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Analise as afirmativas abaixo sobre psicodiagnóstico e marque V para as verdadeiras e F, para as falsas:

( ) De modo geral, não existem sinais ou sintomas psicopatológicos totalmente específicos de determinado transtorno mental.

( ) O diagnóstico psicopatológico não é, em inúmeros casos, possível apenas com a observação do curso da doença.

( ) O diagnóstico psicopatológico, com exceção dos quadros psico-orgânicos (delirium, demências, síndromes focais etc.), não é, de modo geral, baseado em possíveis mecanismos etiológicos supostos pelo entrevistador. Baseia-se, principalmente, no perfil de sinais e sintomas apresentados pelo paciente na história da doença e no momento da entrevista.

Marque a alternativa que apresenta a sequência CORRETA, de cima para baixo:

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Resposta:

A alternativa correta é letra E) V, F, V.

Gabarito: Letra E

 

(V) De modo geral, não existem sinais ou sintomas psicopatológicos totalmente específicos de determinado transtorno mental.

Verdadeiro! Os sinais e sintomas psicopatológicos muitas vezes são comuns a vários transtornos.  

“De modo geral, não existem sinais ou sintomas psicopatológicos totalmente específicos de determinado transtorno mental. Além disso, não há sintomas patognomônicos em psiquiatria, como afirma Emil Kraepelin [1913] (1996): Infelizmente não existe, no domínio dos distúrbios psíquicos, um único sintoma mórbido que seja totalmente característico de uma enfermidade [...] devemos evitar atribuir importância característica a um único fenômeno mórbido. [...] O que quase nunca é produzido totalmente de forma idêntica pelos diferentes transtornos mentais é o quadro total, incluindo o desenvolvimento dos sintomas, o curso e o desenlace final da doença. Portanto, o diagnóstico psicopatológico repousa sobre a totalidade dos dados clínicos, momentâneos (exame psíquico) e evolutivos (anamnese, história dos sintomas e evolução do transtorno). É essa totalidade clínica que, detectada, avaliada e interpretada com conhecimento (teórico e científico) e habilidade (clínica e intuitiva), conduz ao diagnóstico psicopatológico”

 

(F) O diagnóstico psicopatológico não é, em inúmeros casos, possível apenas com a observação do curso da doença.

Falso. Pelo contrário, essa observação do curso muitas vezes é a única forma de fazer um diagnóstico.

“O diagnóstico psicopatológico é, em inúmeros casos, apenas possível com a observação do curso da doença. Dessa forma, o padrão evolutivo de determinado quadro clínico obriga o psicopatólogo a repensar e refazer continuamente o seu diagnóstico. Uma das funções do diagnóstico em medicina é prever e prognosticar a evolução e o desfecho da doença (o diagnóstico deve indicar o prognóstico). Porém, às vezes, isso se inverte no contexto da psiquiatria. Não é incomum que o prognóstico, a evolução do caso, obrigue o clínico a reformular o seu diagnóstico inicial.”

 

(V) O diagnóstico psicopatológico, com exceção dos quadros psico-orgânicos (delirium, demências, síndromes focais etc.), não é, de modo geral, baseado em possíveis mecanismos etiológicos supostos pelo entrevistador. Baseia-se, principalmente, no perfil de sinais e sintomas apresentados pelo paciente na história da doença e no momento da entrevista.

Verdadeiro!  Por isso, o diagnóstico psicopatológico deve ser feito com cuidado.

O diagnóstico psicopatológico, com exceção dos quadros psicoorgânicos (delirium, demências, síndromes focais, etc.), não é, de modo geral, baseado em possíveis mecanismos etiológicos supostos pelo entrevistador. Baseiase principalmente no perfil de sinais e sintomas apresentados pelo paciente na história da doença e no momento da entrevista. Por exemplo, ao ouvir do paciente ou familiar uma história de vida repleta de sofrimentos, fatos emocionalmente dolorosos ocorridos pouco antes do eclodir dos sintomas, a tendência natural é estabelecer o diagnóstico de um transtorno psicogênico, como “psicose psicogênica”, “histeria”, “depressão reativa”, etc. Mas isso pode ser um equívoco. A maioria dos quadros psiquiátricos, sejam eles de etiologia “psicogênica”, “endogenética” ou mesmo “orgânica”, surge após eventos estressantes da vida. Além disso, é freqüente que o próprio eclodir dos sintomas psicopatológicos contribua para o desencadeamento de eventos da vida (como perda do cônjuge, separações, perda de emprego, brigas familiares, etc.). Muitas vezes o raciocínio diagnóstico baseado em pressupostos etiológicos mais confunde que esclarece. Deve-se, portanto, manter duas linhas paralelas de raciocínio clínico; uma linha diagnóstica, baseada fundamentalmente na cuidadosa descrição evolutiva e atual dos sintomas que de fato o paciente apresenta, e uma linha etiológica, que busca, na totalidade de dados biológicos, psicológicos e sociais, uma formulação hipotética plausível sobre os possíveis fatores etiológicos envolvidos no caso”

 

Assim, a sequência correta é V F V

Gabarito Letra E

  

Referência

Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais – 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. 

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