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Sobre a utilização de estudos de caso como método de investigação e pesquisa em neuropsicologia, assinale a alternativa correta.

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Resposta:

A alternativa correta é letra D) E um método útil no âmbito da intervenção neuropsicológica, para a comparação de um mesmo sujeito em diferentes etapas de um processo de reabilitação, por exemplo

Gabarito Letra D

 

Sobre a utilização de estudos de caso como método de investigação e pesquisa em neuropsicologia, assinale a alternativa correta.

 

a) E um tipo de avaliação qualitativa, que não produz impacto na pesquisa, somente para os casos clínicos individualmente

Errado. Pelo contrário, os estudos de caso individuais podem tem grande impacto na pesquisa. Veja:

“Nomes como Phineas Gage e H.M. soam bastante familiares, certo? É impossível não se deparar com eles e tantos outros estudos de caso ao explorar a história e as descobertas atuais da neuropsicologia. Casos isolados abrem portas para estudos mais refinados sobre o funcionamento cerebral de grupos, permitem verificar duplas-dissociações e de particularidades da correlação estrutura-função. A abordagem idiográfica, relacionada à análise das peculiaridades de um caso único, é uma técnica complementar no cenário de neuropsicologia atual e bastante enriquecedora quando também utilizada na clínica. Diferentemente da abordagem nomotética nomológica, na qual o paciente é comparado a uma amostra normativa para verificação de seu desempenho, na abordagem idiográfica, pode-se particularizar a amostra normativa para que seja compatível, do ponto de vista sociodemográfico, com cada paciente, comparando-o diretamente com um grupo clínico de interesse, com ele mesmo em diversas tarefas ou em situações de reavaliação.”

 

b) Atualmente não são mais utilizados, apenas os casos clássicos como os de Phineas-Cage, por exemplo, são relembrados para fins acadêmicos

Errado. Como é possível perceber no trecho apresentado na alternativa anterior, os estudos de caso ainda são utilizados.

 

c) Nos estudos de caso, as avaliações a partir de testes padronizados não são realizadas, priorizando-se a análise qualitativa

Errado. Testes padronizados são, sim, utilizados em estudos de caso.

“No último século, observou-se um intenso desenvolvimento de técnicas estatísticas relacionadas ao uso da metodologia de estudo de caso (Damasceno, 2010). No entanto, muitas dessas técnicas foram desenvolvidas para estudos de caso em série (quando há vários sujeitos clínicos), e poucas para estudos de caso isolados (quando há apenas um sujeito clínico) (Smith, 2012). A disponibilidade de técnicas depende do propósito do estudo de caso que determinará a metodologia em questão. No entanto, o uso de metodologias que utilizam a estatística é necessário para que haja maior segurança ante a interpretação idiográfica a ser realizada. Durante muitos anos, as técnicas visuais foram as mais utilizadas, principalmente em situações de intervenção e reavaliação, mas sem permitir que se verificasse estatisticamente a ocorrência de melhora, estabilidade ou declínio de um paciente acompanhado de forma longitudinal (Manolov, Gast, Perdices, & Evans, 2014).”

 

d) E um método útil no âmbito da intervenção neuropsicológica, para a comparação de um mesmo sujeito em diferentes etapas de um processo de reabilitação, por exemplo

Certo! Veja:

“Entre as diferentes metodologias para comparar o paciente a ele mesmo, seja em reavaliações, períodos pós-intervenção, seja em situações de duplas-dissociações, a análise visual dos dados permanece um método frequente para interpretar os resultados (Lane & Gast, 2013; Manolov et al., 2014). Todavia, na maior parte das vezes, não há medidas estatísticas que comprovem as interpretações visuais com segurança. Ademais, quando é possível ter mais de uma medida nas fases de teste e de reteste, essas análises se tornam mais viáveis com fórmulas estatísticas, uma vez que se pode verificar a comparação entre a média de desempenho pré- e a média de desempenho pós- (Beeson & Robey, 2006). Nesses casos, é possível, inclusive, obter efeitos de magnitude similares ao d de Cohen (Shadish et al., 2013). Em delineamentos simples de teste-reteste com medidas únicas, a carência de fórmulas estatísticas disponíveis se torna visível. O uso do chi-quadrado nessas circunstâncias de casos isolados viola os pressupostos estatísticos, tornando a análise quantitativa passível de erros do tipo I. Crawford e Garthwaite (2006) sugerem, mesmo quando se realiza comparações intrasujeito, que o ideal é ter a mesma comparação (teste-reteste) com um grupo de controles para evitar resultados falsos positivos ou falsos negativos. A partir de dados de uma pequena amostra de controles, é possível construir análises de regressão linear, em que o desempenho pós- do paciente é identificado como dentro ou fora do desempenho esperado de acordo com o teste-reteste da amostra de controles (Crawford & Garthwaite, 2006). Entretanto, caso não haja amostra que tenha realizado teste-reteste nas mesmas condições do paciente, uma metodologia auxiliar se torna possível: o uso do Índice de Mudança Confiável (RCI) (Jacobson & Truax, 1991). Para calcular esse índice, é preciso que se tenha acesso a dados psicométricos da tarefa utilizada, e, portanto, isso é um potencial limitador para testes experimentais, em fase de normatização ou testes neuropsicológicos usados apenas em estudos clínicos”

 

e) São úteis e largamente utilizados, pela facilidade de observação dos fenômenos e por não ser necessário a autorização do examinando por meio do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE)

Errado. O consentimento do avaliando é necessário e sem ele não é possível realizar o estudo.

 

Nosso gabarito é Letra D

 

Referência

MALLOY-DINIZ, Leandro et al. Neuropsicologia: aplicações clínicas. Porto Alegre: Artmed, 2016

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