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Ao discorrerem sobre a avaliação de crianças, Moysés e Collares (1997) afirmam que, através dos testes de inteligência, a Psicologia dá visibilidade a seus alicerces no pensamento clínico, pela necessidade de abstrair o sujeito, silenciando-o, para conseguir apor sobre ele seu “olhar clínico”.

Nesse sentido, as autoras afirmam que é necessário que o processo avaliativo da criança

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Resposta:

A alternativa correta é letra C) ao invés de buscar o defeito, a carência da criança, o olhar procura o que ela já sabe, o que tem, o que pode aprender a partir daí.

Gabarito: Letra C

 

Nesse sentido, as autoras afirmam que é necessário que o processo avaliativo da criança

 

Vamos ver o que os autores mencionados trazem sobre o processo avaliativo da criança:

“Uma criança que gosta de jogar bolinha de gude tem que ter coordenação viso-motora; orientação espacial; integrar noções de espaço, força, velocidade, tempo; sociabilidade, pois não joga sozinha; capacidade de concentração e atenção; noções de quantidade; saber ganhar e perder; aprender e memorizar as regras do jogo etc. Uma criança que fale ao telefone, tem que ter discriminação auditiva. A criança que gosta de ler, além de obviamente saber ler, tem memória, concentração, discriminação visual, percepção espacial, lateralidade (o sentido da leitura pressupõe a lateralidade), tempo (o que vem antes e o que vem depois) etc. Para a criança que sabe andar de bicicleta, não podem existir dúvidas sobre sua coordenação motora, equilíbrio, ritmo, percepção espacial e temporal, esquema corporal, lateralidade. Ainda, dominar as regras do jogo com bolinhas de gude não envolve apenas memorização de regras, mas a capacidade de abstração necessária para o entendimento de como se joga o jogo. Aliás, todas as atividades citadas, assim como quase todas as brincadeiras de crianças pressupõem criatividade e abstração, ao contrário do que muitos adultos insistem em negar. Talvez fosse o caso de nos perguntarmos porque, adultos, nos esquecemos de como éramos quando crianças e passemos a desqualificar tudo que constantemente elas nos mostram ser capazes de fazer.

Ao invés de buscar o defeito, a carência da criança, o olhar procura o que ela já sabe, o que tem, o que pode aprender a partir daí. O profissional tenta, mais que tudo, encontrar o prisma pelo qual a criança olha o mundo, para ajustar seu próprio olhar. Sabendo que existem limites para seu olhar, que está sujeito a erros, pois não está lidando com verdades absolutas.

Esta proposta de avaliação tem um requisito essencial: profissionais mais competentes, com conhecimentos mais sólidos e profundos sobre o desenvolvimento da criança, sobre o conceito de normalidade, profissionais que não se satisfaçam com visões parciais, estanques, que não tenham medo de suas próprias angústias. Profissionais que considerem que todos os homens são de fato iguais, tornados desiguais por uma sociedade dividida em classes, profissionais que compartilhem o respeito por cada homem, por seus valores, por sua vida. Sem dúvida, é mais difícil de ser aplicada do que um teste padronizado; porém, também sem dúvida, restitui ao profissional sua condição de sujeito, capaz de enxergar a criança como outro sujeito.


a)  dê ênfase ao que a criança não tem, não consegue, ao que ela não sabe, àquilo que lhe falta.
b)  tenha seus alicerces no pensamento médico, na necessidade de categorizar o sujeito durante o período avaliativo.
c)  ao invés de buscar o defeito, a carência da criança, o olhar procura o que ela já sabe, o que tem, o que pode aprender a partir daí.
d)  compreenda um olhar de que a criança que está sendo avaliada precisa se encaixar nas formas de avaliação que o avaliador conhece.
e)  utilize instrumentos padronizados para mensurar o máximo de potencial e inteligência a criança pode conseguir.

 

Nosso gabarito é Letra C

 

Fonte: Moysés MAA, Collares CAL. Inteligência Abstraída,  Crianças Silenciadas: as Avaliações de Inteligência. Psicol USP [Internet]. 1997;8(1):63–89

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