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O psicodiagnóstico abrange qualquer tipo de avaliação psicológica de caráter clínico que se apoie em uma teoria psicológica de base e que adote uma ou mais técnicas (observação, entrevista, testes projetivos, testes psicométricos etc.) reconhecidas pela ciência psicológica. Sobre o psicodiagnóstico, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir.

( ) Uma simples aplicação de um teste deve ser compreendida como psicodiagnóstico.

( ) O psicodiagnóstico deve limitar-se a uma avaliação de sinais e sintomas, tendo como resultado apenas um diagnóstico nosológico.

( ) O termo psicodiagnóstico deve ser usado para descrever um procedimento complexo, interventivo, baseado na coleta de múltiplas informações, que possibilite a elaboração de uma hipótese diagnóstica alicerçada em uma compreensão teórica.

( ) Não se sugere a adoção do termo psicodiagnóstico para situações avaliativas em contextos jurídicos ou organizacionais uma vez que, nessas situações, estão presentes outras variáveis geralmente não encontradas no contexto clínico, como a simulação e a dissimulação conscientes.

A sequência correta é

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Resposta:

A alternativa correta é letra C) (F); (F); (V); (V).

  

   


 

Para a compreensão do assunto que traz a questão, dividiu-se a análise em duas partes:

1) Sobre psicodiagnóstico e objetivos conforme uma avaliação psicológica clínica

2) Análise das alternativas

 
 

1) Sobre psicodiagnóstico e objetivos conforme uma avaliação psicológica clínica

 

Segundo Cunha (2005, p. 106):

 

“O psicodiagnóstico é um processo limitado no tempo. Esclarecidas as questões iniciais e definidas as hipóteses e os objetivos do processo, o psicólogo tem condições de saber qual o tipo de exame que é adequado para chegar a conclusões e, conseqüentemente, pode prever o tempo necessário para realizá-lo. A duração de um psicodiagnóstico constitui uma estimativa do tempo em que se pode operacionalizar as tarefas implícitas pelo plano de avaliação

 

Explorando as possibilidades dos objetivos de um psicodiagnóstico, conforme avaliação psicológica, confira o que preconiza Cunha (2005, p. 27):

OBJETIVOS DE UMA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA CLÍNICA

Fonte: Cunha, Jurema e Colaboradores. Psicodiagnóstico V. Porto Alegre: Artes Médicas; 2005.

Classificação simples

O exame compara a amostra do comportamento do examinando com os resultados de outros sujeitos da população geral ou de grupos específicos, com condições demográficas equivalentes; esses resultados são fornecidos em dados quantitativos, classificados sumariamente, como em uma avaliação de nível intelectual

Descrição

Ultrapassa a classificação simples, interpretando diferenças de escores, identificando forças e fraquezas e descrevendo o desempenho do paciente, como em uma avaliação de déficits neuropsicológicos.

Classificação nosológica

Hipóteses iniciais são testadas, tomando como referência critérios diagnósticos

Diagnóstico diferencial

São investigadas irregularidades ou inconsistências do quadro sintomático, para diferenciar alternativas diagnósticas, níveis de funcionamento ou a natureza da patologia.

Avaliação compreensiva

É determinado o nível de funcionamento da personalidade, são examinadas as funções do ego, em especial a de insight, condições do sistema de defesas, para facilitar a indicação de recursos terapêuticos e prever a possível resposta aos mesmos

Entendimento Dinâmico

Ultrapassa o objetivo anterior, por pressupor um nível mais elevado de inferência clínica, havendo vendo uma integração de dados com base teórica. Permite chegar a explicações de aspectos comportamentais nem sempre acessíveis na entrevista, à antecipação de fontes de dificuldades na terapia e à definição de focos terapêuticos, etc

Prevenção

Procura identificar problemas precocemente, avaliar riscos, fazer uma estimativa de forças e fraquezas do ego, de sua capacidade para enfrentar situações novas, difíceis, estressantes.

Prognóstico

Determina o curso provável do caso.

Perícia Forense

Fornece subsídios para questões relacionadas com “insanidade”, competência para o exercício das funções de cidadão, avaliação de incapacidades ou patologias que podem se associar com infrações da lei, etc.

 
 

2) Análise das alternativas

 

( F ) Uma simples aplicação de um teste deve ser compreendida como psicodiagnóstico.

FALSO. Citando contribuições de outros autores sobre o tema, Hutz et al. (2016):

“...não é o uso ou não de testes, ou de determinados tipos de testes, que configura a realização de um psicodiagnóstico, uma vez que, em alguns casos, o psicólogo abrirá mão do uso de testes, especialmente quando não houver testes validados no mercado.”

 

( F ) O psicodiagnóstico deve limitar-se a uma avaliação de sinais e sintomas, tendo como resultado apenas um diagnóstico nosológico.

FALSO. Note que o psicodiagnóstico poder ter um ou vários objetivos, no caso, classificação simples, descrição, classificação nosológica (nome da doença), diagnóstico deferencial, avaliação compreensiva, entendimento dinâmico, prevenção, prognóstico e perícia forense.

 

( V ) O termo psicodiagnóstico deve ser usado para descrever um procedimento complexo, interventivo, baseado na coleta de múltiplas informações, que possibilite a elaboração de uma hipótese diagnóstica alicerçada em uma compreensão teórica.

VERDADEIRO. Corroborando a assertiva, de acordo com Hutz et al. (2016):

“Reservamos o termo para descrever um procedimento complexo, interventivo, baseado na coleta de múltiplas informações, que possibilite a elaboração de uma hipótese diagnóstica alicerçada em uma compreensão teórica.”

 

( V ) Não se sugere a adoção do termo psicodiagnóstico para situações avaliativas em contextos jurídicos ou organizacionais uma vez que, nessas situações, estão presentes outras variáveis geralmente não encontradas no contexto clínico, como a simulação e a dissimulação conscientes.

VERDADEIRO. Conforme Hutz et al. (2016):

Não sugerimos a adoção do termo para situações avaliativas em contextos jurídicos ou organizacionais, uma vez que, nessas situações, estão presentes outras variáveis geralmente não encontradas no contexto clínico, como a simulação e a dissimulação conscientes. Também não compreendemos que o psicodiagnóstico se limite, em todos os casos, a uma avaliação de sinais e sintomas, tendo com resultado apenas um diagnóstico nosológico, o que se aproximaria muito de uma avaliação psiquiátrica.”

 
 

Considerando a análise das proposições apresentadas, ratifica-se que SÃO VERDADEIRAS as afirmativas “III e IV”, resultando na sequência “(F); (F); (V); (V)”, corroborando-se, portanto, que a alternativa que apresenta a opção CERTA encontra-se na LETRA “C”.

 

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Fontes consultadas:

Psicodiagnóstico [recurso eletrônico] / Organizadores, Claudio Simon Hutz ... [et al.]. – Porto Alegre : Artmed, 2016.

Cunha, J. A. (2005). Psicodiagnóstico V – 5a edição revisada e ampliada. Porto Alegre: Artes Médicas Sul.

 
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