Questões Sobre Teorias e Práticas para o Ensino de Matemática - Pedagogia - concurso
Questão 21
Matemática não é por si só conhecimento difícil a ponto de traumatizar as crianças. O que pode traumatizá-las é a forma inadequada de apresentá-la na escola. Segundo Smole (2000), o trabalho do professor não consiste em resolver problemas e tomar decisões sozinho. Ele anima e mantém as redes de conversas e coordena ações. Sobretudo, ele tenta discernir, durante as atividades, as novas possibilidades que poderiam abrir-se à comunidade da classe, orientando e selecionando aquelas que não ponham em risco algumas de suas finalidades mais essenciais na busca por novos conhecimentos.
Considere as situações a seguir e assinale em qual delas o trabalho do professor favorece a construção da educação matemática.
- A)Propor que o aluno reconheça quantidades, auxiliando-o com figuras.
- B)Impedir que a criança fique viciada em contar nos dedos, oferecendo a ela material apropriado.
- C)Explicar às crianças muitas vezes e muito bem cada quantidade relacionada aos símbolos até que todas memorizem.
- D)Perguntar às crianças por aquilo que tenham visto, pensado, imaginado, experimentado ou descoberto, para ajudá-las a atribuir sentido matemático às experiências vividas.
- E)Perguntar às crianças por aquilo que foi ensinado, para avaliar se aprenderam corretamente e conseguiram fazer as mesmas atividades, trocando os números dos exercícios.
A alternativa correta é D)
A matemática, por si só, não é um conhecimento inerentemente difícil ou traumático para as crianças. O que pode gerar frustração ou medo é a maneira como ela é apresentada no ambiente escolar. Como aponta Smole (2000), o papel do professor não se resume a resolver problemas ou tomar decisões de forma isolada, mas sim a estimular a troca de ideias, coordenar ações e identificar novas possibilidades de aprendizado dentro da comunidade da sala de aula. O educador deve orientar e selecionar estratégias que não comprometam os objetivos essenciais da construção do conhecimento matemático.
Dentre as situações apresentadas, a alternativa que melhor reflete uma abordagem pedagógica adequada para a educação matemática é a D), na qual o professor questiona as crianças sobre suas experiências, pensamentos e descobertas, ajudando-as a atribuir significado matemático ao que vivenciam. Essa prática valoriza a construção ativa do conhecimento, incentivando a reflexão e a conexão entre a matemática e o cotidiano, em vez de priorizar a memorização mecânica ou a repetição sem sentido.
As demais alternativas apresentam limitações: A) e B) focam em aspectos pontuais sem explorar o raciocínio matemático mais amplo; C) reforça a memorização como método principal; e E) avalia apenas a reprodução de conteúdos, sem estimular a compreensão ou a aplicação criativa do conhecimento. Portanto, a resposta correta é D), pois essa abordagem promove uma aprendizagem significativa e contextualizada.
Questão 22
Conforme Smole (2000): “Na escola infantil, o trabalho
com a matemática permanece subjacente, escondido
sob uma concepção de treinar as crianças a darem respostas corretas, ao invés de fazê-las compreender a natureza das ações matemáticas”.
De acordo com essa autora, assinale a alternativa que
apresenta uma prática contrária ao treino matemático.
- A)Brincar como uma maneira de desenvolver-se amplamente, nas aulas de matemática.
- B)Primeiro os alunos precisam aprender números, e só depois poderão repetir diversas vezes exercícios mais complexos de matemática.
- C)A manutenção do desejo e do interesse por matemática na escola é vinda da exploração de ideias infantis relativas à leitura de números, e de experiências em medidas e tentativas de contagem.
- D)A educação matemática na infância deve limitar a liberdade da criança pensar por si e ter ideias criativas, pois é uma ciência exata.
- E)Ouvir, ler, falar e escrever em matemática não podem ser ações de explorar, devem ser, como parte obrigatória do currículo, repetidas, exigidas e cobradas com a seriedade que a disciplina merece.
A alternativa correta é C)
Conforme Smole (2000), a abordagem tradicional do ensino de matemática na educação infantil muitas vezes prioriza a memorização e a repetição de respostas corretas, em detrimento da compreensão profunda dos conceitos matemáticos. Essa visão limita o potencial criativo e investigativo das crianças, transformando a matemática em uma disciplina rígida e pouco significativa.
Entre as alternativas apresentadas, a opção C) destaca-se como uma prática contrária ao treino matemático, pois valoriza a exploração das ideias infantis, a curiosidade e as experiências concretas com medidas e contagens. Essa abordagem está alinhada com a perspectiva de Smole, que defende um ensino mais significativo e menos mecânico.
As demais alternativas reforçam práticas tradicionais, como a repetição de exercícios (B), a limitação da criatividade (D) ou a cobrança rígida de conteúdos (E). A alternativa A, embora mencione o brincar, não explicita como essa atividade pode ser integrada ao desenvolvimento matemático de forma consistente.
Portanto, a resposta correta é C), pois reflete uma prática pedagógica que estimula a compreensão e o interesse pela matemática, em vez de reduzir o aprendizado a meros exercícios de repetição.
Questão 23
situações-problemas é uma atividade básica para fazer e
pensar matemática. De acordo com as autoras, é correto
afirmar que, inclusive na educação infantil, essas situações-problemas podem ser
- A)realizadas com as crianças matriculadas no último ano da pré-escola, exclusivamente, pois, nessa fase, já possuem noções numéricas e estão sendo preparadas para o ingresso no ensino fundamental.
- B)atividades escritas e de fácil resolução, que devem ser realizadas com as crianças da pré-escola, apenas. Antes de propor situações-problemas, o professor deve ensinar a realização das contas e aplicar o treino com diferentes números compreendidos entre zero e dez.
- C)somente atividades e situações que envolvam os numerais escritos. Essas situações-problemas precisam ser propostas de forma lúdica, devem envolver exclusivamente o conceito de número e estar relacionadas às parlendas e histórias que têm números.
- D)atividades planejadas, jogos, busca e seleção de informações, resolução de problemas não convencionais e, até mesmo, convencionais, desde que permitam o desafio, ou seja, desencadeiem na criança a necessidade de buscar uma solução com os recursos de que ela dispõe no momento.
- E)propostas até mesmo na creche, pois os bebês e as crianças pequenas podem aprender a identificar numerais com materiais e objetos concretos, podendo também aprender a fazer contas com números baixos, devendo-se ensinar só até o número cinco.
A alternativa correta é D)
Segundo as autoras Smole, Diniz e Cândido (2003), a resolução de situações-problema desempenha um papel fundamental no ensino da matemática, inclusive na educação infantil. A abordagem correta, conforme indicado no gabarito (alternativa D), deve envolver atividades diversificadas que estimulem o raciocínio e a busca por soluções.
A alternativa D destaca que as situações-problema podem ser trabalhadas por meio de atividades planejadas, jogos, seleção de informações e problemas não convencionais, desde que representem um desafio adequado ao nível cognitivo da criança. Essa perspectiva está alinhada com a ideia de que a matemática deve ser explorada de forma significativa, permitindo que os alunos utilizem seus conhecimentos prévios e recursos disponíveis para encontrar respostas.
As demais alternativas apresentam limitações que não condizem com a visão das autoras. A alternativa A restringe a aplicação apenas ao último ano da pré-escola, enquanto a B e a C reduzem a resolução de problemas a atividades escritas ou focadas exclusivamente em numerais. Já a alternativa E, apesar de reconhecer a possibilidade de trabalhar com crianças pequenas, impõe restrições desnecessárias ao limitar o ensino a números baixos.
Portanto, a alternativa D é a que melhor representa a proposta das autoras, pois defende uma abordagem ampla e desafiadora, adequada ao desenvolvimento infantil e capaz de estimular o pensamento matemático desde os primeiros anos escolares.
Questão 24
É correto afirmar que Moura in Kishimoto (2009) defende
que o jogo na educação matemática da pré-escola
- A)deve centrar-se no exercício da grafia e reconhecimento dos números.
- B)constitui-se numa atividade orientadora de aprendizagem no sentido de criar possibilidades de intervenção que permitem elevar o conhecimento do aluno.
- C)aproxima-se da matemática via desenvolvimento de habilidades motoras específicas para escrita dos números.
- D)seja utilizado a fim de que as crianças fiquem animadas à realização dos exercícios de matemática indicados para a pré-escola: a cópia de numerais.
- E)introduz a linguagem matemática, que pouco a pouco será incorporada aos conceitos matemáticos formais, devendo ser proposta à criança a partir dos 4 anos, quando ela já distingue numerais e letras.
A alternativa correta é B)
É correto afirmar que Moura in Kishimoto (2009) defende que o jogo na educação matemática da pré-escola:
- A) deve centrar-se no exercício da grafia e reconhecimento dos números.
- B) constitui-se numa atividade orientadora de aprendizagem no sentido de criar possibilidades de intervenção que permitem elevar o conhecimento do aluno.
- C) aproxima-se da matemática via desenvolvimento de habilidades motoras específicas para escrita dos números.
- D) seja utilizado a fim de que as crianças fiquem animadas à realização dos exercícios de matemática indicados para a pré-escola: a cópia de numerais.
- E) introduz a linguagem matemática, que pouco a pouco será incorporada aos conceitos matemáticos formais, devendo ser proposta à criança a partir dos 4 anos, quando ela já distingue numerais e letras.
O gabarito correto é B).
Questão 25
infantil e nas séries iniciais: análise e propostas, mostra
que, a uma longa tradição escolar que propunha aos alunos grandes quantidades de contas, seguiu-se uma nova
corrente baseada na resolução de problemas. A autora
traz o seguinte problema de adição: “Nesta caixa tenho
3 bolinhas e nesta outra, 42. Quantas bolinhas tenho ao
todo?”. Para resolvê-lo, trata-se de encontrar a operação
numérica adequada e calcular a soma. Conforme a autora, quando a professora intervém na escolha da operação adequada, respondendo afirmativamente a pergunta
tão conhecida: “O sinal é de mais?”, pode-se dizer que
- A)o cálculo da soma põe em prática, por si só, o conhecimento do aspecto cardinal do número.
- B)as crianças resolvem a conta, mas não o problema.
- C)ela supre uma falha do problema, que deveria ter sugerido a operação a ser usada.
- D)isso auxilia as crianças em seu desenvolvimento matemático.
- E)ela está ensinando o valor posicional dos números.
A alternativa correta é B)
No livro Ensinar matemática na educação infantil e nas séries iniciais: análise e propostas, Mabel Panizza discute a evolução do ensino da matemática, destacando a transição de um método tradicional, focado em exercícios repetitivos de cálculo, para uma abordagem mais contextualizada, baseada na resolução de problemas. A autora ilustra essa discussão com um exemplo simples: um problema de adição envolvendo bolinhas em duas caixas (3 e 42, respectivamente).
O cerne da questão está na forma como os alunos são guiados durante a resolução. Quando o professor intervém, sugerindo ou confirmando a operação a ser utilizada (como ao perguntar "O sinal é de mais?"), ele pode inadvertidamente desviar o foco do processo de compreensão do problema para a mera execução de um cálculo. Nesse contexto, Panizza argumenta que, embora as crianças possam realizar a conta corretamente, elas não estão necessariamente resolvendo o problema em sua essência.
A alternativa correta (B) reflete essa crítica: "as crianças resolvem a conta, mas não o problema". Isso ocorre porque a intervenção do professor, ainda que bem-intencionada, pode suprimir a etapa crucial de raciocínio e tomada de decisão por parte do aluno. O objetivo da abordagem baseada em problemas é justamente desenvolver a capacidade de analisar a situação, identificar a operação adequada e aplicá-la, consolidando assim o entendimento conceitual da matemática.
As demais alternativas não se alinham com a perspectiva da autora. A alternativa A é incorreta porque o cálculo em si não garante a compreensão do aspecto cardinal do número. A C sugere uma limitação do problema que não existe, já que a proposta é justamente desafiar o aluno a escolher a operação. A D é enganosa, pois a intervenção direta pode prejudicar o desenvolvimento matemático autônomo. Por fim, a E está desconectada do exemplo, já que o valor posicional não é o foco da questão.
Questão 26
o estudo da matemática na escola é desenvolver a habilidade de resolver problemas. Para uma criança, assim
como para um adulto, um problema é toda situação que
ela enfrenta e não encontra solução imediata que lhe permita ligar os dados de partida ao objetivo a atingir. Para a
autora, essa habilidade é importante para que
- A)o professor perceba que a resolução de problemas é um conteúdo isolado dentro do currículo.
- B)a criança possa desenvolver as operações abstratas tão comuns nos primeiros anos de sua escolaridade.
- C)o professor leve em consideração que as aprendizagens ocorrem sempre da mesma forma entre as crianças.
- D)o professor perceba que as crianças elaboram soluções de maneira definitiva.
- E)a criança desenvolva suas potencialidades em termos de inteligência e cognição.
A alternativa correta é E)
No contexto educacional, a matemática desempenha um papel fundamental no desenvolvimento cognitivo dos alunos. Segundo a perspectiva de Smole, o estudo dessa disciplina vai além do simples domínio de fórmulas e técnicas, focando principalmente na capacidade de resolver problemas. Essa abordagem é essencial, pois um problema, seja para uma criança ou um adulto, representa uma situação desafiadora que exige a construção de estratégias para conectar os dados iniciais ao objetivo desejado.
A resolução de problemas não deve ser tratada como um conteúdo isolado no currículo, conforme descartado na alternativa A. Pelo contrário, ela é uma habilidade transversal que permeia todo o aprendizado matemático. Embora as operações abstratas sejam importantes nos primeiros anos escolares, como mencionado na opção B, o verdadeiro propósito vai além da mera execução de cálculos.
A alternativa C apresenta uma visão equivocada, já que as aprendizagens ocorrem de forma singular em cada criança, com diferentes ritmos e processos. Da mesma forma, a opção D incorre em erro ao sugerir que as soluções infantis são definitivas, quando na realidade estão em constante evolução. A resposta correta, alternativa E, destaca o aspecto mais relevante: o desenvolvimento das potencialidades cognitivas e da inteligência, que são ampliadas através do enfrentamento de desafios matemáticos significativos.
Portanto, a habilidade de resolver problemas matemáticos contribui para a formação de indivíduos mais críticos, criativos e capazes de aplicar seus conhecimentos em diversas situações da vida, confirmando a importância dessa abordagem no processo educativo.
Questão 27
afirma que
- A)os conceitos numéricos podem ser ensinados pela transmissão social, especialmente o ato de ensinar as crianças a contar.
- B)os conhecimentos físico, lógico-matemático e social podem ser tratados sem qualquer distinção fundamental no ensino da matemática.
- C)a fonte do conhecimento lógico-matemático é externa, pois existe um “mundo dos números” em direção ao qual toda criança deve ser socializada.
- D)a abstração reflexiva acontece independentemente da empírica durante os estágios sensório-motor e pré-operacional.
- E)o conhecimento lógico-matemático consiste na coordenação de relações e, nele, a base fundamental do conhecimento é a própria criança.
A alternativa correta é E)
O ensino de matemática, segundo a perspectiva de Kamii (1987), apresenta uma abordagem que valoriza a construção do conhecimento pela própria criança. A autora defende que o conhecimento lógico-matemático não é simplesmente transmitido, mas sim construído por meio da coordenação de relações internas, nas quais a criança é o agente ativo desse processo. Essa visão se contrapõe a ideias tradicionais que enfatizam a mera repetição ou memorização de conceitos numéricos.
Entre as alternativas apresentadas, a opção E) corretamente sintetiza a posição de Kamii ao afirmar que "o conhecimento lógico-matemático consiste na coordenação de relações e, nele, a base fundamental do conhecimento é a própria criança". Isso significa que o aprendizado matemático não é um produto de externalidades, como um "mundo dos números" a ser descoberto (alternativa C), nem pode ser reduzido a uma simples transmissão social (alternativa A). A criança, ao interagir com o ambiente e refletir sobre suas ações, constrói relações lógicas que fundamentam seu entendimento matemático.
Além disso, Kamii diferencia os tipos de conhecimento, destacando que o lógico-matemático não pode ser confundido com o conhecimento físico ou social (alternativa B). Enquanto o conhecimento físico deriva das propriedades dos objetos, o lógico-matemático surge da abstração reflexiva, um processo interno de organização mental. A alternativa D, por sua vez, é incorreta ao sugerir que a abstração reflexiva ocorre independentemente da experiência empírica, já que Kamii enfatiza justamente a interação entre ação e reflexão.
Portanto, a resposta correta reforça a ideia de que o ensino de matemática deve priorizar atividades que permitam à criança explorar, questionar e estabelecer relações por si mesma, em vez de métodos baseados na repetição ou imposição de conceitos. Essa abordagem, alinhada com a teoria piagetiana, ressalta o papel ativo do aluno na construção do seu próprio conhecimento.
Questão 28
considerado uma referência na Didática da
Matemática, desenvolveu importantes estudos
relativos à Psicologia Cognitiva, sendo a Teoria
dos Campos Conceituais o mais importante
deles. Esta teoria tem por finalidade:
- A)Entender a mudança de comportamento, adquirida pela experiência, observação e prática.
- B)Repensar as condições de aprendizagem conceitual, de maneira que se torne mais acessível à compreensão do aluno.
- C)Integrar o aluno entre o conhecer, o fazer, o sentir, o conviver e o ser.
- D)Perceber que o conhecimento é construído na interação do aluno com o meio em que vive.
- E)Formar uma complexa combinação que favoreçam a construção dos conhecimentos para que a aprendizagem se torne mais acessível ao aluno.
A alternativa correta é B)
A Teoria dos Campos Conceituais, desenvolvida pelo psicólogo francês Gérard Vergnaud, representa uma das contribuições mais significativas para a Didática da Matemática e a Psicologia Cognitiva. Sua abordagem busca compreender como os conceitos são construídos e organizados na mente do aprendiz, com ênfase na estruturação do conhecimento em campos interligados.
Entre as alternativas apresentadas, a opção B) é a que melhor resume o propósito central da teoria: "Repensar as condições de aprendizagem conceitual, de maneira que se torne mais acessível à compreensão do aluno." Vergnaud não se limita a analisar comportamentos ou interações sociais, mas propõe uma reflexão profunda sobre como os conceitos são aprendidos e como esse processo pode ser otimizado.
A teoria enfatiza que a aprendizagem conceitual ocorre por meio da resolução de problemas situados em diferentes contextos, permitindo ao aluno estabelecer relações entre situações diversas. Diferentemente de outras abordagens, o foco não está apenas na interação com o meio (alternativa D) ou na formação de competências gerais (alternativa C), mas sim na organização progressiva dos esquemas mentais que permitem a compreensão conceitual.
Portanto, a resposta correta é de fato a alternativa B), pois captura a essência da teoria: uma proposta pedagógica que busca tornar os conceitos matemáticos (e outros) mais acessíveis através da análise das condições cognitivas da aprendizagem.
Questão 29
- A)O soroban é utilizado para o ensino de artes a crianças com déficit de atenção.
- B)O soroban é utilizado para a alfabetização de crianças com déficit de atenção.
- C)O soroban é utilizado para o ensino de língua portuguesa a crianças com deficiência mental.
- D)O soroban é utilizado para o ensino de matemática a crianças com deficiência visual.
- E)O soroban é utilizado para o ensino de geografia a crianças com deficiência auditiva.
A alternativa correta é D)
O Soroban, também conhecido como ábaco japonês, é um instrumento de cálculo manual utilizado principalmente para o ensino e prática de matemática. Sua estrutura composta por contas deslizantes permite a realização de operações aritméticas de forma tátil, o que o torna especialmente útil para pessoas com deficiência visual.
Entre as alternativas apresentadas, a correta é a letra D, que afirma que o Soroban é utilizado para o ensino de matemática a crianças com deficiência visual. Isso porque o dispositivo não depende da visão para seu funcionamento, permitindo que os usuários realizem cálculos através do tato e da memória espacial.
As demais alternativas estão incorretas: o Soroban não está relacionado ao ensino de artes (A), alfabetização (B), língua portuguesa (C) ou geografia (E), nem especificamente voltado para déficit de atenção ou deficiência auditiva.
Portanto, o gabarito correto é de fato a alternativa D, que reconhece o valor do Soroban como ferramenta educacional inclusiva para o ensino matemático de pessoas com deficiência visual.
Questão 30
As noções matemáticas (contagem, relações
quantitativas e espaciais, etc.) são construídas pelas
crianças a partir das experiências proporcionadas por
suas interações com o meio e pelo intercâmbio com
outras pessoas que possuem interesses, conhecimentos
e necessidades que podem ser compartilhados.
Nesse contexto, analise as seguintes habilidades.
I. Ter confiança em suas próprias estratégias e
na sua capacidade para lidar com situações
matemáticas novas, utilizando seus
conhecimentos prévios.
II. Comunicar ideias matemáticas, hipóteses,
processos utilizados e resultados encontrados
em situações-problema relativas a quantidades,
espaço físico e medida.
III. Reconhecer e valorizar os números, as operações
numéricas, as contagens orais e as noções
espaciais como ferramentas necessárias no seu
cotidiano.
A partir dos quatro anos de idade, o objetivo é garantir
oportunidades para que as crianças da Educação Infantil
tenham desenvolvido as habilidades apresentadas nos
seguintes itens:
- A)I e II, apenas.
- B)I e III, apenas.
- C)II e III, apenas.
- D)I, II e III.
A alternativa correta é D)
O desenvolvimento das noções matemáticas na Educação Infantil é um processo que se constrói a partir das interações sociais e das experiências vividas pelas crianças. Nesse contexto, as habilidades listadas (I, II e III) são fundamentais para o aprendizado matemático nessa fase, pois abrangem aspectos cognitivos, comunicativos e de aplicação prática.
A habilidade I destaca a importância da autonomia e da confiança da criança em suas próprias estratégias, incentivando-a a enfrentar desafios matemáticos com base em conhecimentos prévios. Já a habilidade II enfatiza a comunicação matemática, essencial para estruturar o pensamento lógico e compartilhar processos de resolução de problemas. Por fim, a habilidade III ressalta a valorização dos conceitos numéricos e espaciais no cotidiano, conectando o aprendizado à realidade da criança.
Portanto, a alternativa correta é D) I, II e III, já que todas essas habilidades são complementares e devem ser desenvolvidas de forma integrada a partir dos quatro anos de idade, garantindo uma base sólida para o raciocínio matemático.