Pode-se considerar que a avaliação psicológica no Brasil está em pleno renascimento, haja vista a descrição, por diversos autores, de técnicas e práticas mais coesas do ponto de vista teórico-metodológico. Considerando esse assunto, assinale a opção correta.
- A) Em geral, a avaliação psicológica e a intervenção são abordadas, na literatura, como processos ininterruptos.
- B) O psicodiagnóstico interventivo propõe a condução de processos de avaliação psicológica para, entre outras finalidades, oferecer feedback para efeitos terapêuticos enquanto ocorre a avaliação.
- C) O psicodiagnóstico interventivo de orientação psicanalítica estabelece procedimentos pré-determinados e uniformes de conduta a serem seguidos.
- D) A avaliação terapêutica deve ser executada por profissionais de áreas específicas cuja orientação teórica esteja pautada em teorias intersubjetivas, fenomenológicas e interpessoais.
- E) O psicodiagnóstico é baseado na objetividade e adota uma categorização diagnóstica de baixa utilidade em termos terapêuticos.
Resposta:
A alternativa correta é letra B) O psicodiagnóstico interventivo propõe a condução de processos de avaliação psicológica para, entre outras finalidades, oferecer feedback para efeitos terapêuticos enquanto ocorre a avaliação.
Gabarito Letra B
Pode-se considerar que a avaliação psicológica no Brasil está em pleno renascimento, haja vista a descrição, por diversos autores, de técnicas e práticas mais coesas do ponto de vista teórico-metodológico. Considerando esse assunto, assinale a opção correta.
a) Em geral, a avaliação psicológica e a intervenção são abordadas, na literatura, como processos ininterruptos.
Errado. Tradicionalmente, a avaliação psicológica e a intervenção psicológica são considerados processos independentes entre si, muitas vezes sendo realizados por profissionais diferentes.
b) O psicodiagnóstico interventivo propõe a condução de processos de avaliação psicológica para, entre outras finalidades, oferecer feedback para efeitos terapêuticos enquanto ocorre a avaliação.
Certo!
“O PIOP é um procedimento que se fundamenta na prática da psicologia clínica. Tem por objetivo diagnosticar, entender e intervir na problemática do indivíduo, fazendo o uso integrado dos processos avaliativo e terapêutico. Desse modo, caracteriza-se fundamentalmente pela concomitância da investigação e da intervenção (Aiello-Vaisberg, 1999). Isso significa que, nesse método, as intervenções já podem ser realizadas durante as entrevistas iniciais com o paciente e nas aplicações de testes psicológicos, oferecendo devoluções durante todo o processo avaliativo e não somente ao seu final”
c) O psicodiagnóstico interventivo de orientação psicanalítica estabelece procedimentos pré-determinados e uniformes de conduta a serem seguidos.
Errado. O PIOP busca que cada encontro entre psicólogo e avaliando seja um momento único, em que sejam favorecidas oportunidades do paciente encontrar um sentido pessoal para sua existência, ou seja, não há procedimentos pré-determinados e uniformes estabelecidos, cada processo é único.
d) A avaliação terapêutica deve ser executada por profissionais de áreas específicas cuja orientação teórica esteja pautada em teorias intersubjetivas, fenomenológicas e interpessoais.
Errado. A avaliação com características terapêuticas, o psicodiagnóstico interventivo, tem em seu surgimento forte influência da psicanálise, mas pode ser realizado com base em outras correntes de pensamento, até mesmo a psicométrica.
e) O psicodiagnóstico é baseado na objetividade e adota uma categorização diagnóstica de baixa utilidade em termos terapêuticos.
Errado. O psicodiagnóstico tradicional é baseado na objetividade, e tem pouca utilidade em termos terapêuticos. Porém, existem outras formas de psicodiagnóstico que alteram essa lógica, como o psicodiagnóstico interventivo, já mencionado nessa questão.
“A proposta do PI [psicodiagnóstico interventivo] foi baseada, inicialmente, na Fenomenologia Existencial e na crítica a alguns pressupostos do psicodiagnóstico tradicional, em especial seu status de objetividade. Segundo Ancona-Lopez (1995), o psicodiagnóstico se apoiaria em conhecimentos incompletos e por vezes contraditórios, ao fazer uso de recursos baseados em diferentes teorias (como testes ou modelos de entrevista) ou para uma categorização diagnóstica pouco útil em termos terapêuticos, no sentido de ser pouco informativa ao paciente e não oferecer informações sobre as especificidades deste ao avaliador.”
Nosso gabarito é Letra B.
Referência
HUTZ, C. S. BANDEIRA, D.R; TRENTINI, C. M.; KRUG, J. S. Psicodiagnóstico. Porto Alegre: Artmed, 2016.
SCADUTO, Alessandro Antonio; CARDOSO, Lucila Moraes; HECK, Vanessa Stumpf. Modelos Interventivo-Terapêuticos em Avaliação Psicológica: Estado da Arte no Brasil. Aval. psicol., Itatiba , v. 18, n. 1, p. 67-75, 2019 .
Deixe um comentário