Considerando-se a prática do processo psicodiagnóstico na atualidade, é
- A) importante evitar qualquer intervenção durante a sua realização, para que a sua natureza investigativa se consolide.
- B) arriscado considerá-lo apenas em sua dimensão investigativa, excluindo o aspecto terapêutico que lhe é inerente.
- C) imperativo que se eliminem as fronteiras entre investigação e intervenção, uma vez que essa atitude acelera a recuperação psíquica.
- D) imprescindível que ele siga padrões de análise puramente objetivos, para garantir ao processo o status de investigação científica.
- E) essencial que os fenômenos observados durante a sua realização não sejam interpretados à luz de um único paradigma teórico.
Resposta:
A alternativa correta é letra B) arriscado considerá-lo apenas em sua dimensão investigativa, excluindo o aspecto terapêutico que lhe é inerente.
Considerando-se a prática do processo psicodiagnóstico na atualidade, é
A questão está baseada no seguinte texto:
"O afastamento, percebido na atualidade, entre a área da avaliação psicológica e as teorias psicológicas pode ser compreendido, também, pelas reflexões de Barbieri (2008, p. 583). Para ela, o predomínio do pensamento positivista nas Ciências Sociais e Humanas trouxe consigo, ao longo da história, uma dissociação entre pesquisa acadêmica e prática profissional. Essa situação ocasionou um empobrecimento na produção de conhecimentos oriundos do trato direto com as pessoas ou a ele destinados, promovendo um distanciamento daquilo que deveria se constituir na meta principal do nosso trabalho como psicólogos.
É perigoso considerar as práticas avaliativas apenas em sua dimensão investigativa, excluindo os aspectos interventivos e terapêuticos que lhes são inerentes. Para Barbieri (2008), a separação entre as atividades de investigação e de intervenção é resultado do olhar positivista, que busca atingir um ideal de objetividade para a pesquisa científica. A autora entende que um psicodiagnóstico isento de intervenções pode trazer ao paciente muitos malefícios. As entrevistas iniciais empregadas sem intervenção, além de não atingirem seus objetivos de formular o diagnóstico e iniciar o tratamento, desperdiçam a chance de o paciente estabelecer contato com outra pessoa, o que pode resultar em uma experiência terapêutica negativa.
Assim, entende-se que usar o termo "psicodiagnóstico" apenas para as situações em que os testes psicológicos são utilizados com a intenção de tornar mais objetiva a avaliação parece estar em consonância com a visão positivista. Pode-se pensar que a rejeição, por parte de alguns profissionais que realizam avaliações clínicas, ao uso tradicional do termo "psicodiagnóstico" para a descrição das práticas avaliativas é uma forma de manter-se distante da perspectiva positivista de investigação do objeto totalmente separada do observador. Além disso, essa noção está em desacordo com as muitas propostas contemporâneas que debatem a complexidade humana e a intersubjetividade."
Fonte: "Psicodiagnóstico" (Hutz et al.)
Com isso, encontramos a resposta na Letra B.
a) importante evitar qualquer intervenção durante a sua realização, para que a sua natureza investigativa se consolide.
b) arriscado considerá-lo apenas em sua dimensão investigativa, excluindo o aspecto terapêutico que lhe é inerente.
c) imperativo que se eliminem as fronteiras entre investigação e intervenção, uma vez que essa atitude acelera a recuperação psíquica.
d) imprescindível que ele siga padrões de análise puramente objetivos, para garantir ao processo o status de investigação científica.
e) essencial que os fenômenos observados durante a sua realização não sejam interpretados à luz de um único paradigma teórico.
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