Questões Sobre Teorias e Práticas para o Ensino de História - Pedagogia - concurso

O texto apresentado ilustra claramente como as dinâmicas econômicas globais impactam os espaços nacionais e regionais, evidenciando a opção D) como a resposta correta. A situação descrita em Minas Gerais, onde empresas locais são forçadas a reduzir suas margens de lucro devido à competição internacional, demonstra a influência direta da mundialização da economia sobre as atividades produtivas em escala regional.

O relato do vice-presidente da Abimaq destaca que mesmo setores beneficiados por condições locais favoráveis, como a indústria extrativa mineral, não estão imunes às flutuações e pressões do mercado global. As mineradoras mineiras, apesar de seu porte significativo, precisam se alinhar aos preços internacionais, o que comprova a integração do espaço econômico nacional aos circuitos globais de produção e comércio.

Este caso específico refuta as demais alternativas apresentadas: não se trata de uma questão de oferta de mão de obra (A), nem de uma simples divisão entre países industrializados e não industrializados (B), muito menos de uma primazia da proteção ambiental sobre os interesses econômicos (C). Pelo contrário, o exemplo mostra precisamente como a lógica da economia mundializada redefine as relações espaciais em diferentes escalas, tornando as fronteiras nacionais cada vez mais permeáveis aos fluxos globais de capitais, mercadorias e informações.

Portanto, a alternativa D) é a que melhor capta a essência do fenômeno descrito no texto, confirmando que no atual período histórico, marcado pela globalização, o espaço nacional é profundamente afetado e reconfigurado pelos processos de mundialização da economia.

A respeito das ideias de John H. Falk, referência em estudos sobre o aprendizado de ciência em museus, podemos analisar as afirmativas apresentadas com base em sua perspectiva teórica.

A afirmativa I está correta, pois Falk defende que os museus de ciência são espaços eficazes para a aprendizagem, especialmente para indivíduos com menos formação acadêmica. Esses ambientes oferecem experiências interativas e acessíveis que facilitam a compreensão de conceitos científicos de maneira informal e engajadora.

A afirmativa II também está correta, já que Falk argumenta que a dificuldade em mensurar o aprendizado nesses espaços não significa que ele não ocorra. O problema reside na falta de metodologias adequadas para capturar esse tipo de aprendizagem, que muitas vezes é não formal e acumulativo.

Por outro lado, a afirmativa III está incorreta, pois Falk destaca que o aprendizado em museus possui características únicas, como a liberdade de escolha do visitante, a natureza experiencial e o contexto social diferenciado, o que o distingue de ambientes formais de ensino.

Portanto, a alternativa correta é D) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas, conforme o gabarito indicado.

O trecho citado de Sancho e Hernández destaca a necessidade de os professores repensarem seu papel na educação diante das transformações trazidas pelas tecnologias. Essa reflexão é especialmente relevante no ensino de História, onde as novas ferramentas digitais podem ampliar as possibilidades pedagógicas, desde que integradas de forma crítica e reflexiva.

A alternativa B) é a correta porque aborda justamente essa necessidade de os educadores se adaptarem às mudanças, experimentando novas metodologias e avaliando seus resultados. Isso está em sintonia com a ideia de que a tecnologia por si só não garante uma transformação educativa – é preciso que os professores estejam abertos a redefinir suas práticas.

As outras alternativas apresentam problemas conceituais: a A) limita-se a constatar uma deficiência sem propor caminhos; a C) superestima o papel dominante da tecnologia; a D) subestima o potencial das ferramentas digitais para a construção do conhecimento histórico; e a E) ignora a importância da mediação docente no processo educativo.

Portanto, a resposta B) reflete adequadamente a perspectiva apresentada no texto-base, que enfatiza a importância da postura ativa e reflexiva dos professores na incorporação das tecnologias à educação.

Sobre as fontes históricas no ensino de História, assinale a afirmativa INCORRETA.

• A) Depoimentos e entrevistas constituem fontes históricas importantes, pois a memória das pessoas também contribui para o conhecimento do passado, principalmente quando se trata da história próxima.
• B) As fotografias são importantes fontes históricas, considerando-se que as pessoas fotografadas podem morrer, as coisas fotografadas podem se modificar, mas a fotografia permanece.
• C) Os sons também constituem fontes históricas por contar história de uma época, prova disso é que antigamente os barulhos nas ruas eram diferentes dos atuais.
• D) Os estudos atuais indicam que em relação às fontes históricas há que prevalecer a defesa do uso exclusivo de fontes escritas, pois são realmente palpáveis e, portanto, mais confiáveis.

O gabarito correto é D).

O poema de Cornélio Pires, escrito em linguagem coloquial e carregado de expressões típicas do falar caipira, oferece uma oportunidade valiosa para discutir aspectos históricos e sociais do Brasil, especialmente no final do século XIX. A obra reflete um momento de transformação no país, marcado pela transição do trabalho escravo para o trabalho livre e pelo aumento da demanda por mão de obra imigrante.

A alternativa correta, B, aponta para o contexto de expansão econômica brasileira nesse período, impulsionada pela crescente demanda internacional por produtos primários. Esse cenário exigia um maior contingente de trabalhadores, o que levou ao incentivo à imigração, principalmente de europeus, para substituir a mão de obra escrava em decadência.

O poema, ao fazer referência a um "italiano" e utilizar termos depreciativos como "veiaco" e "marcriado", revela as tensões e preconceitos presentes no encontro entre a cultura caipira e os imigrantes europeus. Esses conflitos culturais eram parte do processo de adaptação dos novos trabalhadores às realidades do campo brasileiro.

A linguagem coloquial do texto, com seus termos regionais e expressões populares, serve como documento histórico que permite analisar não apenas as relações de trabalho, mas também as dinâmicas sociais e culturais do período. A obra de Cornélio Pires, portanto, vai além do valor literário, transformando-se em fonte para compreender as transformações econômicas e sociais do Brasil no final do século XIX e início do XX.

Ao término do ensino básico, espera-se que o estudo da História tenha contribuído para o desenvolvimento de habilidades e competências essenciais nos alunos. Entre as alternativas apresentadas, a opção D) destaca-se como a correta, pois reflete uma compreensão ampla e crítica da disciplina.

A alternativa D) afirma que a História deve ser percebida como resultado da ação humana ao longo do tempo, marcada pela pluralidade de sujeitos e de múltiplas memórias. Essa perspectiva é fundamental, pois reconhece a complexidade dos processos históricos, valorizando a diversidade de experiências e narrativas que os constituem.

As demais alternativas apresentam visões limitadas ou equivocadas sobre o estudo da História:

• A) Reduz o conhecimento histórico a procedimentos mecânicos, como cópia de textos, e a uma abordagem ultrapassada baseada em heróis.
• B) Promove uma visão homogeneizadora da cultura, ignorando sua diversidade e dinamicidade.
• C) Propõe uma consciência histórica desvinculada do tempo e do contexto cultural, o que é contraditório com a própria natureza da disciplina.

Portanto, a alternativa D) representa a abordagem mais adequada, pois enfatiza a importância de compreender a História como um processo dinâmico, construído por diferentes atores sociais e marcado pela multiplicidade de perspectivas.

O uso de evidências históricas em sala de aula deve ser:

• A) igual àquele feito pelo historiador ao realizar seu trabalho de pesquisa acadêmica, servindo de embasamento para a escrita da História.
• B) adotado para aproximar os alunos dos métodos de produção do conhecimento histórico, estimulando a reflexão sobre esse processo.
• C) evitado por ser estranho aos alunos, que não dominam seu contexto de produção ou mesmo a linguagem da época em que foi produzido.
• D) empregado para transformar os alunos em pequenos historiadores, dotados de condições para escrever suas próprias versões da História.

O gabarito correto é B).

O achado arqueológico de Luzia em Lagoa Santa, Minas Gerais, representa um marco fundamental para a compreensão da ocupação humana no território brasileiro. Esse fóssil, um dos mais antigos das Américas, não apenas desafia narrativas tradicionais sobre o povoamento do continente, mas também oferece uma oportunidade pedagógica significativa.

Em sala de aula, o estudo de Luzia e dos demais achados da região permite:

• Questionar visões históricas estabelecidas, demonstrando como novas evidências podem reformular teorias consolidadas
• Promover uma perspectiva decolonial do ensino de História, superando o eurocentrismo que tradicionalmente dominou a disciplina
• Valorizar a diversidade étnica e cultural que compõe a formação da sociedade brasileira
• Estimular o pensamento crítico ao mostrar como o conhecimento histórico está em constante construção

A alternativa correta (C) destaca justamente essa capacidade de romper com paradigmas eurocêntricos e construir com os alunos uma visão mais plural e inclusiva da História. Ao trabalhar com achados como Luzia, o professor pode:

• Contextualizar a presença humana nas Américas antes da chegada dos europeus
• Discutir as diferentes teorias migratórias para o continente americano
• Relacionar o passado distante com a formação da identidade nacional brasileira

Essa abordagem contrasta com visões lineares e simplistas da História, permitindo aos alunos compreender a complexidade dos processos históricos e a riqueza das culturas originárias que contribuíram para a formação do Brasil.

O toque dos sinos em Minas Gerais é um exemplo significativo de como elementos culturais locais podem enriquecer o ensino de História. Reconhecido como patrimônio imaterial pelo IPHAN, essa tradição não apenas preserva a memória coletiva, mas também serve como um recurso pedagógico valioso. Ao trazer para a sala de aula manifestações culturais próximas da realidade dos alunos, o estudo da História ganha sentido e relevância, conectando-se diretamente com a identidade e o cotidiano das comunidades.

A alternativa correta, B), reforça a importância de utilizar esses conhecimentos para conferir significado ao aprendizado histórico. Longe de serem meras curiosidades ou distrações, como sugerem as opções A) e D), tais elementos permitem que os alunos compreendam a dinâmica entre o local e o global, percebendo como suas próprias tradições dialogam com processos históricos mais amplos. Além disso, diferentemente do que propõe a alternativa C), a utilização desses conteúdos exige planejamento cuidadoso, garantindo que sua abordagem seja crítica e contextualizada.

Portanto, a valorização de práticas culturais como o toque dos sinos em Minas Gerais não apenas preserva a diversidade do patrimônio brasileiro, mas também transforma o ensino de História em uma experiência mais significativa e engajadora para os estudantes.

Segundo o Caderno de Orientações Curriculares para o Ensino Fundamental (3° Ano), produzido pela Secretaria de Estado de Educação do Acre, o ensino de História deve priorizar a construção de relações históricas e temporais múltiplas com as crianças. Entre as recomendações apresentadas, a alternativa C) destaca-se como a correta, pois propõe trabalhar com uma questão histórica ampla, capaz de permitir a análise das diversas relações entre grupos humanos e sociedades.

Essa abordagem é fundamental para evitar visões simplistas ou reducionistas da história, como a ordenação linear e evolutiva (alternativa A), a fragmentação temática (alternativa B), a noção de história como mera sucessão de fatos (alternativa D) ou a escolha arbitrária de temas (alternativa E).

O ensino de História, portanto, deve ser estruturado de forma a promover uma compreensão crítica e interconectada dos processos históricos, permitindo que os alunos reconheçam as complexidades e as múltiplas perspectivas que caracterizam as sociedades ao longo do tempo.