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No contexto atual, é correto afirmar que o processo psicodiagnóstico

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Resposta:

A alternativa correta é letra D) pressupõe a adoção de um ponto de vista científico sobre o fenômeno avaliado.


 

No contexto atual, é correto afirmar que o processo psicodiagnóstico

Para a compreensão da correção desta questão, peço ao aluno que não deixe de acompanhar as seguintes observações em destaque divididas em duas partes:

1) Compreensão sobre psicodiagnóstico

2) Modelos principais e passos de um processo psicodiagnóstico

3) Análise das alternativas

 

1) Compreensão sobre psicodiagnóstico

 

Segundo Cunha (2005, p. 105)

O processo psicodiagnóstico é um processo científico e, como tal, parte de perguntas específicas, cujas respostas prováveis se estruturam na forma de hipóteses que serão confirmadas ou não através dos passos seguintes do processo. Geralmente, temos um ponto de partida, que é o encaminhamento. Qualquer pessoa que encaminha um paciente o faz sob a pressuposição de que ele apresenta problemas que têm uma explicação psicológica.”

 
 

2) Modelos principais e passos de um processo psicodiagnóstico

 

Embora no Brasil, o modelo psicodiagnóstico compreensivo (Trinca, 1984) e a proposta fenomenológica (Ancona-Lopez, 1995) sejam frequentemente utilizadas, é o modelo sistematizado por Arzeno (2003) e Ocampo, Arzeno & Piccolo (2005), que foi sintetizado por Cunha et al. (2000), que tem norteado o trabalho de grande parte dos profissionais de psicologia.

Considerando isto, Arzeno (2003) descreve o processo Psicodiagnóstico através de sete etapas; acompanhe através da tabela a seguir:

 

Psicodiagnóstico através de sete etapas (conforme Arzeno - 2003)

1º Passo:

o primeiro passo inclui desde a solicitação da consulta pelo cliente até o primeiro encontro pessoal com o profissional. Nessa fase, é importante observar como é feito o contato inicial, quais as primeiras impressões etc.

2º Passo:

o segundo passo envolve a realização das primeiras entrevistas, quando se busca identificar o motivo latente e manifesto da consulta, as ansiedades e defesas que o paciente, pais e/ou família apresentam, as expectativas e fantasias de doença e de cura que trazem.

3º Passo:

o terceiro passo é o momento de reflexão sobre o material colhido e análise das hipóteses iniciais, para planejamento dos passos seguintes e escolha dos instrumentos diagnósticos a serem empregados.

4º Passo:

o quarto passo é o momento da realização da estratégia diagnóstica planejada – entrevistas e aplicação dos testes e técnicas selecionadas, de acordo com o caso. Em geral, age-se conforme o planejado, mas, se houver necessidade, podem-se introduzir modificações, durante o processo.

5º Passo:

o quinto passo é o momento da análise e integração dos dados levantados. É o estudo conjunto do material apreendido nas entrevistas, nos testes e na história clínica, para obter uma compreensão global do caso. [...]

6º Passo:

o sexto passo é o momento da devolução da informação, que pode ser feita em uma ou mais entrevistas. Geralmente, é realizada de forma separada – uma com o indivíduo que foi trazido como protagonista principal da consulta, e outra com os pais e o restante da família. Frequentemente, durante a entrevista devolutiva, surgem novos elementos, os quais ajudam a validar as conclusões ou esclarecer os pontos obscuros.

7º Passo:

o sétimo passo envolve a elaboração do laudo psicológico com as conclusões diagnósticas e prognósticas, incluindo as recomendações terapêuticas adequadas ao caso. A elaboração do laudo é um aspecto importante do processo, pois, quando malfeito, pode prejudicar o paciente, em vez de ajudá-lo.

  

Com base nas informações supracitadas vamos a análise das alternativas propostas:


a)  identifica uma ou mais características patológicas para o diagnóstico nosológico.

INCORRETA. No processo psicodiagnóstico a identificação de características patológicas não é fator taxativo.


b)  deve integrar os dados de entrevista, validados por resultados de testes psicológicos.

INCORRETA. Os dados de entrevista não devem ser necessariamente validados pelo uso de testes, aliás, no processo de psicodiagnóstico o uso de testes não é obrigatório. Sobre isso Hutz et al. (2016) menciona:

“...encontramos outros autores que defendem a ideia de que o uso de testes pode não ser necessário em um psicodiagnóstico. Conforme Trinca (1983), por exemplo, o uso ou não de testes depende do psicólogo e de seu pensamento clínico em relação a cada paciente”

 


c)  precisa se distinguir claramente do processo de intervenção psicológica.

INCORRETA. Corrigindo: o psicodiagnóstico costuma servir de embasamento para estratégias de intervenção psicológica.

 


d)  pressupõe a adoção de um ponto de vista científico sobre o fenômeno avaliado.

CORRETA. A literatura de Cunha (2005) é compatível com a afirmação de que o processo psicodiagnóstico é cientifico e baseado na investigação de hipóteses especificas, portanto, a opção é VERDADEIRA.


e)  pode ser realizado sem embasamento em paradigmas teóricos.

INCORRETA. Corrigindo: o processo psicodiagnóstico é cientifico, portanto, a análise é conduzida com base em perspectivas epistêmicas legitimas.

 

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Fonte consultada:

ARZENO, M. E. G. Psicodiagnóstico clínico. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2003.

Cunha, J. A. (2005). Psicodiagnóstico V – 5a edição revisada e ampliada. Porto Alegre: Artes Médicas Sul

Hutz, D. R. Bandeira, C. Trentini, & J. S. Krug. (2016). Psicodiagnóstico. Porto Alegre, RS: Artmed.

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