Sobre a autópsia psicológica, analise as assertivas:
I. A primeira utilidade da autópsia psicológica foi a de melhorar a exatidão do veredicto de suicídio nos certificados de óbito;
II. A autópsia psicológica é um procedimento retrospectivo com uma abordagem definida;
III. A autópsia psicológica é um tipo de avaliação psicológica que enfoca o elemento que está faltando: a intenção do morto em relação à sua própria morte.
Está(ão) CORRETA(S):
- A) Apenas I.
- B) Apenas II.
- C) Apenas III.
- D) Apenas I e III.
- E) I, II e III.
Resposta:
A alternativa correta é letra D) Apenas I e III.
Gabarito Letra D
Certo! Essa foi a primeira utilidade desse método, que também é usado em estudos científicos de suicídio de indivíduos com esquizofrenia e alcoolismo, bem como ferramenta em intervenção de crise após suicídio de pacientes ou apenados em hospitais e presídios e outros tipos de suicídio.
“Sem dúvida, a primeira utilidade da autópsia psicológica foi a de melhorar a exatidão do veredicto de suicídio nos certificados de óbitos, mas, o método também tem sido usado, em estudos científicos de suicídios de sujeitos com diagnósticos de esquizofrenia (Farberow, Shneidmann & Leonard, 1969; Heilae, Isometsae, Henrriksson et alii, 1997), de depressão maior (Isometsa, Aro, Henriksson et alii, 1994; Isometsa, Henrikson, Aro et alii, 1994) e de alcoolismo (Heikkinen, Aro, Heriksson et alii, 1994), como ferramenta em intervenções em crise, em equipes psiquiátricas, de hospital geral e de presídio, após suicídios de pacientes ou apenados (Neill, Benensohn, Farber et alii, 1974; Spellman & Heyne, 1989), suicídios de crianças, adolescentes, adultos jovens e idosos (Alexopoulos, 1991; Brent,1989; Lau, 1994; Marttunen, Aro & Lönnqvist, 1993; Rich, Sherman e Fowler, 1990; Shaffer, Gould, Fisher et alii,1996; Younger, Clark, Oehmig et alii, 1990), em sujeitos com morte duvidosa (Berman, 1993; Kelly & Mann, 1996; Litman, 1984; Litman, 1989; Litman, Curphey, Shneidman et alii, 1963; Shneidman & Farberow, 1969) e em pessoas suicidas de diferentes idades do meio urbano e rural (Asgard, 1990; Finkel & Rosman, 1995; Isometsa, Heikkinen, Henriksson et alii, 1997).”
Errado. A autópsia psicológica é um procedimento retrospectivo com diferentes abordagens.
“Assim, entendendo o suicídio como o ato de se matar intencionalmente e a autópsia psicológica como uma forma de avaliar, após a morte, o que estava na mente da pessoa antes da morte, pode-se conceitualizar a autópsia psicológica como um tipo de estratégia de avaliação restrospectiva, que tem como finalidade reconstruir a biografia da pessoa falecida por meio de entrevistas com terceiros (cônjuge, filhos, pais, amigos, professores, médicos, etc.) e da análise de documentos (pessoais, policiais, acadêmicos, hospitalares, auto da necropsia, etc.). Pode-se dizer, então, que a autópsia psicológica é um procedimento retrospectivo com diferentes abordagens. Há, pois, quatro questões básicas a serem respondidas na autópsia psicológica: “Por quê?”, “Como?”, “De quê?” e “O quê?” E há quatro constructos subjacentes à estratégia da autópsia psicológica: motivação, intencionalidade, letalidade e precipitadores e/ou estressores.”
Certo! Veja:
“A motivação poderá ser compreendida pela identificação das razões psicológicas para morrer, enraizadas na conduta, no pensamento, no estilo de vida e na personalidade como um todo. A avaliação do grau de lucidez, ou seja, do papel consciente do próprio indivíduo, no planejamento, na preparação e na objetivação da ação autodestrutiva, estabelecerá a intenção do sujeito. O grau de letalidade será medido através da identificação da escolha do método. Os precipitadores e/ou estressores são os fatos ou circunstâncias que acionariam o último empurrão para o suicídio. A autópsia psicológica é, então, um tipo de avaliação psicológica que enfoca o elemento que está faltando: a intenção do morto em relação à sua própria morte, e, considerando que a maioria das vítimas comunica de alguma maneira suas intenções, cabe aos psicólogos e psiquiatras encontrar as pistas deixadas atrás por elas.”
Assim, apenas I e III estão corretas.
Nosso gabarito é Letra D.
Fonte: Jurema Alcides Cunha. Psicodiagnóstico-V.– 5. ed. rev. e ampl. – – Porto Alegre : Artmed, 2007.
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