é considerado um marco na história da educação brasileira, pois influenciou políticas públicas e debates educacionais nas décadas seguintes. Portanto, a afirmação de que a República Nova foi marcada pelo lançamento desse documento está correta, já que ele sintetizou as aspirações de renovação pedagógica e justiça social características da época.

Assim, o gabarito C) CERTO é o adequado, pois o Manifesto dos Pioneiros foi, de fato, um símbolo educacional desse período histórico.

O século XVIII é político-pedagógico por excelência. É nesse século que se realiza a passagem do controle da Educação da Igreja para o Estado. Dentre os grandes pensadores da época, chamados "iluministas" ou "ilustrados", que lutavam em defesa da racionalidade, das liberdades individuais e contra o desmedido poder da Igreja e dos governantes, podem-se citar Rousseau, Kant e os pedagogos Pestalozzi, Herbart e Froebel.

De acordo com Gadotti, o iluminismo educacional representou o fundamento da pedagogia burguesa que, ainda nos dias atuais, insiste predominantemente na:

• A) transmissão de conteúdos e na formação social individualista;
• B) educação integral e na formação social do trabalhador;
• C) transformação da razão social em força social e na autonomia pedagógica;
• D) auto-educação e no trabalho coletivo;
• E) pedagogia do diálogo e na formação social coletiva.

O gabarito correto é A).

Com referência aos princípios que sustentam a educação comparada, é correto afirmar que a história da educação e a educação comparada possuem relações estreitas e compartilham aspectos metodológicos comuns. A afirmação apresentada no item é, portanto, verdadeira, conforme indicado pelo gabarito (C) CERTO.

A educação comparada, como campo de estudo, busca analisar sistemas educacionais em diferentes contextos históricos, culturais e sociais, o que naturalmente a aproxima da história da educação. Ambas as disciplinas utilizam métodos de pesquisa que envolvem a análise crítica de fontes documentais, a contextualização de fenômenos educacionais e a interpretação de tendências ao longo do tempo.

Além disso, a história da educação fornece subsídios para compreender como os sistemas educacionais se desenvolveram em diferentes sociedades, enquanto a educação comparada utiliza esse conhecimento para estabelecer paralelos e contrastes entre eles. Essa interdependência reforça a ideia de que as duas áreas não apenas se relacionam, mas também se complementam metodologicamente.

Portanto, a afirmação de que existem estreitas relações entre a história da educação e a educação comparada, inclusive no que diz respeito aos métodos utilizados, está correta.

O texto apresentado aborda as reformas educacionais implementadas durante o Estado Novo (1937-1945), sob a liderança do ministro Gustavo Capanema, que resultaram nas Leis Orgânicas de Ensino, promulgadas entre 1942 e 1946. Essas reformas tiveram um impacto significativo na estruturação do sistema educacional brasileiro, mas é importante analisar com precisão suas disposições.

Em relação ao item julgado, que afirma que "A Lei Orgânica regulamentou o curso normal superior que se propunha à formação de professores do ensino primário", o gabarito indica que a afirmação está errada (E). Isso porque as Leis Orgânicas do Ensino, de fato, reorganizaram o ensino no Brasil, porém o curso normal superior não era voltado especificamente para a formação de professores do ensino primário. Na verdade, as Leis Orgânicas estabeleceram o curso normal como formação de nível médio para professores primários, enquanto o ensino superior destinava-se a outras áreas de especialização.

Portanto, a afirmação contém uma imprecisão histórica, já que a formação de professores primários estava vinculada ao curso normal de nível médio, e não ao ensino superior. As reformas de Capanema buscaram profissionalizar o magistério, mas dentro da estrutura hierárquica que distinguia claramente a formação para o ensino primário daquela destinada ao ensino secundário e superior.

O texto apresentado aborda o contexto educacional durante o Estado Novo (1937-1945), destacando as reformas promovidas pelo ministro Gustavo Capanema por meio das Leis Orgânicas de Ensino. No entanto, a afirmação de que as escolas oficiais acompanharam o ritmo de industrialização e desenvolvimento tecnológico do período está incorreta.

Durante o Estado Novo, o Brasil de fato passou por um processo de industrialização, impulsionado pela política desenvolvimentista de Vargas. Contudo, o sistema educacional não refletiu esse avanço tecnológico de forma significativa. As reformas de Capanema tinham um caráter mais centralizador e ideológico, com foco na formação moral e cívica dos estudantes, alinhada aos interesses do regime, em vez de priorizar a modernização pedagógica ou a qualificação técnica em sintonia com as demandas industriais.

Portanto, a alternativa correta é E) ERRADO, pois não houve uma correspondência direta entre o crescimento industrial e a modernização das escolas públicas naquele período. A educação básica manteve um caráter mais tradicional, com ênfase na disciplina e nos valores nacionalistas, enquanto a formação profissional ficou restrita a iniciativas pontuais, sem uma integração efetiva com o sistema educacional regular.

Na vigência do Estado Novo (1937-1945), período marcado pela ditadura de Getúlio Vargas, o Ministro da Educação Gustavo Capanema promoveu uma série de reformas educacionais. Essas mudanças foram formalizadas por meio de decretos-leis assinados entre 1942 e 1946, conhecidos como Leis Orgânicas do Ensino. O objetivo era reorganizar a estrutura educacional brasileira, abrangendo desde o ensino primário até o superior.

De acordo com o texto de Maria Lúcia Aranha em História da Educação, muitas análises históricas apontam que a reforma do ensino secundário, em particular, não representou uma ruptura com o modelo tradicional. Pelo contrário, acentuou características já consolidadas, como o caráter elitista e propedêutico, voltado principalmente para a preparação de uma pequena parcela da população para o ensino superior.

Portanto, a afirmação de que "a lei do ensino secundário nada mais fez do que acentuar a velha tradição do ensino secundário" está correta (C). As Leis Orgânicas do Ensino, apesar de modernizarem aspectos administrativos e curriculares, mantiveram a estrutura excludente e pouco democrática que já caracterizava a educação brasileira.

Na vigência do Estado Novo (1937-1945), durante a ditadura de Getúlio Vargas, o Ministro da Educação Gustavo Capanema promoveu uma série de reformas educacionais que ficaram conhecidas como Leis Orgânicas do Ensino. Essas reformas, regulamentadas por decretos-leis entre 1942 e 1946, tiveram grande impacto na estrutura do sistema educacional brasileiro, especialmente no ensino secundário.

Contrariamente ao que afirma o item em questão, a reforma Capanema não estabeleceu um curso secundário com apenas três anos de duração. Na realidade, a reforma dividiu o ensino secundário em dois ciclos: o primeiro ciclo (ginásio) com quatro anos de duração e o segundo ciclo (colegial) com três anos, totalizando sete anos de estudo. Além disso, o segundo ciclo foi organizado em três modalidades: o clássico, o científico e, posteriormente, o normal, destinado à formação de professores primários.

Portanto, a afirmação de que o curso secundário passou a ter apenas três anos de duração está incorreta, assim como a omissão do ginásio como parte integrante da estrutura. O gabarito E) ERRADO está correto, pois a reforma Capanema estabeleceu uma estrutura mais complexa e prolongada do que a descrita no item.