Questões Sobre Teorias e Práticas para o Ensino de Língua Portuguesa - Pedagogia - concurso

O ensino da gramática segundo o CBC: uma análise das afirmações

A proposta do Conteúdo Básico Comum (CBC) traz uma visão renovada sobre o ensino da gramática, incentivando uma abordagem que vá além da simples memorização de regras. As afirmações apresentadas refletem diferentes perspectivas sobre como a gramática deve ser trabalhada em sala de aula, e a sequência correta (V – F – F – V – V) aponta para uma compreensão mais ampla e reflexiva do tema.

A primeira afirmação (V) destaca a gramática como ferramenta de investigação dos processos cognitivos, o que está alinhado com a ideia de que a linguagem é uma capacidade humana complexa. Já a segunda (F) revela que os problemas escolares não se restringem ao domínio gramatical, mas envolvem outros aspectos da aprendizagem. A terceira (F) é falsa porque o professor não deve evitar expor o aluno a novas formas linguísticas, e sim ampliar seu repertório. A quarta (V) reforça a importância da construção ativa do conhecimento, enquanto a quinta (V) defende o contato com diferentes variedades linguísticas, enriquecendo a visão do aluno sobre a língua.

Portanto, a alternativa correta é a B) V – F – F – V – V, que reflete uma abordagem dinâmica e crítica do ensino da gramática, conforme proposto pelo CBC.

O ensino da Língua Portuguesa, como disciplina, deve priorizar a compreensão e produção de textos orais e escritos, além da reflexão sobre os processos de textualização. Essa abordagem exige uma análise mais aprofundada e metodologias inovadoras, que vão além do estudo puramente formal da língua. Entre as alternativas apresentadas, a correta é a letra C, que afirma: "A língua tem uma estruturação plástica, maleável, construída historicamente pela atividade coletiva dos falantes, na interlocução e para a interlocução."

Essa visão reconhece a língua como um fenômeno dinâmico, moldado pelo uso social e pela interação entre os indivíduos. Diferentemente das abordagens tradicionais, que enfatizam regras gramaticais fixas (como sugerido nas alternativas A e B), a alternativa C destaca o caráter vivo e mutável da língua, resultado de sua função comunicativa e histórica. Já a alternativa D é incorreta, pois não se trata de negar o sistema de signos, mas sim de compreendê-lo em sua dimensão social e pragmática.

Portanto, o ensino da Língua Portuguesa deve valorizar não apenas a estrutura linguística, mas também seu uso real em diferentes contextos, preparando os alunos para se comunicarem de forma eficaz e crítica na sociedade.

É inegável que a língua portuguesa, como qualquer idioma, passa por mudanças, adaptações motivadas pelo uso, pelos falantes obviamente. Com base na articulação entre morfologia e sintaxe, menciona-se a mudança (não tão recente) no sistema pronominal do português. Quanto a isso, equivoca-se quem afirma que:

• A) a forma vós e a forma você são intercambiáveis.
• B) o pronome nós e a locução a gente estão em competição.
• C) o pronome tu ocorre com menos frequência que o pronome você.
• D) as formas átonas o(s) e a(s) estão sendo substituídas por ele(s) e ela(s).

O gabarito correto é A.

A missão de ensinar a ler é um desafio complexo, tanto para o professor quanto para o aluno, exigindo paciência, determinação e colaboração mútua. O processo de alfabetização não pode ser reduzido a um método único ou a uma abordagem inflexível, pois cada aluno apresenta necessidades e ritmos de aprendizagem distintos.

Analisando as alternativas apresentadas, fica evidente que a afirmação incorreta é a letra D, que defende a adoção de um único perfil discente como modelo eficaz. Essa visão é limitadora e desconsidera a diversidade de habilidades, interesses e contextos que os alunos trazem para a sala de aula. Um ensino eficaz da leitura deve ser dinâmico e adaptável, como sugerem as outras alternativas:

• A estratégias devem se ajustar ao nível de dificuldade do aluno (A)
• As abordagens precisam ser flexíveis conforme a situação (B)
• É produtivo trabalhar com diversos gêneros textuais (C)

Portanto, a resposta correta é realmente D, pois um modelo único e rígido não contempla as múltiplas dimensões do processo de aprendizagem da leitura. O ensino eficaz requer variedade metodológica e atenção às individualidades.

O ensino da norma culta na escola é um tema que gera debates frequentes no campo da educação e da linguística. A questão apresentada aborda a relação entre a norma culta e as variações linguísticas, destacando a importância de um equilíbrio entre o ensino formal e o respeito às diversidades da língua.

A alternativa C) é a correta, pois reconhece que o ensino da norma culta não deve invalidar ou menosprezar as formas de expressão linguística presentes no ambiente familiar e comunitário do aluno. Essa abordagem valoriza a identidade cultural do estudante enquanto o prepara para dominar a norma padrão, ampliando suas possibilidades de comunicação em diferentes contextos sociais.

As demais alternativas apresentam equívocos. A alternativa A) sugere uma hierarquização prejudicial entre as variedades linguísticas, enquanto a B) reduz o aprendizado da norma culta a um instrumento de ascensão social, ignorando seu papel como ferramenta de expressão e acesso ao conhecimento. Já a alternativa D) propõe uma visão limitada da língua, desconsiderando a riqueza das variações linguísticas no processo educativo.

Portanto, a resposta correta reforça a necessidade de um ensino que combine o domínio da norma culta com o respeito às variedades linguísticas, promovendo uma educação linguística inclusiva e crítica.

A resposta correta para a questão apresentada é a alternativa B) gramática internalizada. Esse conceito refere-se ao conjunto de regras linguísticas que os falantes de uma língua dominam de maneira intuitiva, permitindo-lhes utilizar o idioma de forma natural e espontânea em sua comunicação cotidiana.

Diferentemente da gramática normativa, que estabelece regras prescritivas baseadas em padrões considerados "corretos" pela tradição, a gramática internalizada é adquirida organicamente pelo falante por meio da exposição à língua desde a infância. Ela não depende de estudos formais, mas sim da internalização das estruturas linguísticas através do uso e da interação social.

Enquanto a gramática descritiva busca analisar e documentar como a língua é efetivamente usada pelos falantes, e a gramática transferencial está relacionada à aquisição de uma segunda língua, a internalizada representa o conhecimento implícito que permite a comunicação fluente e autêntica na língua materna.

O texto apresentado aborda uma questão de prova que solicita a opinião do aluno sobre como resolver a seca no Nordeste, seguida de uma resposta polêmica e inesperada. O objetivo do ensaio é analisar a situação com base nas estratégias de textualização e no contexto da avaliação.

A resposta do aluno, embora chocante, cumpre tecnicamente o que foi solicitado no enunciado: ele expressou sua opinião de forma clara, ainda que contrária ao esperado. Isso evidencia que o problema não está na formulação da pergunta, mas na quebra de expectativa por parte do professor, que provavelmente aguardava uma solução convencional ou politicamente correta para o problema da seca.

É importante destacar que questões abertas que pedem opiniões pessoais sempre carregam esse risco - o de receber respostas sinceras, porém indesejadas. O caso demonstra como a subjetividade inerente a certos tipos de questão pode levar a situações complexas de avaliação, onde a adequação da resposta ao comando não necessariamente coincide com a adequação social ou moral do conteúdo.

Portanto, a alternativa correta é de fato a C), pois o aluno respondeu dentro do que foi solicitado, ainda que de maneira provocadora. Isso revela a importância de se considerar tanto a clareza do enunciado quanto os possíveis desdobramentos ao se formular questões que envolvam opiniões pessoais em contextos avaliativos.

A questão apresentada aborda os critérios de avaliação da aprendizagem em língua portuguesa, conforme estabelecido pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) para o terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental. O objetivo é avaliar a capacidade do aluno de redigir textos escritos, considerando as condições de produção específicas de cada gênero textual.

Entre as alternativas fornecidas, a opção D) é a que melhor se alinha com os critérios definidos pelos PCN. Isso porque ela enfatiza a importância de o aluno produzir textos levando em conta diversos elementos essenciais, como a finalidade do texto, as características do gênero e do suporte, os papéis dos interlocutores, os conhecimentos prévios do leitor e as restrições impostas pelo contexto de circulação. Esses aspectos são fundamentais para uma produção textual adequada e coerente com as expectativas de comunicação.

As demais alternativas, embora relevantes para o desenvolvimento de habilidades linguísticas, não se concentram especificamente na produção escrita conforme os critérios estabelecidos. A alternativa A) trata da leitura crítica, a B) do monitoramento do desempenho durante a produção, e a C) da retomada oral ou escrita de textos ouvidos. Portanto, a resposta correta é, de fato, a alternativa D), por abranger de maneira mais completa e direta os critérios de avaliação propostos.

Durante um trabalho de reescrita de textos com uma turma, o professor encontra a seguinte frase: "Foi difícil para mim perceber o erro". Diante disso, surge a questão sobre como proceder para ampliar o conhecimento do aluno em relação à atividade proposta.

Analisando as opções apresentadas, a alternativa B) é a correta, pois a construção da frase está adequada de acordo com a norma padrão da língua portuguesa. O pronome oblíquo "mim" está sendo utilizado corretamente após a preposição "para", seguindo as regras gramaticais.

As demais alternativas não se aplicam neste caso. A opção A) sugere um esclarecimento sobre o uso indevido do pronome oblíquo, o que não é necessário, já que a frase está correta. A alternativa C) propõe não fazer qualquer comentário, o que poderia deixar o aluno sem compreender a importância da norma padrão. Já a opção D) indica um confronto com um suposto erro, o que também não se justifica, visto que a construção está gramaticalmente aceitável.

Portanto, o professor deve manter a frase como está, reforçando ao aluno que sua escolha linguística está de acordo com a norma culta, promovendo assim a confiança no uso da língua portuguesa.

O ensino da Língua Portuguesa, como qualquer disciplina escolar, requer uma abordagem cíclica e progressiva, em que os conteúdos são retomados ao longo da escolaridade com diferentes níveis de complexidade. Essa metodologia visa consolidar o aprendizado e permitir que os alunos desenvolvam suas habilidades linguísticas de forma gradual. Analisando as afirmações apresentadas, é possível identificar quais são verdadeiras (V) e quais são falsas (F).

1. "Os conhecimentos posteriores dos alunos em relação ao que se pretende ensinar, identificando até que ponto os conteúdos ensinados foram realmente aprendidos."

Esta afirmação é falsa (F), pois o texto não menciona a avaliação de conhecimentos posteriores como parte do tratamento cíclico. O foco está na progressão e no aprofundamento dos conteúdos, não na verificação de aprendizagens passadas.

2. "O nível de complexidade dos diferentes conteúdos como definidor do grau de autonomia possível aos alunos, na realização das atividades, nos diferentes ciclos."

Esta afirmação é verdadeira (V), pois a organização cíclica dos conteúdos pressupõe que o grau de dificuldade e autonomia aumente conforme os alunos avançam em sua trajetória escolar.

3. "O nível de aprofundamento possível de cada conteúdo, em função das possibilidades de compreensão dos alunos nos diferentes momentos do seu processo de aprendizagem."

Esta afirmação é verdadeira (V), já que o texto destaca a importância de ajustar o ensino conforme a capacidade de compreensão dos alunos em cada fase.

Portanto, a sequência correta é F – V – V, correspondente à alternativa C).