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Questões Sobre Psicodiagnóstico - Psicologia - concurso

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291) Em relação ao psicodiagnóstico infantil (HUTZ, et. al., 2016), o que NÃO deve ser levado em consideração durante as entrevistas do processo avaliativo?

  • A) Afetos predominantes e forma de se comunicar.

  • B) A história pregressa e atual da criança.

  • C) A aparência física e os hábitos de higiene.

  • D) A padronização na avaliação e na aplicação dos testes.

  • E) Relacionamentos com irmãos e amigos.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra D) A padronização na avaliação e na aplicação dos testes.

Gabarito: Letra D

 

Em relação ao psicodiagnóstico infantil (HUTZ, et. al., 2016), o que NÃO deve ser levado em consideração durante as entrevistas do processo avaliativo?

 

Vamos, primeiro, ver o que Hutz considera que deve ser levado em consideração nesse contexto:

“Trabalhar com crianças implica conhecer como seus conflitos integram a dinâmica do sistema familiar (Yanof, 2006). O diagnóstico é sustentado pela análise de informações referentes à história da família, às rotinas de seus membros, às suas condições financeiras e à presença ou não de uma rede de apoio, como empregada, babá, etc. Também se avaliam as características pessoais e profissionais dos pais do paciente, uma vez que, como lembram Blinder e colaboradores (2011), devem-se considerar no diagnóstico as histórias e os desejos dos pais que sobredeterminam as características do filho. Do ponto de vista individual, leva-se em consideração o sexo da criança, sua história pregressa e atual, a aparência física, os hábitos de higiene, os afetos predominantes, a forma de se comunicar, a situação escolar, as preferências pessoais, relacionamentos com irmãos e amigos e como lida com sua privacidade.”

 

a) Afetos predominantes e forma de se comunicar.

Errado. Isso deve ser considerado.

 

b) A história pregressa e atual da criança.

Errado. Isso deve ser considerado.

 

c) A aparência física e os hábitos de higiene.

Errado. Isso deve ser considerado.

 

d) A padronização na avaliação e na aplicação dos testes.

Certo. Os requisitos mínimos para utilização de um teste devem ser considerados na escolha dos instrumentos para avaliação psicológica de qualquer pessoa, e não durante a avaliação da criança.

 

e) Relacionamentos com irmãos e amigos.

Errado. Isso deve ser considerado.

 

Nosso gabarito é Letra D

Referência

Hutz, C. S., Bandeira, D. R., Trentini, C. M., & Krug, J. S. (Orgs.) (2016). Psicodiagnóstico. Porto Alegre: Artmed.

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292) Sobre Psicodiagnóstico, analise as afirmativas abaixo:

 

I– O psicodiagnóstico, além de ser um procedimento científico (Por ser derivado de um levantamento prévio de hipóteses, confirmadas ou invalidadas por passos predeterminados e com objetivos específicos.).

 

II– É limitado no tempo, pois ao estabelecer contato prévio com o cliente ou seu responsável, para colher os dados principais, pode-se estabelecer um plano de avaliação, assim como estimar o tempo necessário para sua realização.

 

III– Os objetivos desse tipo de diagnóstico podem variar entre a classificação simples, classificação nosológica (nome da doença), descrição, diagnóstico diferencial, avaliação compreensiva, entendimento dinâmico, prevenção, prognóstico e perícia forense.

 

IV– Este procedimento necessariamente utiliza-se de testes psicológicos – cujo uso é exclusivo dos psicólogos – diferentemente da avaliação psicológica, na qual o psicólogo pode ou não lançar mão desses instrumentos.

 

Todas as afirmativas estão corretas na alternativa:

  • A) I, III e IV

  • B) II e III.

  • C) II, III e IV.

  • D) I, II, III e IV.

  • E) I, II e III.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra D) I, II, III e IV.

 

Sobre Psicodiagnóstico, analise as afirmativas abaixo:

 

I- O psicodiagnóstico, além de ser um procedimento científico (Por ser derivado de um levantamento prévio de hipóteses, confirmadas ou invalidadas por passos predeterminados e com objetivos específicos.).

 

Essa afirmativa está de acordo com o seguinte trecho do livro "Psicodiagnóstico-V" de Cunha:

 

"Caracterizamos o psicodiagnóstico como um processo científico, porque deve partir de um levantamento prévio de hipóteses que serão confirmadas ou infirmadas através de passos predeterminados e com objetivos precisos. Tal processo é limitado no tempo, baseado num contrato de trabalho entre paciente ou responsável e o psicólogo, tão logo os dados iniciais permitam estabelecer um plano de avaliação e, portanto, uma estimativa do tempo necessário (número aproximado de sessões de exame)."

 

Assertiva Correta.

 

II- É limitado no tempo, pois ao estabelecer contato prévio com o cliente ou seu responsável, para colher os dados principais, pode-se estabelecer um plano de avaliação, assim como estimar o tempo necessário para sua realização.

 

Afirmativa de acordo com Cunha:

   

"Caracterizamos o psicodiagnóstico como um processo científico, porque deve partir de um levantamento prévio de hipóteses que serão confirmadas ou infirmadas através de passos predeterminados e com objetivos precisos. Tal processo é limitado no tempo, baseado num contrato de trabalho entre paciente ou responsável e o psicólogo, tão logo os dados iniciais permitam estabelecer um plano de avaliação e, portanto, uma estimativa do tempo necessário (número aproximado de sessões de exame)."

 

Assertiva Correta.

 

III- Os objetivos desse tipo de diagnóstico podem variar entre a classificação simples, classificação nosológica (nome da doença), descrição, diagnóstico diferencial, avaliação compreensiva, entendimento dinâmico, prevenção, prognóstico e perícia forense.

 

Essa afirmativa também está de acordo os objetivos citados no livro de Cunha.

 

Assertiva Correta.

 

IV- Este procedimento necessariamente utiliza-se de testes psicológicos – cujo uso é exclusivo dos psicólogos – diferentemente da avaliação psicológica, na qual o psicólogo pode ou não lançar mão desses instrumentos.

 

Mais uma afirmativa de acordo com Cunha:

 

"Já disseram e repetimos que, enquanto os psicólogos em geral realizam avaliações, os psicólogos clínicos, entre outras tarefas, realizam psicodiagnósticos. Pode-se dizer que avaliação psicológica é um conceito muito amplo. Psicodiagnóstico é uma avaliação psicológica, feita com propósitos clínicos e, portanto, não abrange todos os modelos de avaliação psicológica de diferenças individuais.

(...)

Psicodiagnóstico é um processo científico, limitado no tempo, que utiliza técnicas e testes psicológicos (input), em nível individual ou não, seja para entender problemas à luz de pressupostos teóricos, identificar e avaliar aspectos específicos, seja para classificar o caso e prever seu curso possível, comunicando os resultados (output), na base dos quais são propostas soluções, se for o caso.

 

Assertiva Correta.

 

Portanto, todas as afirmativas estão corretas. Encontramos a resposta na Letra D.

 

Todas as afirmativas estão corretas na alternativa:

 

a)  I, III e IV

b)  II e III.

c)  II, III e IV.

d)  I, II, III e IV.

e)  I, II e III.

293) No contexto atual, é correto afirmar que o processo psicodiagnóstico

  • A) identifica uma ou mais características patológicas para o diagnóstico nosológico.
  • B) deve integrar os dados de entrevista, validados por resultados de testes psicológicos.
  • C) precisa se distinguir claramente do processo de intervenção psicológica.
  • D) pressupõe a adoção de um ponto de vista científico sobre o fenômeno avaliado.
  • E) pode ser realizado sem embasamento em paradigmas teóricos.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra D) pressupõe a adoção de um ponto de vista científico sobre o fenômeno avaliado.


 

No contexto atual, é correto afirmar que o processo psicodiagnóstico

Para a compreensão da correção desta questão, peço ao aluno que não deixe de acompanhar as seguintes observações em destaque divididas em duas partes:

1) Compreensão sobre psicodiagnóstico

2) Modelos principais e passos de um processo psicodiagnóstico

3) Análise das alternativas

 

1) Compreensão sobre psicodiagnóstico

 

Segundo Cunha (2005, p. 105)

O processo psicodiagnóstico é um processo científico e, como tal, parte de perguntas específicas, cujas respostas prováveis se estruturam na forma de hipóteses que serão confirmadas ou não através dos passos seguintes do processo. Geralmente, temos um ponto de partida, que é o encaminhamento. Qualquer pessoa que encaminha um paciente o faz sob a pressuposição de que ele apresenta problemas que têm uma explicação psicológica.”

 
 

2) Modelos principais e passos de um processo psicodiagnóstico

 

Embora no Brasil, o modelo psicodiagnóstico compreensivo (Trinca, 1984) e a proposta fenomenológica (Ancona-Lopez, 1995) sejam frequentemente utilizadas, é o modelo sistematizado por Arzeno (2003) e Ocampo, Arzeno & Piccolo (2005), que foi sintetizado por Cunha et al. (2000), que tem norteado o trabalho de grande parte dos profissionais de psicologia.

Considerando isto, Arzeno (2003) descreve o processo Psicodiagnóstico através de sete etapas; acompanhe através da tabela a seguir:

 

Psicodiagnóstico através de sete etapas (conforme Arzeno - 2003)

1º Passo:

o primeiro passo inclui desde a solicitação da consulta pelo cliente até o primeiro encontro pessoal com o profissional. Nessa fase, é importante observar como é feito o contato inicial, quais as primeiras impressões etc.

2º Passo:

o segundo passo envolve a realização das primeiras entrevistas, quando se busca identificar o motivo latente e manifesto da consulta, as ansiedades e defesas que o paciente, pais e/ou família apresentam, as expectativas e fantasias de doença e de cura que trazem.

3º Passo:

o terceiro passo é o momento de reflexão sobre o material colhido e análise das hipóteses iniciais, para planejamento dos passos seguintes e escolha dos instrumentos diagnósticos a serem empregados.

4º Passo:

o quarto passo é o momento da realização da estratégia diagnóstica planejada – entrevistas e aplicação dos testes e técnicas selecionadas, de acordo com o caso. Em geral, age-se conforme o planejado, mas, se houver necessidade, podem-se introduzir modificações, durante o processo.

5º Passo:

o quinto passo é o momento da análise e integração dos dados levantados. É o estudo conjunto do material apreendido nas entrevistas, nos testes e na história clínica, para obter uma compreensão global do caso. [...]

6º Passo:

o sexto passo é o momento da devolução da informação, que pode ser feita em uma ou mais entrevistas. Geralmente, é realizada de forma separada – uma com o indivíduo que foi trazido como protagonista principal da consulta, e outra com os pais e o restante da família. Frequentemente, durante a entrevista devolutiva, surgem novos elementos, os quais ajudam a validar as conclusões ou esclarecer os pontos obscuros.

7º Passo:

o sétimo passo envolve a elaboração do laudo psicológico com as conclusões diagnósticas e prognósticas, incluindo as recomendações terapêuticas adequadas ao caso. A elaboração do laudo é um aspecto importante do processo, pois, quando malfeito, pode prejudicar o paciente, em vez de ajudá-lo.

  

Com base nas informações supracitadas vamos a análise das alternativas propostas:


a)  identifica uma ou mais características patológicas para o diagnóstico nosológico.

INCORRETA. No processo psicodiagnóstico a identificação de características patológicas não é fator taxativo.


b)  deve integrar os dados de entrevista, validados por resultados de testes psicológicos.

INCORRETA. Os dados de entrevista não devem ser necessariamente validados pelo uso de testes, aliás, no processo de psicodiagnóstico o uso de testes não é obrigatório. Sobre isso Hutz et al. (2016) menciona:

“...encontramos outros autores que defendem a ideia de que o uso de testes pode não ser necessário em um psicodiagnóstico. Conforme Trinca (1983), por exemplo, o uso ou não de testes depende do psicólogo e de seu pensamento clínico em relação a cada paciente”

 


c)  precisa se distinguir claramente do processo de intervenção psicológica.

INCORRETA. Corrigindo: o psicodiagnóstico costuma servir de embasamento para estratégias de intervenção psicológica.

 


d)  pressupõe a adoção de um ponto de vista científico sobre o fenômeno avaliado.

CORRETA. A literatura de Cunha (2005) é compatível com a afirmação de que o processo psicodiagnóstico é cientifico e baseado na investigação de hipóteses especificas, portanto, a opção é VERDADEIRA.


e)  pode ser realizado sem embasamento em paradigmas teóricos.

INCORRETA. Corrigindo: o processo psicodiagnóstico é cientifico, portanto, a análise é conduzida com base em perspectivas epistêmicas legitimas.

 

_______________

Fonte consultada:

ARZENO, M. E. G. Psicodiagnóstico clínico. 2. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 2003.

Cunha, J. A. (2005). Psicodiagnóstico V – 5a edição revisada e ampliada. Porto Alegre: Artes Médicas Sul

Hutz, D. R. Bandeira, C. Trentini, & J. S. Krug. (2016). Psicodiagnóstico. Porto Alegre, RS: Artmed.

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294) A entrevista inicial para a realização de um processo psicodiagnóstico infantil

  • A) deve incluir orientações aos pais em relação à importância de que a criança seja informada primeiramente pelo psicólogo sobre os motivos de sua avaliação.
  • B) é um momento importante para a coleta de informações relacionadas à criança, que são fundamentais para o delineamento do plano de avaliação.
  • C) precisa ser realizada, quando foi solicitado por terceiros, com o profissional que identificou a necessidade da investigação.
  • D) deve incluir um contato inicial somente com a criança, para formação da aliança terapêutica e, posteriormente, com os pais.
  • E) tem início com esclarecimentos que visam a desmistificação das fantasias dos pais em relação aos conflitos da criança.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra B) é um momento importante para a coleta de informações relacionadas à criança, que são fundamentais para o delineamento do plano de avaliação.


 

A entrevista inicial para a realização de um processo psicodiagnóstico infantil

 

Segundo o Código de Ética do Psicólogo (2005):

 
  • Art. 8º – Para realizar atendimento não eventual de criança, adolescente ou interdito, o psicólogo deverá obter autorização de ao menos um de seus responsáveis, observadas as determinações da legislação vigente: §1° – No caso de não se apresentar um responsável legal, o atendimento deverá ser efetuado e comunicado às autoridades competentes;
 
  • Art. 13 – No atendimento à criança, ao adolescente ou ao interdito, deve ser comunicado aos responsáveis o estritamente essencial para se promoverem medidas em seu benefício.
 
 

a)  deve incluir orientações aos pais em relação à importância de que a criança seja informada primeiramente pelo psicólogo sobre os motivos de sua avaliação.

INCORRETA. Na realidade, analisando pela perspectiva da entrevista inicial, parte dos motivos da avaliação da criança, costumam estar embutidos, de uma certa forma, no encaminhamento do outro profissional ou na própria demanda apresentada pelos pais.

  

b)  é um momento importante para a coleta de informações relacionadas à criança, que são fundamentais para o delineamento do plano de avaliação.

GABARITO DA BANCA. Embora a entrevista inicial seja considerada importante para a coleta de informações do paciente, note que a informação trazida por Cunha (2005, p. 108) contraria a última parte da afirmativa da banca:

“Assim, a primeira entrevista já pode ser estruturada de maneira a permitir a resolução de algumas questões diagnósticas. Então, a entrevista já faz parte do plano de avaliação, não sendo utilizada principalmente para oferecer subsídios para o delineamento do plano de avaliação.”

  

c)  precisa ser realizada, quando foi solicitado por terceiros, com o profissional que identificou a necessidade da investigação.

INCORRETA. A assertiva vai de encontro a habilitação do profissional de psicologia para este fim, portanto, alternativa FALSA.

 

d)  deve incluir um contato inicial somente com a criança, para formação da aliança terapêutica e, posteriormente, com os pais.

INCORRETA. A informação contraria o que traz o Código de Ética do Psicólogo nos artigos supracitados, portanto, opção ERRADA.

 

e)  tem início com esclarecimentos que visam a desmistificação das fantasias dos pais em relação aos conflitos da criança.

INCORRETA. Note que se trata da entrevista inicial, dessa forma, o psicólogo ainda não tem material consistente e nem suficiente sobre a problemática da criança, portanto, opção FALSA.

 

_______________

Fonte consultada:

Cunha, J. A. (2005). Psicodiagnóstico V – 5a edição revisada e ampliada. Porto Alegre: Artes Médicas Sul

295) O processo psicodiagnóstico é um processo científico e, como tal, parte de perguntas específicas, cujas respostas prováveis se estruturam na forma de hipóteses que serão confirmadas ou não através dos passos seguintes do processo, assim é CORRETO afirmar que esses processos são:

  • A) Levantamento, Interpretação e Diagnóstico.
  • B) Levantamento, Análise, Interpretação e Integração dos dados.
  • C) Análise, Interpretação, Prognóstico e Diagnóstico.
  • D) Análise, Levantamento, Integração dos Dados e Diagnóstico.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra B) Levantamento, Análise, Interpretação e Integração dos dados.

Gabarito: Letra B

O processo psicodiagnóstico é um processo científico e, como tal, parte de perguntas específicas, cujas respostas prováveis se estruturam na forma de hipóteses que serão confirmadas ou não através dos passos seguintes do processo, assim é CORRETO afirmar que esses processos são:
a)  Levantamento, Interpretação e Diagnóstico.
b)  Levantamento, Análise, Interpretação e Integração dos dados.
c)  Análise, Interpretação, Prognóstico e Diagnóstico.
d)  Análise, Levantamento, Integração dos Dados e Diagnóstico.

Após o levantamento de hipóteses iniciais e da definição dos instrumentos utilizados, deve-se fazer o levantamento, a análise, a interpretação e integração dos dados. Não há como fazer análise antes do levantamento dos dados, nem fornecer diagnóstico sem integrá-los. Quem traz essa sequência dessa forma é Jurema Alcides Cunha. Veja:

LEVANTAMENTO, ANÁLISE, INTERPRETAÇÃO E INTEGRAÇÃO DOS DADOS

Independentemente das informações dos testes, nesse momento, o psicólogo já possui um acervo de observações que constitui uma amostra do comportamento do paciente durante as várias sessões em que transcorreu o processo diagnóstico, desde o contato inicial até a última técnica utilizada. Em resumo, é capaz de descrever o paciente. Uma revisão das observações feitas é indicada para melhor entendimento da maneira como respondeu à situação do psicodiagnóstico. Dependendo dos objetivos do exame, um sumário de tais observações já constituirá uma parte introdutória do laudo. Convém, também, fazer um exame da história clínica, cujas informações poderão contribuir para atribuir significação a alguns dados e interpretar conteúdos do material da testagem. Dessa maneira, o relato sistematizado da história clínica não só constituirá uma outra etapa vencida para certos tipos de laudo, como também ajudará o psicólogo a se preparar para entender os dados colhidos. Isso não significa que o psicólogo vá procurar nos testes a confirmação de dados situacionais ou históricos, mas que se capacite para atribuir significação às respostas e aos escores que obtém, que podem diferir, muitas vezes, conforme variáveis demográficas e características do funcionamento do examinando. É necessário recapitular, então, as hipóteses levantadas inicialmente e no decorrer do processo, tendo em mente os objetivos do exame. As hipóteses levantadas servirão de critérios para a análise e seleção dos dados úteis, enquanto os objetivos fornecerão um enquadramento para a sua integração. Desta maneira, as perguntas indicarão que respostas devem ser buscadas, confirmando ou não as hipóteses. A presença de mais ou menos indícios e a sua compatibilidade e intervalidação permitirão hierarquizar a importância dos dados obtidos. O objetivo do exame norteará a organização de tais informações. Nos testes quantitativos, se ainda não o fez, atribua escores para as respostas. No caso das escalas Wechsler, o escore bruto deve ser transformado em ponderado. Em algumas dessas escalas, se administrou mais ou menos subtestes que os previstos para cálculo do QI, lembre-se de efetuar a transformação proporcional da contagem ponderada antes de determiná-lo. Além disso, deve verificar o percentil correspondente, o percentual da população em que se localiza o QI, calcular as médias dos escores em cada escala e considerar o desvio padrão da média do sujeito e da população antes de chegar a um entendimento do caso. A contagem, em alguns outros testes, deverá ser transformada em percentis, em quartis ou em escores T. Tais dados devem ser analisados e entendidos. Resultados de testes psicométricos são medidas estatísticas que, individualmente, podem subentender sistemas diversos, de maneira que é importante o psicólogo se familiarizar com sua significação e equivalência. Se tiver alguma dificuldade prática nesse sentido, a consulta ao item sobre entendimento dos dados, no Capítulo 14, sobre Avaliação psicométrica, nesta edição, é recomendada. Outros testes, que medem funções específicas, em geral usam os mesmos sistemas que os testes de inteligência, de maneira que a leitura desse texto ajudará a clarear certas dúvidas. Dependendo dos objetivos do exame e das hipóteses levantadas, provavelmente, a essa altura, algumas respostas podem ter sido encontradas. Em alguns outros testes, como o Bender, por exemplo, que, conforme o enfoque adotado, também envolve contagem, é necessário interpretar a significação do escore, eventualmente comparando-o com a média e o desvio padrão para a idade do paciente. Mesmo que o teste seja dito projetivo, muitas vezes é necessária a consideração de números brutos de percentuais ou da relação numérica entre escores de categorias, como no Rorschach. Damos ênfase aos dados quantitativos, uma vez que, havendo mais pesquisas a respeito, oferecem uma base probabilística maior de acerto do que as informações oriundas de uma análise qualitativa (Exner, 1983). No entanto, quando se pretende ter uma compreensão dinâmica sobre o paciente, muitas vezes, para fundamentar a formulação diagnóstica ou para chegar a uma orientação sobre o caso, os dados qualitativos assumem grande importância. Por outro lado, se os dados qualitativos perdem em objetividade para os dados quantitativos, podem ser validados, no caso individual, com a corroboração de alguns indícios por outros, e, por sua vez, a integração pode ficar consubstanciada por um embasamento teórico, que encontre denominadores comuns na história clínica e no comportamento sintomático atual.”

 

Nosso gabarito é Letra B.

 

Referência

CUNHA, Jurema Alcides. Psicodiagnstico-V. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 2000

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296) A avaliação psicológica aplicada a adultos deve considerar as especificidades dessa fase da vida. De acordo com Oliveira e Silva, inspirados em Hutterman, as demandas referentes aos aspectos emocionais do desenvolvimento do adulto podem ser organizadas em cinco domínios, a saber:

  • A) relacionamento romântico; vida familiar; vida profissional; vida social; e desenvolvimento cognitivo comportamental.
  • B) relacionamento romântico; opção de gênero; vida profissional; desenvolvimento cognitivo comportamental; e alterações físicas.
  • C) opção de gênero; vida familiar; vida profissional; vida social; e alterações físicas.
  • D) relacionamento romântico; vida familiar; vida profissional; opção de gênero; e alterações físicas.
  • E) relacionamento romântico; vida familiar; vida profissional; vida social; e alterações físicas.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra E) relacionamento romântico; vida familiar; vida profissional; vida social; e alterações físicas.

Gabarito: Letra E

A avaliação psicológica aplicada a adultos deve considerar as especificidades dessa fase da vida. De acordo com Oliveira e Silva, inspirados em Hutterman, as demandas referentes aos aspectos emocionais do desenvolvimento do adulto podem ser organizadas em cinco domínios, a saber:
a)  relacionamento romântico; vida familiar; vida profissional; vida social; e desenvolvimento cognitivo comportamental.
b)  relacionamento romântico; opção de gênero; vida profissional; desenvolvimento cognitivo comportamental; e alterações físicas.
c)  opção de gênero; vida familiar; vida profissional; vida social; e alterações físicas.
d)  relacionamento romântico; vida familiar; vida profissional; opção de gênero; e alterações físicas.
e)  relacionamento romântico; vida familiar; vida profissional; vida social; e alterações físicas.

 

Os domínios em que as demandas desenvolvimentais do adulto podem ser organizadas são: relacionamento romântico; vida familiar; vida profissional; vida social; e alterações físicas. Vamos relembrar cada uma delas:

“Referente aos aspectos emocionais, observa-se que os adultos têm demandas específicas quando comparados às das crianças e adolescentes. Hutteman et al. (2014) propõem que as demandas desenvolvimentais do adulto podem ser organizadas em cinco domínios, a saber, (1) relacionamento romântico, (2) vida familiar, (3) vida profissional, (4) vida social, e (5) alterações físicas. Para cada domínio, os autores descrevem tarefas específicas para as três fases da adultez, a saber, jovens adultos (18- 30 anos), médios adultos (30-60 anos) e velhos adultos (> 60 anos). Os autores também sugerem tarefas não normativas para cada um dos cinco domínios, isto é, tarefas que não estão vinculadas a nenhuma faixa etária específica e que podem eventualmente acontecer em qualquer momento da vida adulta. A seguir são apresentadas as principais tarefas descritas pelos referidos autores:

(1) Domínio Relacionamento Romântico: os autores sugerem que a tarefa dos jovens adultos é selecionar um parceiro e aprender a conviver com ele. A tarefa do médio adulto é manter um satisfatório relacionamento romântico e a tarefa do velho adulto é se adaptar à morte ou ao decréscimo da saúde do cônjuge. As tarefas não normativas são lidar com o divórcio, encontrar um novo parceiro e o recasamento.

(2) Domínio Vida Familiar: a tarefa do jovem adulto é começar uma família, criar filhos e administrar um lar. A tarefa do médio adulto é orientar os adolescentes a se tornarem adultos felizes e responsáveis, e se adaptar ao envelhecimento de seus pais. O velho adulto deve adotar e adaptar papéis sociais de forma flexível e cuidar dos netos. As tarefas não normativas são cuidar de um doente crônico e lidar com a separação da família devido a oportunidades de migração ou de trabalho.

(3) Domínio Vida Profissional: as tarefas do jovem adulto são continuar com a educação de nível superior, iniciar uma ocupação e assumir responsabilidade cívica. As tarefas do médio adulto são alcançar e manter um desempenho satisfatório em sua carreira, e alcançar uma responsabilidade social e cívica. A tarefa do velho adulto é se adaptar à aposentadoria e à redução da renda financeira. A tarefa não normativa são lidar com as mudanças na situação de emprego.

(4) Domínio da Vida Social: a tarefa do jovem adulto é encontrar um grupo social agradável. As tarefas do médio adulto são desenvolver atividades de lazer adultas e estabelecer um satisfatório balanço entre vida profissional e pessoal. A tarefa do velho adulto é estabelecer uma filiação explícita com pessoas do mesmo grupo etário. A tarefa não normativa é estabelecer novos contatos sociais após relocações.

(5) Domínio Alterações Físicas: o jovem adulto está no pico de fertilidade. A tarefa do médio adulto é aceitar e se adaptar às mudanças físicas da meia-idade (menopausa ou perda de cabelo). As tarefas do velho adulto é estabelecer medidas satisfatórias de uma vida fisicamente ativa e adaptar-se à diminuição da força física e da saúde. A tarefa não normativa é lidar com doenças graves.”

 

Nosso gabarito é Letra E

 

Referência

Lins, M. R. C., & Borsa, J. C. (Eds.). (2017). Avaliação Psicológica: Aspectos teóricos e práticos. Petrópolis, RJ: Vozes.

297) Leia o caso que segue:

“Pedro, um menino de 8 anos, morava com sua mãe e avó em uma cidade do interior e não frequentava a escola. O pai da criança não convive com a família, mas esporadicamente os visitava. Segundo a mãe da criança, seu filho começou a manifestar comportamentos atípicos: irritabilidade, agitação psicomotora, choro fácil e resistência para ir ao coIégio, o que motivou sua mãe a retirá-lo da escola e buscar consulta com um psicólogo.- Considerando o caso, julgue os itens a seguir, à luz do Código de Ética Profissional do Psicólogo, e marque a alternativa correta.

  • A) Para realizar o atendimento, o psicólogo deverá ter a autorização do pai e da mãe da criança.

  • B) O psicólogo não necessita de autorização dos responsáveis para realizar o atendimento.

  • C) Para realizar o atendimento, o psicólogo deverá comunicar o juiz da cidade.

  • D) Apenas a autorização da mãe da criança é o suficiente para realizar o atendimento.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra D) Apenas a autorização da mãe da criança é o suficiente para realizar o atendimento.

 

"Pedro, um menino de 8 anos, morava com sua mãe e avó em uma cidade do interior e não frequentava a escola. O pai da criança não convive com a família, mas esporadicamente os visitava. Segundo a mãe da criança, seu filho começou a manifestar comportamentos atípicos: irritabilidade, agitação psicomotora, choro fácil e resistência para ir ao coIégio, o que motivou sua mãe a retirá-lo da escola e buscar consulta com um psicólogo.- Considerando o caso, julgue os itens a seguir, à luz do Código de Ética Profissional do Psicólogo, e marque a alternativa correta.

 
 

Segundo o Código de Ética do Psicólogo (2005):

 
  • Art. 8º – Para realizar atendimento não eventual de criança, adolescente ou interdito, o psicólogo deverá obter autorização de ao menos um de seus responsáveis, observadas as determinações da legislação vigente: §1° – No caso de não se apresentar um responsável legal, o atendimento deverá ser efetuado e comunicado às autoridades competentes;
 
  • Art. 13 – No atendimento à criança, ao adolescente ou ao interdito, deve ser comunicado aos responsáveis o estritamente essencial para se promoverem medidas em seu benefício.
 
 

a)  Para realizar o atendimento, o psicólogo deverá ter a autorização do pai e da mãe da criança.

INCORRETA. Corrigindo: apenas a autorização da mãe da criança já seria o suficiente para efetivar o atendimento.

 

b)  O psicólogo não necessita de autorização dos responsáveis para realizar o atendimento.

INCORRETA. A assertiva contraria o que traz o Código de Ética (2005).

  

c)  Para realizar o atendimento, o psicólogo deverá comunicar o juiz da cidade.

INCORRETA. Na demanda apresentada a criança apresenta responsáveis legais, não levando a necessidade de que o atendimento seja comunicado às autoridades competentes.

 

d)  Apenas a autorização da mãe da criança é o suficiente para realizar o atendimento.

CORRETA. A afirmação é compatível com a recomendação preconizada pelo Código de Ética (2005), portanto, alternativa VERDADEIRA.

  

_______________

Fonte consultada:

Conselho Federal de Psicologia_ CFP (2005). Código de Ética Profissional do Psicólogo. Disponível em  https://bit.ly/359lRgj

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298) Considere o processo dlagnóstico em saúde mental e assinale a resposta incorreta.

  • A) O diagnóstico de um transtorno psiquiátrico é quase sempre baseado preponderantemente nos dados clínicos.
  • B) O diagnóstico psicopatol6gico, com exceção dos quadros psico-orgânlcos (delirium, demências, síndromes focais etc.), de modo geral, não é baseado em mecanismos etiol6gicos supostos pelo avaliador.
  • C) De modo geral, não existem sinais ou sintomas psicopalológicos especlficos de determinado transtorno mental.
  • D) O diagnóstico psicopatol6gico prescinde da observação do curso do transtorno.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra D) O diagnóstico psicopatol6gico prescinde da observação do curso do transtorno.

Gabarito: Letra D

Considere o processo dlagnóstico em saúde mental e assinale a resposta incorreta.
a)  O diagnóstico de um transtorno psiquiátrico é quase sempre baseado preponderantemente nos dados clínicos.

Certo! Veja:

O diagnóstico de um transtorno psiquiátrico é quase sempre baseado preponderantemente nos dados clínicos. Dosagens laboratoriais, exames de neuroimagem estrutural (tomografia, ressonância magnética, etc.) e funcional (SPECT, PET, mapeamento por EEG, etc.), testes psicológicos ou neuropsicológicos auxiliam de forma muito importante, principalmente para o diagnóstico diferencial entre um transtorno psiquiátrico primário (esquizofrenia, depressão primária, etc.) e uma doença neurológica (encefalites, tumores, doenças vasculares, etc.) ou sistêmica. É importante ressaltar, entretanto, que os exames complementares (semiotécnica armada) não substituem o essencial do diagnóstico psicopatológico: uma história bem-colhida e um exame psíquico minucioso, ambos interpretados com habilidade”


b)  O diagnóstico psicopatol6gico, com exceção dos quadros psico-orgânlcos (delirium, demências, síndromes focais etc.), de modo geral, não é baseado em mecanismos etiol6gicos supostos pelo avaliador.

Certo! Veja:

O diagnóstico psicopatológico, com exceção dos quadros psicoorgânicos (delirium, demências, síndromes focais, etc.), não é, de modo geral, baseado em possíveis mecanismos etiológicos supostos pelo entrevistador. Baseiase principalmente no perfil de sinais e sintomas apresentados pelo paciente na história da doença e no momento da entrevista. Por exemplo, ao ouvir do paciente ou familiar uma história de vida repleta de sofrimentos, fatos emocionalmente dolorosos ocorridos pouco antes do eclodir dos sintomas, a tendência natural é estabelecer o diagnóstico de um transtorno psicogênico, como “psicose psicogênica”, “histeria”, “depressão reativa”, etc. Mas isso pode ser um equívoco. A maioria dos quadros psiquiátricos, sejam eles de etiologia “psicogênica”, “endogenética” ou mesmo “orgânica”, surge após eventos estressantes da vida”


c)  De modo geral, não existem sinais ou sintomas psicopalológicos especlficos de determinado transtorno mental.

Certo! Veja:

De modo geral, não existem sinais ou sintomas psicopatológicos totalmente específicos de determinado transtorno mental. Além disso, não há sintomas patognomônicos em psiquiatria, como afirma Emil Kraepelin [1913] (1996): sintoma mórbido que seja totalmente característico de uma enfermidade [...] devemos evitar atribuir importância característica a um único fenômeno mórbido. [...] O que quase nunca é produzido totalmente de forma idêntica pelos diferentes transtornos mentais é o quadro total, incluindo o desenvolvimento dos sintomas, o curso e o desenlace final da doença. Portanto, o diagnóstico psicopatológico repousa sobre a totalidade dos dados clínicos, momentâneos (exame psíquico) e evolutivos (anamnese, história dos sintomas e evolução do transtorno). É essa totalidade clínica que, detectada, avaliada e interpretada com conhecimento (teórico e científico) e habilidade (clínica e intuitiva), conduz ao diagnóstico psicopatológico.”


d)  O diagnóstico psicopatol6gico prescinde da observação do curso do transtorno.

Errado. A observação do curso é, em muitos casos, fundamental para o diagnóstico.

O diagnóstico psicopatológico é, em inúmeros casos, apenas possível com a observação do curso da doença. Dessa forma, o padrão evolutivo de determinado quadro clínico obriga o psicopatólogo a repensar e refazer continuamente o seu diagnóstico. Uma das funções do diagnóstico em medicina é prever e prognosticar a evolução e o desfecho da doença (o diagnóstico deve indicar o prognóstico). Porém, às vezes, isso se inverte no contexto da psiquiatria. Não é incomum que o prognóstico, a evolução do caso, obrigue o clínico a reformular o seu diagnóstico inicial.”

 

Nosso gabarito é Letra D.

 

Referência

Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais – 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. 

299) Analise as afirmativas abaixo sobre psicodiagnóstico e marque V para as verdadeiras e F, para as falsas:

( ) De modo geral, não existem sinais ou sintomas psicopatológicos totalmente específicos de determinado transtorno mental.

( ) O diagnóstico psicopatológico não é, em inúmeros casos, possível apenas com a observação do curso da doença.

( ) O diagnóstico psicopatológico, com exceção dos quadros psico-orgânicos (delirium, demências, síndromes focais etc.), não é, de modo geral, baseado em possíveis mecanismos etiológicos supostos pelo entrevistador. Baseia-se, principalmente, no perfil de sinais e sintomas apresentados pelo paciente na história da doença e no momento da entrevista.

Marque a alternativa que apresenta a sequência CORRETA, de cima para baixo:

  • A) V, V, V.
  • B) F, F, F.
  • C) V, V, F.
  • D) F, V, F.
  • E) V, F, V.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra E) V, F, V.

Gabarito: Letra E

 

(V) De modo geral, não existem sinais ou sintomas psicopatológicos totalmente específicos de determinado transtorno mental.

Verdadeiro! Os sinais e sintomas psicopatológicos muitas vezes são comuns a vários transtornos.  

“De modo geral, não existem sinais ou sintomas psicopatológicos totalmente específicos de determinado transtorno mental. Além disso, não há sintomas patognomônicos em psiquiatria, como afirma Emil Kraepelin [1913] (1996): Infelizmente não existe, no domínio dos distúrbios psíquicos, um único sintoma mórbido que seja totalmente característico de uma enfermidade [...] devemos evitar atribuir importância característica a um único fenômeno mórbido. [...] O que quase nunca é produzido totalmente de forma idêntica pelos diferentes transtornos mentais é o quadro total, incluindo o desenvolvimento dos sintomas, o curso e o desenlace final da doença. Portanto, o diagnóstico psicopatológico repousa sobre a totalidade dos dados clínicos, momentâneos (exame psíquico) e evolutivos (anamnese, história dos sintomas e evolução do transtorno). É essa totalidade clínica que, detectada, avaliada e interpretada com conhecimento (teórico e científico) e habilidade (clínica e intuitiva), conduz ao diagnóstico psicopatológico”

 

(F) O diagnóstico psicopatológico não é, em inúmeros casos, possível apenas com a observação do curso da doença.

Falso. Pelo contrário, essa observação do curso muitas vezes é a única forma de fazer um diagnóstico.

“O diagnóstico psicopatológico é, em inúmeros casos, apenas possível com a observação do curso da doença. Dessa forma, o padrão evolutivo de determinado quadro clínico obriga o psicopatólogo a repensar e refazer continuamente o seu diagnóstico. Uma das funções do diagnóstico em medicina é prever e prognosticar a evolução e o desfecho da doença (o diagnóstico deve indicar o prognóstico). Porém, às vezes, isso se inverte no contexto da psiquiatria. Não é incomum que o prognóstico, a evolução do caso, obrigue o clínico a reformular o seu diagnóstico inicial.”

 

(V) O diagnóstico psicopatológico, com exceção dos quadros psico-orgânicos (delirium, demências, síndromes focais etc.), não é, de modo geral, baseado em possíveis mecanismos etiológicos supostos pelo entrevistador. Baseia-se, principalmente, no perfil de sinais e sintomas apresentados pelo paciente na história da doença e no momento da entrevista.

Verdadeiro!  Por isso, o diagnóstico psicopatológico deve ser feito com cuidado.

O diagnóstico psicopatológico, com exceção dos quadros psicoorgânicos (delirium, demências, síndromes focais, etc.), não é, de modo geral, baseado em possíveis mecanismos etiológicos supostos pelo entrevistador. Baseiase principalmente no perfil de sinais e sintomas apresentados pelo paciente na história da doença e no momento da entrevista. Por exemplo, ao ouvir do paciente ou familiar uma história de vida repleta de sofrimentos, fatos emocionalmente dolorosos ocorridos pouco antes do eclodir dos sintomas, a tendência natural é estabelecer o diagnóstico de um transtorno psicogênico, como “psicose psicogênica”, “histeria”, “depressão reativa”, etc. Mas isso pode ser um equívoco. A maioria dos quadros psiquiátricos, sejam eles de etiologia “psicogênica”, “endogenética” ou mesmo “orgânica”, surge após eventos estressantes da vida. Além disso, é freqüente que o próprio eclodir dos sintomas psicopatológicos contribua para o desencadeamento de eventos da vida (como perda do cônjuge, separações, perda de emprego, brigas familiares, etc.). Muitas vezes o raciocínio diagnóstico baseado em pressupostos etiológicos mais confunde que esclarece. Deve-se, portanto, manter duas linhas paralelas de raciocínio clínico; uma linha diagnóstica, baseada fundamentalmente na cuidadosa descrição evolutiva e atual dos sintomas que de fato o paciente apresenta, e uma linha etiológica, que busca, na totalidade de dados biológicos, psicológicos e sociais, uma formulação hipotética plausível sobre os possíveis fatores etiológicos envolvidos no caso”

 

Assim, a sequência correta é V F V

Gabarito Letra E

  

Referência

Dalgalarrondo, Paulo. Psicopatologia e semiologia dos transtornos mentais – 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2008. 

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300) De acordo com Hutz et al. (2016), um psicodiagnóstco de criança ou adolescente deve levar em consideração elementos desenvolvimentais que abrangem a avaliação das seguintes características:

  • A) Emocionais, psicomotoras, de autonomia.
  • B) Emocionais, comportamentais, psicomotoras.
  • C) Cognitivas, objetais, emocionais.
  • D) Cognitivas, psicomotoras, emocionais.
  • E) Cognitivas, psicomotoras, genéticas.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra D) Cognitivas, psicomotoras, emocionais.

  

De acordo com Hutz et al. (2016), um psicodiagnóstco de criança ou adolescente deve levar em consideração elementos desenvolvimentais que abrangem a avaliação das seguintes características:

  
  

Para a compreensão do que traz a questão, dividiu-se a análise em duas partes:

1) Psicodiagnóstico infanto-juvenil conforme Hutz et al. (2016)

2) Análise das alternativas

  
  

1) Psicodiagnóstico infanto-juvenil conforme Hutz et al. (2016)

 

Segundo Hutz et al. (2016):

 

Um psicodiagnóstico de criança ou adolescente deve levar em consideração elementos desenvolvimentais, que abrangem a avaliação das características cognitivas, psicomotoras e emocionais.

 
  • Avaliação Cognitiva: para avaliar o desenvolvimento cognitivo, utilizamos, entre outras coisas, brinquedos e jogos como instrumentos para essa avaliação, assim como a referência do desempenho escolar da criança e o resultado de testes psicométricos.
 
  • Avaliação Psicomotora: já o desenvolvimento psicomotor, aspecto também abordado na literatura engloba o diagnóstico de aspectos como motricidade fina, motricidade ampla, marcha e coordenação dos membros superiores e inferiores. O desenvolvimento psicomotor, juntamente com o cognitivo, deve ser interpretado de maneira dinâmica em relação aos elementos emocionais do diagnóstico psicológico
 
  • Avaliação emocional: os aspectos emocionais incluem diferentes tópicos do desenvolvimento afetivo, podendo tomar como base diversas teorias.
  
  

2) Análise das alternativas

 

Considerando as alternativas disponíveis, produz-se os seguintes destaques:

 
  • Apenas a LETRA “D” (Cognitivas, psicomotoras, emocionais) corresponde ao que requisita o enunciado e é mencionado pela literatura supracitada;
  
  • Concluindo a análise, destaca-se que embora as demais alternativas citem outros elementos pertinentes ao psicodiagnóstico, estas não são compatíveis ao que solicita a questão na íntegra, seja pela supressão ou pela permuta dos elementos que abrangem esse processo de avaliação;
 
  • Mediante isto, ratifica-se, portanto, que a alternativa “D” constitui, de fato, o GABARITO da questão analisada.
  

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Fonte consultada:

Psicodiagnóstico [recurso eletrônico] / Organizadores, Claudio Simon Hutz ... [et al.]. – Porto Alegre : Artmed, 2016.

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