O território não é apenas o conjunto dos sistemas naturais e de sistemas de coisas superpostas. O território tem que ser entendido como o território usado, não o território em si. O território usado é o chão mais a identidade. A identidade é o sentimento de pertencer àquilo que nos pertence. O território é o fundamento do trabalho, o lugar da residência, das trocas materiais, culturais, espirituais e do exercício da vida. O território em si não é uma categoria de análise em disciplinas históricas, como a geografia. É o território usado que é uma categoria de análise. Milton Santos. O dinheiro e o território. In: Geographia, Universidade de São Paulo, ano 1, n.º 1, 1999, p. 8 (com adaptações). No ensino da geografia, é necessário, para o entendimento do território como referido por Milton Santos, tratar
O território não é apenas o conjunto dos sistemas naturais
e de sistemas de coisas superpostas. O território tem que ser
entendido como o território usado, não o território em si. O
território usado é o chão mais a identidade. A identidade é o
sentimento de pertencer àquilo que nos pertence. O território é o
fundamento do trabalho, o lugar da residência, das trocas materiais,
culturais, espirituais e do exercício da vida. O território em si não
é uma categoria de análise em disciplinas históricas, como a
geografia. É o território usado que é uma categoria de análise.
Milton Santos. O dinheiro e o território. In: Geographia,
Universidade de São Paulo, ano 1, n.º 1, 1999, p. 8 (com adaptações).
No ensino da geografia, é necessário, para o entendimento
do território como referido por Milton Santos, tratar
- A)o território como espaço desvinculado da percepção de pertencimento a uma territorialidade cultural.
- B)o território usado, a identidade e o exercício do que envolve a vida.
- C)o território em si, como instrumento de domínio cultural e identitário.
- D)a identidade como território usado e fundamento do trabalho.
- E)a territorialidade como necessidade de superposição material.
Resposta:
A alternativa correta é B)
O território, conforme abordado por Milton Santos, transcende a mera dimensão física ou geográfica. Ele não se resume a um conjunto de sistemas naturais ou artificiais, mas deve ser compreendido como um espaço dinâmico, moldado pelo uso e pela identidade. Essa perspectiva redefine o ensino da geografia, que precisa ir além da análise do território em si para abranger as relações humanas que o transformam em algo vivo e significativo.
A abordagem correta, conforme indicada na alternativa B, enfatiza o "território usado", a identidade e as práticas cotidianas que o constituem. Essa visão reconhece que o território é mais do que um simples palco para a vida; ele é o próprio fundamento do trabalho, das trocas materiais e simbólicas, e do exercício da existência. A identidade, como sentimento de pertencimento, é parte indissociável desse processo, pois é através dela que os indivíduos se reconhecem no espaço que ocupam e transformam.
As demais alternativas falham em captar a essência da proposta de Milton Santos. A opção A ignora a relação entre território e identidade, enquanto a C reduz o território a um instrumento de domínio, desconsiderando seu caráter dinâmico e relacional. A alternativa D, embora mencione elementos importantes, inverte a lógica ao tratar a identidade como território usado, e a E simplifica a territorialidade como mera superposição material, negligenciando suas dimensões culturais e subjetivas.
Portanto, o ensino da geografia deve priorizar a compreensão do território como uma construção social, onde o uso, a identidade e as relações humanas são centrais. Essa abordagem permite uma análise mais crítica e engajada, alinhada com a visão de Milton Santos sobre o espaço geográfico como produto e condição da vida em sociedade.

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