Questões Sobre Teorias e Práticas para o Ensino de Ciências - Pedagogia - concurso

O texto apresentado discute as limitações de abordagens pedagógicas que priorizam exclusivamente o conteúdo ou o desenvolvimento psicológico do aluno, destacando a necessidade de equilíbrio entre conhecimento científico e competência didática no ensino. A visão construtivista, conforme mencionado, reforça a importância da formação docente, mas não aborda diretamente a definição de metas específicas por aula como uma competência central.

A afirmação de que "a capacidade de definir metas específicas a serem atingidas em cada aula é uma competência disciplinar importante para professores de biologia" não encontra respaldo direto no excerto. O texto enfatiza o conhecimento científico e a habilidade didática de forma ampla, sem mencionar o planejamento de metas aula a aula como um elemento-chave. Portanto, a resposta correta é E) ERRADO, pois o trecho não sustenta essa afirmação como uma competência disciplinar essencial.

O Ministério da Educação, em seu compromisso com a inclusão e acessibilidade, estabeleceu a padronização dos caracteres braille para a química em todo o território nacional. Essa iniciativa visa garantir que estudantes cegos tenham pleno acesso ao conhecimento científico, especialmente no que diz respeito à representação de fórmulas e conceitos químicos. A Grafia Química Braille para Uso no Brasil segue regras específicas para assegurar clareza e precisão na comunicação dessas informações.

Um dos aspectos fundamentais dessa padronização é a translineação de fórmulas químicas. De acordo com as normas estabelecidas, a quebra de linha em uma fórmula braille deve ocorrer após uma ligação química, como no exemplo apresentado (H₃C–CH₂–CH₂– / –CH₃). Além disso, é necessário repetir os símbolos na linha seguinte para manter a integridade e a compreensão da estrutura química representada.

Portanto, a afirmação de que "a translineação de uma fórmula química na grafia braille é feita após uma ligação química, tornando-se necessário repetir os símbolos na continuidade da representação" está correta (alternativa C). Esse cuidado na representação braille é essencial para evitar ambiguidades e garantir que as informações químicas sejam transmitidas com exatidão, contribuindo para a efetiva aprendizagem dos estudantes cegos.

O texto apresentado aborda a importância da unificação dos caracteres braille no ensino da química para pessoas cegas no Brasil, destacando o compromisso do Ministério da Educação em garantir acessibilidade aos conteúdos específicos da área. Dentro desse contexto, é proposta uma questão sobre a Grafia Química Braille, mais especificamente sobre o corte de equações químicas.

O item em análise afirma que o corte de equações químicas deve ser feito antes ou depois de símbolos operatórios, símbolos de relações numéricas ou setas, sendo necessária a repetição desses símbolos na linha seguinte. Como exemplo, é apresentada a equação:

2C(grafite) + 2O₂(g) →

→ 2CO₂(g)

No entanto, o gabarito indica que a afirmação está errada (E). Isso sugere que a regra de corte e repetição de símbolos em equações químicas no braille não segue exatamente o que foi descrito no item. A norma correta pode exigir um tratamento diferente para esses símbolos, como evitar a repetição ou adotar outro critério para o corte das equações.

Portanto, conclui-se que a afirmação apresentada não está de acordo com as regras estabelecidas pela Grafia Química Braille para Uso no Brasil, justificando a marcação da alternativa E) ERRADO como resposta correta.

A importância do domínio científico e da habilidade didática para uma educação científica de qualidade está diretamente relacionada à necessidade de não apenas transmitir conhecimentos, mas também de promover uma compreensão crítica sobre como a ciência é construída e seu impacto na sociedade. A inclusão de uma abordagem crítica no ensino de biologia busca humanizar as ciências, conectando-as a questões éticas, culturais e políticas, além de estimular o pensamento crítico e a reflexão sobre os desafios históricos do conhecimento científico.

Entre as alternativas apresentadas, a opção que NÃO corresponde a uma contribuição da educação científica crítica é a letra A), que propõe divulgar o cientista como "pai" de uma área do conhecimento, despertando o interesse dos alunos pela carreira científica. Essa visão romantizada e individualista da ciência pode reforçar estereótipos e desconsiderar o caráter coletivo e social da produção científica, além de não necessariamente promover uma compreensão crítica sobre a natureza da ciência.

As demais alternativas (B, C e D) representam contribuições válidas da educação científica crítica, pois incentivam uma visão mais ampla e contextualizada da ciência, estimulam o debate e a reflexão, e destacam os desafios e contradições inerentes ao processo de construção do conhecimento.

As legislações que abordam o ensino de ciências e biologia enfatizam a importância de uma educação baseada em aprendizagens significativas. Dentro desse contexto, conceitos como letramento científico, aprendizagem significativa, contextualização e transposição didática são fundamentais nos documentos oficiais. A análise das afirmativas apresentadas permite compreender melhor esses conceitos e sua aplicação no ensino.

A afirmativa I está correta, pois define adequadamente a transposição didática como o processo de transformação de um objeto de saber em um objeto de ensino, conforme proposto por Yves Chevallard. Esse conceito é essencial para adaptar o conhecimento científico ao contexto educacional.

A afirmativa II também está correta, já que a contextualização no ensino de biologia envolve considerar as vivências e conhecimentos prévios dos alunos, facilitando a compreensão dos fenômenos biológicos e tornando o aprendizado mais relevante.

A afirmativa III está correta ao descrever o letramento científico como a capacidade de interpretar e intervir no mundo natural, social e tecnológico com base nos conhecimentos científicos. Esse conceito vai além da simples memorização de fatos, envolvendo uma aplicação crítica e transformadora.

Já a afirmativa IV está incorreta, pois confunde aprendizagem significativa com aspectos mais específicos do letramento científico. A aprendizagem significativa, na visão de David Ausubel, refere-se à conexão entre novos conhecimentos e estruturas cognitivas pré-existentes, e não apenas à aquisição de vocabulário ou compreensão do método científico.

Portanto, as afirmativas corretas são I, II e III, correspondendo à alternativa B.

O ensino de ciências, conforme orientado pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), deve ser dinâmico, investigativo e contextualizado, promovendo a construção do conhecimento de forma ativa e significativa. Entre as estratégias apresentadas, a alternativa B) destoa por limitar o saber à única fonte do conhecimento científico, contrariando a proposta dos PCNs, que valorizam a pluralidade de saberes e a interdisciplinaridade.

As demais alternativas estão alinhadas com as recomendações pedagógicas contemporâneas. A metodologia da pesquisa científica (A) estimula a curiosidade e o pensamento crítico, enquanto visitas a espaços educativos (C) contextualizam o aprendizado. Experimentos e maquetes (D) concretizam conceitos abstratos, e jogos lúdicos (E) facilitam a assimilação ao associar conteúdo ao prazer. A exclusão da alternativa B) reforça que a ciência dialoga com outras formas de conhecimento, sendo esta visão reducionista incompatível com uma educação científica crítica e inclusiva.

O ensino de física, conforme apontado no texto, ainda enfrenta desafios significativos em sua abordagem pedagógica. A ênfase excessiva em conteúdos teóricos e aulas expositivas, sem conexão com a realidade dos estudantes, limita o desenvolvimento de habilidades práticas e a compreensão dos fenômenos físicos. Essa metodologia tradicional acaba por reduzir o papel do aluno a um agente passivo, focado principalmente em cálculos matemáticos, em vez de estimular a interpretação e a aplicação do conhecimento no cotidiano.

A alternativa correta, conforme o gabarito, é a letra E, que destaca a carência de espaços para reflexão sobre problemas naturais e fenômenos físicos no ambiente escolar. Essa crítica reforça a necessidade de um ensino mais contextualizado, que permita aos alunos não apenas absorver informações, mas também questionar, experimentar e relacionar a física com o mundo ao seu redor.

As demais alternativas apresentam distorções em relação ao texto original. A letra A menciona a LDB de forma imprecisa, enquanto a B reduz a aprendizagem à retenção de conteúdos, ignorando a importância das experiências. A letra C contraria o texto ao sugerir que os livros didáticos já priorizam a realidade do estudante, e a D propõe uma substituição inadequada entre competências e conteudismo, desconsiderando o equilíbrio necessário entre ambos.

Fonte: www.univates.br (com adaptações)

O ensino de biologia, conforme abordado nos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (PCNEM), deve ir além da simples transmissão de conhecimentos científicos. Ele deve capacitar o aluno a interpretar processos, fatos e fenômenos biológicos de maneira crítica, permitindo-lhe tomar decisões fundamentadas sobre questões relacionadas à disciplina. Essa perspectiva está alinhada com a alternativa C), que destaca a importância de desenvolver no educando uma visão crítica e autônoma, capaz de intervir na realidade com base no conhecimento científico.

Os PCNEM enfatizam que o ensino de biologia não deve se limitar à memorização de conceitos ou à apresentação de verdades absolutas, como sugerido na alternativa A). Pelo contrário, ele deve promover a reflexão sobre os limites e as possibilidades da ciência, incentivando o aluno a questionar e analisar criticamente as informações. Além disso, a alternativa B), apesar de mencionar a instrumentalização de fatos e fenômenos, não aborda a dimensão crítica e decisória que os PCNEM consideram essencial.

A alternativa D) apresenta uma visão parcialmente correta, ao destacar a formação cidadã, mas falha ao sugerir que o ensino de biologia não deve se comprometer com a complexidade do mundo contemporâneo. Na verdade, os PCNEM defendem justamente o oposto: o ensino deve preparar o aluno para lidar com desafios reais, utilizando o conhecimento biológico como ferramenta de intervenção. Por fim, a alternativa E) incorre em um equívoco ao afirmar que a biologia é desconsiderada como instrumento orientador de decisões, o que contradiz diretamente os princípios dos PCNEM.

Portanto, a alternativa C) é a que melhor representa os preceitos dos PCNEM, pois sintetiza a proposta de um ensino que alia compreensão científica, pensamento crítico e capacidade de intervenção na realidade, elementos fundamentais para a formação integral do aluno.

De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), a Biologia tem como objeto de estudo o fenômeno da vida em toda a sua complexidade e diversidade. Esse fenômeno abrange processos organizados e integrados, que se manifestam em diferentes formas de vida, sujeitas a transformações ao longo do tempo e do espaço. Além disso, a vida não apenas sofre influências do ambiente, mas também o modifica, estabelecendo uma relação dinâmica e interdependente.

Considerando esse contexto, é fundamental refletir sobre as competências e habilidades necessárias para o ensino da Biologia. A alternativa correta, conforme o gabarito, é a letra D, que afirma: "A biologia julga ações de intervenção, identificando aquelas que visam à preservação e à implementação da saúde individual, coletiva e do ambiente." Essa afirmação está alinhada com a perspectiva dos PCN, que destacam a importância de uma abordagem crítica e contextualizada da Biologia, capaz de avaliar impactos ambientais e promover ações sustentáveis em prol da saúde humana e dos ecossistemas.

As demais alternativas apresentam equívocos conceituais. A alternativa A desconsidera a influência de fatores políticos, culturais e religiosos, o que contraria a visão interdisciplinar da Biologia. A alternativa B ignora a dimensão existencial e humana no processo de aprendizagem, enquanto a C subestima a relação entre conhecimentos científicos e saberes tradicionais. Por fim, a alternativa E nega a integração entre diferentes áreas do conhecimento, essencial para a compreensão dos processos biológicos.

Portanto, a resposta correta reforça o papel da Biologia como ciência engajada na promoção do equilíbrio entre sociedade e natureza, incentivando práticas que garantam a sustentabilidade e o bem-estar coletivo.

O Tratado de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis e Responsabilidade Global, estabelecido durante a Rio 92, representa um marco na integração entre educação ambiental e sustentabilidade. Um de seus princípios fundamentais é a análise crítica dos padrões de consumo da sociedade contemporânea, visando identificar suas causas e promover transformações comportamentais.

O tratado reconhece que o consumismo exagerado é um dos grandes desafios ambientais da atualidade, pois está diretamente ligado à exploração desmedida de recursos naturais e à geração de resíduos. Nesse contexto, as diretrizes do documento incentivam justamente o estudo aprofundado das raízes culturais, econômicas e sociais que alimentam hábitos de consumo insustentáveis.

Ao propor essa abordagem educacional, o tratado busca criar condições para que indivíduos e comunidades reflitam sobre seus padrões de consumo e adotem práticas mais conscientes. Essa perspectiva está alinhada com o conceito de sociedades sustentáveis, que pressupõe a harmonização entre desenvolvimento humano e limites ecológicos.

Portanto, a afirmação sobre as diretrizes do tratado está correta, pois a identificação e estudo das causas do consumismo constituem etapa fundamental para a construção de alternativas sustentáveis de produção e consumo, objetivo central da educação ambiental proposta pelo documento.