Os vínculos das relações fundamentais no trabalho, quando são rompidos, desencadeiam de certa forma os chamados assédios morais, o desrespeito aos pares, as doenças psicossomáticas, dentre outras consequências. Como passam a ser desestabilizadoras, geram também sofrimento psíquico. Segundo Dejours, assinale a alternativa CORRETA.

Os vínculos das relações fundamentais no trabalho, quando são rompidos, desencadeiam de certa forma os chamados assédios morais, o desrespeito aos pares, as doenças psicossomáticas, dentre outras consequências. Como passam a ser desestabilizadoras, geram também sofrimento psíquico. Segundo Dejours, assinale a alternativa CORRETA.

• A)A vivência depressiva, em relação ao trabalho e a si mesmo, alimenta uma sensação de adormecimento intelectual e de uma espécie de paralisia da imaginação, mas não gera um entrave mental e nem um condicionamento que limite o comportamento produtivo e criativo.
• B)As condições de trabalho somente influenciam as relações interpessoais entre os funcionários quando interferem diretamente na sua qualidade de vida. É, portanto, uma questão estratégica de sobrevivência e desenvolvimento organizacional atentar para esses fatores.
• C)Por conta dos efeitos que a produção tem causado, o indivíduo recebe indiretamente os impactos da organização do trabalho. Seu sofrimento mental é, por vezes, sujeito a alguma influência no modo de produção social, representado pela divisão técnica do trabalho e pelas linhas de poder. Contudo, não há necessariamente um condicionamento que modele a percepção ou as possibilidades de compreensão.
• D)O trabalho pode ser considerado um regulador social essencial para o fortalecimento da subjetividade. Contudo, quando a produtividade exclui as pessoas como sujeitos, ocorrem as seguintes consequências: disseminação de práticas agressivas nas relações interpessoais, precária disposição psíquica para enfrentar as humilhações, fragmentação da afetividade com os pares, maior individualismo, pacto do silêncio coletivo, sensação de ser inútil, deterioração identitária, ausência de prazer, demissão forçada e sensação de vazio.

O gabarito correto é D). Isso porque, segundo Dejours, o trabalho pode ter um papel fundamental na construção da subjetividade e na formação da identidade do indivíduo. No entanto, quando a produtividade se torna o único objetivo, as pessoas começam a ser vistas como meros instrumentos para alcançar essa produtividade, e não como sujeitos com necessidades, desejos e sentimentos.

Essa visão utilitarista do trabalho pode levar a uma série de consequências negativas, como a disseminação de práticas agressivas nas relações interpessoais, a precária disposição psíquica para enfrentar as humilhações, a fragmentação da afetividade com os pares, entre outras. Além disso, a exclusão das pessoas como sujeitos pode gerar uma sensação de inutilidade, deterioração identitária, ausência de prazer e demissão forçada.

Portanto, é fundamental que as organizações comecem a valorizar os seus funcionários como sujeitos, e não apenas como instrumentos para alcançar a produtividade. Isso pode ser feito através da implementação de políticas que priorizem a saúde mental e a qualidade de vida dos funcionários, como a criação de programas de bem-estar, a flexibilização dos horários de trabalho e a promoção de uma cultura de respeito e diálogo.

Além disso, é importante que os funcionários sejam incentivados a desenvolver suas habilidades e competências, e a ter uma participação ativa na tomada de decisões que afetam a sua vida profissional. Isso pode ajudar a incrementar a motivação e a satisfação no trabalho, e a reduzir a sensação de inutilidade e a deterioração identitária.

Em resumo, o trabalho pode ser um fator fundamental para o fortalecimento da subjetividade e da identidade do indivíduo, mas apenas se for realizado de forma que valorize as pessoas como sujeitos, e não apenas como instrumentos para alcançar a produtividade.