Ao deparar-me com o vendaval poético das crianças de 1o grau, na época em que servi de animadora dos Ateliês de Literatura no Colégio Internacional de Curitiba, fiquei entre espantada e admirada com a porosidade infantil diante do universo das palavras e do contato com o universo em geral. Não houve nenhum “abracadabra” mágico que servisse para provocar a expressão poética infantil. Se tive alguma contribuição nesta vivência, foi a de percebê-las curiosas, criado- ras, articuladoras e poetas. O privilégio de poder sintonizar-me poeticamente com as crianças e poder fruir momentos inesquecíveis de criação, percepção e descoberta no campo da poesia devo, sem dúvida alguma, à educação poética recebida nos primeiros anos de vida, no ambiente familiar.Na sala de aula, tudo era motivo para o acontecimento poético surpreender-me: “(…) cai uma folha; algo passa voando / o que olham os olhos criado seja / e a alma do ouvinte tremendo esteja (…)”. A voz do poeta [Vicente Huidobro] parecia constatar comigo a atmosfera de criação e fruição poética em sala de aula. E, para que isso aconteça, apenas é necessário permitir que criança e palavra re-unam-se, na sala de aula, como era uma vez. E que o professor, mediador desse encontro, seja capaz de rememorar sua própria infância, que não é tão diferente da infância de poetas e escritores. O fascínio pelas palavras afeta indistintamente a todos os seres humanos.O espaço para o exercício lúdico prestava-se para a intervenção espontânea e imprevisível dos alunos. Numa oportunidade, diante do poema de Sidônio Muralha – “Quando um tatu / encontra outro tatu / tratam-se por tu…” –, um dos alunos recriou: “Quando um boi encontra outro boi, tratam-se por ‘oi’”.(Glória Kirinus. Criança e poesia na Pedagogia Freinet. Adaptado)14. No texto, é exemplo de linguagem figurada a expressão destacada em:
Ao deparar-me com o vendaval poético das crianças de 1o grau, na época em que servi de animadora dos Ateliês de Literatura no Colégio Internacional de Curitiba, fiquei entre espantada e admirada com a porosidade infantil diante do universo das palavras e do contato com o universo em geral. Não houve nenhum “abracadabra” mágico que servisse para provocar a expressão poética infantil. Se tive alguma contribuição nesta vivência, foi a de percebê-las curiosas, criado- ras, articuladoras e poetas. O privilégio de poder sintonizar-me poeticamente com as crianças e poder fruir momentos inesquecíveis de criação, percepção e descoberta no campo da poesia devo, sem dúvida alguma, à educação poética recebida nos primeiros anos de vida, no ambiente familiar.
- A)Ao deparar-me com o vendaval poético das crianças de 1o grau...
- B)Se tive alguma contribuição nesta vivência, foi a de percebê-las curiosas...
- C)... à educação poética recebida nos primeiros anos de vida, no ambiente familiar.
- D)Na sala de aula, tudo era motivo para o acontecimento poético surpreender-me...
- E)O fascínio pelas palavras afeta indistintamente a todos os seres humanos.
Resposta:
A alternativa correta é A)
O texto relata a experiência da autora como animadora de Ateliês de Literatura em um colégio, destacando a relação das crianças com a poesia. A expressão "vendaval poético" é um exemplo claro de linguagem figurada, pois utiliza uma metáfora para descrever a intensidade e a força criativa das crianças ao se expressarem poeticamente. Essa escolha linguística evidencia a riqueza do imaginário infantil e a capacidade de transformar o cotidiano em arte.
As demais alternativas apresentam linguagem mais direta e denotativa, sem o uso de figuras de linguagem marcantes como a metáfora presente na opção A. A autora reforça, ao longo do texto, a importância de permitir que a criança explore livremente as palavras, resgatando a magia da infância e a universalidade do encantamento pela linguagem.
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