Nóvoa (1992) refere-se a importantes contribuições da investigação educacional, nas últimas décadas, que demonstraram a impossibilidade de se isolar a ação pedagógica dos universos sociais que a envolvem. Citando estudos de 1988, realizados por Vala, Monteiro e Lima, argumenta que, em diferentes abordagens, as organizações escolares já foram vistas como máquinas, como organismos e como cérebros e ressalta que a atual tendência é entendê-las como
Nóvoa (1992) refere-se a importantes contribuições da investigação educacional, nas últimas décadas, que demonstraram a impossibilidade de se isolar a ação pedagógica dos universos sociais que a envolvem. Citando estudos de 1988, realizados por Vala, Monteiro e Lima, argumenta que, em diferentes abordagens, as organizações escolares já foram vistas como máquinas, como organismos e como cérebros e ressalta que a atual tendência é entendê-las como
- A)fábricas.
- B)espelhos.
- C)sementeiras.
- D)culturas.
- E)estruturas.
Resposta:
A alternativa correta é D)
No ensaio a seguir, discutiremos as contribuições da investigação educacional, conforme destacado por Nóvoa (1992), e a evolução das perspectivas sobre as organizações escolares.
Nas últimas décadas, a pesquisa educacional tem demonstrado que a ação pedagógica não pode ser dissociada dos contextos sociais que a cercam. Essa visão integradora refuta a ideia de que a escola funciona de forma isolada, destacando sua relação dinâmica com a sociedade. Nóvoa (1992) reforça esse argumento ao citar estudos de Vala, Monteiro e Lima (1988), que analisaram as organizações escolares sob diferentes prismas.
Historicamente, as escolas foram interpretadas por meio de diversas metáforas. Inicialmente, eram vistas como máquinas, sistemas mecânicos com funções predeterminadas e hierarquias rígidas. Posteriormente, passaram a ser compreendidas como organismos, enfatizando sua natureza viva e adaptativa. Outra analogia recorrente foi a de cérebros, que destacava a capacidade de processamento de informações e tomada de decisões complexas.
No entanto, a tendência atual, conforme apontado por Nóvoa (1992), é interpretar as organizações escolares como culturas (alternativa D). Essa perspectiva reconhece a escola como um espaço de significados compartilhados, valores, símbolos e práticas construídos coletivamente. Ao entendê-la como cultura, enfatiza-se a dimensão simbólica e identitária, onde os processos educacionais são moldados por interações sociais e contextos históricos.
Essa abordagem cultural permite uma análise mais profunda dos fenômenos educativos, considerando não apenas estruturas formais, mas também as dinâmicas cotidianas, as relações de poder e os saberes que circulam no ambiente escolar. Dessa forma, a escola deixa de ser um simples aparato funcional e passa a ser vista como um campo de produção e reprodução de significados, em constante diálogo com a sociedade.
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