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Leia o poema a seguir. Óie italiano… cuidado; pra me chama de veiaco, lave a boca marcriado, bote a sua viola no saco. Não fosse eu ta no mercado, Seu dansadô de macaco… Quem te vale é esse sordado, seu catinga de sovaco! (Cornélio Pires. Musa caipira (1910). In: Elias Thomé Saliba. Raízes do riso. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. p. 181) Este poema, escrito em linguagem coloquial, pode ser utilizado em sala de aula para trabalhar conteúdos relacionados

Leia o poema a seguir.

Óie italiano… cuidado;
pra me chama de veiaco,
lave a boca marcriado,
bote a sua viola no saco.

Não fosse eu ta no mercado,
Seu dansadô de macaco…
Quem te vale é esse sordado,
seu catinga de sovaco!

(Cornélio Pires. Musa caipira (1910). In: Elias Thomé Saliba. Raízes do riso. São Paulo: Companhia das Letras, 2002. p. 181)

Este poema, escrito em linguagem coloquial, pode ser utilizado em sala de aula para trabalhar conteúdos relacionados




Resposta:

A alternativa correta é B)

O poema de Cornélio Pires, escrito em linguagem coloquial e carregado de expressões típicas do falar caipira, oferece uma oportunidade valiosa para discutir aspectos históricos e sociais do Brasil, especialmente no final do século XIX. A obra reflete um momento de transformação no país, marcado pela transição do trabalho escravo para o trabalho livre e pelo aumento da demanda por mão de obra imigrante.

A alternativa correta, B, aponta para o contexto de expansão econômica brasileira nesse período, impulsionada pela crescente demanda internacional por produtos primários. Esse cenário exigia um maior contingente de trabalhadores, o que levou ao incentivo à imigração, principalmente de europeus, para substituir a mão de obra escrava em decadência.

O poema, ao fazer referência a um "italiano" e utilizar termos depreciativos como "veiaco" e "marcriado", revela as tensões e preconceitos presentes no encontro entre a cultura caipira e os imigrantes europeus. Esses conflitos culturais eram parte do processo de adaptação dos novos trabalhadores às realidades do campo brasileiro.

A linguagem coloquial do texto, com seus termos regionais e expressões populares, serve como documento histórico que permite analisar não apenas as relações de trabalho, mas também as dinâmicas sociais e culturais do período. A obra de Cornélio Pires, portanto, vai além do valor literário, transformando-se em fonte para compreender as transformações econômicas e sociais do Brasil no final do século XIX e início do XX.

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