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Questões Sobre Psicodiagnóstico - Psicologia - concurso

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321) Sobre psicodiagnóstico, assinale a alternativa correta.

  • A) Deve-se valorizar os testes psicométricos em detrimento de entrevistas.
  • B) Os testes projetivos encontram-se em uso desfavorável pelo Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (SATEPSI).
  • C) Quando o teste possuir resultado de correção on-line, imprime-se esse resultado que deve ser entregue na devolutiva, sem necessidade de elaborar um documento escrito com integração de outros conteúdos.
  • D) Quando se decidir por utilizar discussão teórica, o preconizado é fundamentar com diferentes abordagens da psicologia, em suas diversas bases epistemológicas.
  • E) Pode-se realizar intervenções durante o processo psicodiagnóstico.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra E) Pode-se realizar intervenções durante o processo psicodiagnóstico.

Gabarito: Letra E.

 

Sobre psicodiagnóstico, assinale a alternativa correta.


a)  Deve-se valorizar os testes psicométricos em detrimento de entrevistas.

 

As entrevistas são fundamentais para o psicodiagnóstico. Veja o trecho do livro "Psicodiagnóstico" de Hutz et al.:

"O psicodiagnóstico pode ser entendido como um processo com início, meio e fim, que utiliza entrevistas, técnicas e/ou testes psicológicos para compreender as potencialidades e as dificuldades apresentadas pelo avaliando, tendo por base uma teoria psicológica e buscando, assim, coletar dado mais substanciais para a realização de um encaminhamento mais apropriado."

 

Assertiva Falsa.


b)  Os testes projetivos encontram-se em uso desfavorável pelo Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (SATEPSI).
 

O SATEPSI avalia cada teste individualmente. Não há afirmação sobre todos os testes projetivos serem favoráveis ou desfavoráveis.

 

Assertiva Falsa.

 

c)  Quando o teste possuir resultado de correção on-line, imprime-se esse resultado que deve ser entregue na devolutiva, sem necessidade de elaborar um documento escrito com integração de outros conteúdos.

 

O teste não pode ser dissociado do processo psicodiagnóstico como um todo.

 

Assertiva Falsa.


d)  Quando se decidir por utilizar discussão teórica, o preconizado é fundamentar com diferentes abordagens da psicologia, em suas diversas bases epistemológicas.

 

Essa afirmativa não deixa claro o que seria e em que momento do psicodiagnóstico aconteceria a "discussão teórica". De qualquer forma, o preconizado é fundamentar a partir de uma abordagem teórica. Veja o texto de Hutz et al.:

"O PSICODIAGNÓSTICO NECESSITA DE UMA TEORIA PSICOLÓGICA QUE O FUNDAMENTE

(...)

Veem-se  verdadeiros  frankensteins  técnicos  e  teóricos  quando psicólogos  adotam  em  seus  processos avaliativos  técnicas  que  se  estruturam  em diferentes  teorias  (muitas  vezes  com  concepções  teóricas  e epistemológicas conflitantes).  Assim,  como  avaliar  a  personalidade  de  um  paciente  utilizando,  ao mesmo tempo, instrumentos que se alicerçam na psicanálise, na psicologia positi​va, na gestalt  e  na  neuropsicologia?  O resultado  é  uma  total  dependência  do  profissional  ao resultado  do  teste,  fazendo  com  que  ele  construa  a conclusão  de  sua  avaliação desconsiderando  os  aspectos  específicos  de  cada  disciplina  teórica  e  montando seu diagnóstico de forma ateórica."

 

Assertiva Falsa.


e)  Pode-se realizar intervenções durante o processo psicodiagnóstico.

 

Essa afirmativa está de acordo com o seguinte texto de Hutz et al.:

"É  perigoso  considerar  as  práticas  avaliativas  apenas  em  sua  dimensão terapêuticos que lhes são inerentes. Para Barbieri (2008), a separação entre as atividades de investigação e de intervenção é  resultado  do  olhar  positivista,  que  busca  atingir  um  ideal  de  objetividade  para  a pesquisa  científica.


A  autora  entende  que  um  psicodiagnóstico  isento  de  intervenções ​ pode  trazer  ao  paciente  muitos  malefícios.  As  entrevistas  iniciais  empregadas  sem intervenção, além de não atingirem seus objetivos de formular o diagnóstico e iniciar o tratamento, desperdiçam a chance de o paciente estabelecer contato com outra pessoa, o​ que pode resultar em uma experiência terapêutica negativa."

  

Assertiva Correta.

 

Portanto, a alternativa correta é a Letra E.

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322)   Texto associado

Caso clínico 1A1-I

Artur, com 7 anos de idade, tem desenvolvido crises de raiva e irritabilidade. Durante a avaliação psicológica, sua mãe relatou que ele tem histórico de problemas escolares, com queixas de heteroagressividade entre os colegas, professores e assistentes da escola e, ainda, que não atende a comandos, possui baixa tolerância a frustrações e reação extrema quando da imposição de regras e limites. A mãe contou que ela e o pai de Artur são separados desde quando a criança tinha dois anos de idade; eles tinham muitos conflitos e divergiam sobre a criação do filho. Atualmente, ela tem a guarda unilateral de Artur. Por fim, informou que, havia 15 dias, Artur iniciou medicação prescrita pelo psiquiatra, que o encaminhou para o psicodiagnóstico.

Considerando o caso clínico 1A1-I e o processo psicodiagnóstico, assinale a opção correta.

  • A) Cabe ao psicólogo responsável pela avaliação psicológica levantar dados sobre a história pessoal de Artur.
  • B) Devido à especificidade da técnica e a atribuição da atenção básica de saúde, o psicodiagnóstico de Artur não poderia ser realizado em postos de saúde.
  • C) No caso de Artur, a finalidade do psicodiagnóstico seria a avaliação do tratamento.
  • D) Com o intuito de construir uma aliança terapêutica, a entrevista inicial deverá ser feita com Artur, sem a presença dos pais.

  • E) O processo psicodiagnóstico prevê até três entrevistas para definição de hipóteses e estruturação de plano de trabalho com Artur.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra A) Cabe ao psicólogo responsável pela avaliação psicológica levantar dados sobre a história pessoal de Artur.

Gabarito: Letra A

 

Considerando o caso clínico 1A1-I e o processo psicodiagnóstico, assinale a opção correta.

a) Cabe ao psicólogo responsável pela avaliação psicológica levantar dados sobre a história pessoal de Artur.

Certo! A história pessoal de Artur é obtida através da anamnese, que é responsabilidade do psicólogo que está realizando a avaliação psicológica.

“Os comportamentos específicos do psicólogo podem ser assim relacionados, embora possam variar na sua especificidade e na sua seriação, conforme os objetivos do psicodiagnóstico:

a) determinar motivos do encaminhamento, queixas e outros problemas iniciais;

b) levantar dados de natureza psicológica, social, médica, profissional e/ou escolar, etc. sobre o sujeito e pessoas significativas, solicitando eventualmente informações de fontes complementares;

c) colher dados sobre a história clínica e história pessoal, procurando reconhecer denominadores comuns com a situação atual, do ponto de vista psicopatológico e dinâmico;

d) realizar o exame do estado mental do paciente (exame subjetivo), eventualmente complementado por outras fontes (exame objetivo);

e) levantar hipóteses iniciais e definir os objetivos do exame;

f) estabelecer um plano de avaliação;

g) estabelecer um contrato de trabalho com o sujeito ou responsável;

h) administrar testes e outros instrumentos psicológicos;

i) levantar dados quantitativos e qualitativos;

j) selecionar, organizar e integrar todos os dados significativos para os objetivos do exame, conforme o nível de inferência previsto, com os dados da história e características das circunstâncias atuais de vida do examinando;

l) comunicar resultados (entrevista devolutiva, relatório, laudo, parecer e outros informes), propondo soluções, se for o caso, em benefício do examinando;

m) encerrar o processo.”

b) Devido à especificidade da técnica e a atribuição da atenção básica de saúde, o psicodiagnóstico de Artur não poderia ser realizado em postos de saúde.

Errado. Considerando até que o psicodiagnóstico pode ter como objetivo determinar o melhor encaminhamento para o caso, ele pode ser sim realizado em unidades básicas de saúde.

c) No caso de Artur, a finalidade do psicodiagnóstico seria a avaliação do tratamento.

Errado. O tratamento farmacológico ainda é muito recente para ser avaliado. O objetivo aqui é complementá-lo.

d) Com o intuito de construir uma aliança terapêutica, a entrevista inicial deverá ser feita com Artur, sem a presença dos pais.

Errado. A abordagem tradicional é de coletar informações iniciais com os pais antes de ver a criança.

 

e) O processo psicodiagnóstico prevê até três entrevistas para definição de hipóteses e estruturação de plano de trabalho com Artur.

Errado. O profissional é que precisa avaliar quantas entrevistas iniciais são necessárias para conseguir informações suficientes para a definição desses fatores.

 

Nosso gabarito é Letra A

 

Referência

CUNHA, Jurema Alcides. Psicodiagnstico-V. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 2000

323)   Texto associado

Caso clínico 1A1-I

Artur, com 7 anos de idade, tem desenvolvido crises de raiva e irritabilidade. Durante a avaliação psicológica, sua mãe relatou que ele tem histórico de problemas escolares, com queixas de heteroagressividade entre os colegas, professores e assistentes da escola e, ainda, que não atende a comandos, possui baixa tolerância a frustrações e reação extrema quando da imposição de regras e limites. A mãe contou que ela e o pai de Artur são separados desde quando a criança tinha dois anos de idade; eles tinham muitos conflitos e divergiam sobre a criação do filho. Atualmente, ela tem a guarda unilateral de Artur. Por fim, informou que, havia 15 dias, Artur iniciou medicação prescrita pelo psiquiatra, que o encaminhou para o psicodiagnóstico.

Tendo como referência o caso clínico 1A1-I, assinale a opção correta, acerca das etapas do processo psicodiagnóstico.

  • A) Ao receber o caso, cabe ao psicólogo, inicialmente, estabelecer o contrato de trabalho, para só depois, avaliar os motivos do encaminhamento, sintomas e queixas.
  • B) Na primeira entrevista, deve-se definir o motivo manifesto e o motivo latente.
  • C) Ao final do processo, o psicólogo deve elaborar um relatório essencialmente técnico, com teor universal e linguagem objetiva.
  • D) A comunicação dos resultados é a última etapa do processo diagnóstico, devendo ser realizada em uma sessão, na presença de Artur e da responsável.

  • E) A entrevista de devolução, no caso de Artur, poderá ocorrer de maneira sistemática ou abrangente.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra B) Na primeira entrevista, deve-se definir o motivo manifesto e o motivo latente.

Gabarito: Letra B

a) Ao receber o caso, cabe ao psicólogo, inicialmente, estabelecer o contrato de trabalho, para só depois, avaliar os motivos do encaminhamento, sintomas e queixas.

Errado. O contrato de trabalho envolve o número de entrevistas que serão necessárias, a frequência delas, as obrigações do paciente e do profissional e, portanto, é necessário que o psicólogo já tenha feito essas avaliações iniciais.

b) Na primeira entrevista, deve-se definir o motivo manifesto e o motivo latente.

Certo!

“Seja qual for o local, em um primeiro momento deve-se realizar a primeira entrevista (entrevista inicial) para que se esclareça o encaminhamento. Ocampo, Arzeno e Piccolo (2009, p. 29) referem que, “. . . No motivo de consulta deve-se discriminar entre o motivo manifesto e motivo latente”. O motivo manifesto diz respeito ao que levou à solicitação do psicodiagnóstico, e é o que, de fato, preocupa, a ponto de tornar-se um sinal de alerta; já o motivo latente diz respeito ao que não é tão óbvio, às hipóteses subjacentes elaboradas pelo psicólogo enquanto escuta e reflete sobre o que é manifesto. Ainda nesse primeiro encontro, é preciso que fiquem bem definidos os papéis do psicólogo, dos familiares e do avaliando. O primeiro deve coletar o máximo de informações possível para que se possa conhecer exaustivamente a pessoa a ser avaliada e extrair da entrevista dados para a formulação de hipóteses, viabilizando, assim, o planejamento da avaliação; aos demais cabe não sonegar informações ao profissional. Se não tivermos os objetivos bem claros e acordados entre o avaliador e a pessoa que solicitou o psicodiagnóstico, o processo dificilmente será satisfatório (Urbina, 2007).”

c) Ao final do processo, o psicólogo deve elaborar um relatório essencialmente técnico, com teor universal e linguagem objetiva.

Errado. O relatório não é um documento baseado na avaliação psicológica, e sim o laudo.

d) A comunicação dos resultados é a última etapa do processo diagnóstico, devendo ser realizada em uma sessão, na presença de Artur e da responsável.

Errado. A devolução pode ser feita em mais de uma sessão, e não deve ser realizada com os pais e a criança ao mesmo tempo.

 

e) A entrevista de devolução, no caso de Artur, poderá ocorrer de maneira sistemática ou abrangente.

Errado. A entrevista de devolução pode ser sistemática ou assistemática.

“Objetivando o término do processo, as entrevistas de devolução podem ocorrer de forma sistemática ou assistemática. A forma sistemática é a entrevista mais habitual, que tem como objetivo a devolução dos resultados e a entrega do laudo. Já a forma assistemática é comumente utilizada nos casos em que há o predomínio de uma ansiedade mais elevada por parte do avaliando e/ou do seu responsável, em que se considera pertinente o fornecimento de pequenos feedbacks ao longo do andamento do processo, visando a dirimir essa ansiedade. Outra situação em que se faz necessária a devolução assistemática é em casos graves ou de risco de suicídio.”

 

Nosso gabarito é Letra B

Referência

Hutz, C. S., Bandeira, D. R., Trentini, C. M., & Krug, J. S. (Orgs.) (2016). Psicodiagnóstico. Porto Alegre: Artmed.

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324)   Texto associado

Caso clínico 1A1-I

Artur, com 7 anos de idade, tem desenvolvido crises de raiva e irritabilidade. Durante a avaliação psicológica, sua mãe relatou que ele tem histórico de problemas escolares, com queixas de heteroagressividade entre os colegas, professores e assistentes da escola e, ainda, que não atende a comandos, possui baixa tolerância a frustrações e reação extrema quando da imposição de regras e limites. A mãe contou que ela e o pai de Artur são separados desde quando a criança tinha dois anos de idade; eles tinham muitos conflitos e divergiam sobre a criação do filho. Atualmente, ela tem a guarda unilateral de Artur. Por fim, informou que, havia 15 dias, Artur iniciou medicação prescrita pelo psiquiatra, que o encaminhou para o psicodiagnóstico.

No que se refere ao caso clínico 1A1-I e à avaliação psicodiagnóstica, julgue os itens a seguir.

I A hora de jogo diagnóstica constitui um instrumento técnico que poderá ser utilizado para melhor compreender a realidade de Artur.

II Por não constituir uma demanda psicoterápica, a entrevista com professores ou equipe escolar de Artur não é recomendada.

III A entrevista lúdica pode ser utilizada no caso de Artur, sendo um processo estruturado e sistematizado de avaliação psicodiagnóstica infantil.

IV O rapport é uma condição fundamental no processo de avaliação psicológica de Artur.

Estão certos apenas os itens

  • A) I e III.
  • B) I e IV.
  • C) II e III.
  • D) I, II e IV.

  • E) II, III e IV.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra B) I e IV.

Gabarito: Letra B

I A hora de jogo diagnóstica constitui um instrumento técnico que poderá ser utilizado para melhor compreender a realidade de Artur.

Certo! Como as crianças não dominam ainda a capacidade de se comunicar verbalmente, as atividades lúdicas são ótimos recursos para compreender a realidade delas.

“Iniciar com uma sessão mais livre e menos estruturada contendo uma atividade mais lúdica é sempre um bom começo. Nela, é possível observar como a criança se comporta, como lida com a frustração e como estabelece o vínculo, podendo ainda, verificar certos comportamentos diante de uma tarefa simples, como por exemplo, sensação de ansiedade, desatenção nas instruções, impulsividade, cansaço e/ou desinteresse. Ao utilizar brinquedos, fantoches, massinhas e desenhos como mediadores, a criança se expressa e vivencia experiências do cotidiano num espaço acolhedor através do brincar espontâneo (Arzeno, 1995). A hora do jogo diagnóstica, como também é intitulada esta técnica, propicia acesso ao mundo interno consciente e inconsciente da criança (Aberastury, 1992).”

 

II Por não constituir uma demanda psicoterápica, a entrevista com professores ou equipe escolar de Artur não é recomendada.

 Errado. É importante que o psicólogo colete informações de diversas fontes, que conheçam Artur em contextos variados, por isso, a entrevista com os professores pode ser útil ao processo.

 

III A entrevista lúdica pode ser utilizada no caso de Artur, sendo um processo estruturado e sistematizado de avaliação psicodiagnóstica infantil.

  Errado. A entrevista lúdica não é estruturada ou sistematizada.

 

IV rapport é uma condição fundamental no processo de avaliação psicológica de Artur.

Certo! O rapport é fundamental para a condução de uma avaliação psicológica, seja de adultos ou crianças.

  

Assim, apenas I e IV estão corretas.

Nosso gabarito é Letra B.

Referência

Lins, M. R. C., & Borsa, J. C. (Eds.). (2017). Avaliação Psicológica: Aspectos teóricos e práticos. Petrópolis, RJ: Vozes.

325) A avaliação psicológica clínica tem vários objetivos (CUNHA, 2005). O objetivo cuja especificidade consiste em testar as hipóteses iniciais, tomando como referência critérios diagnósticos é:

  • A) Classificação simples.

  • B) Classificação nosológica.

  • C) Diagnóstico diferencial.

  • D) Avaliação compreensiva.

  • E) Entendimento dinâmico.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra B) Classificação nosológica.

    

Para a compreensão do assunto que traz a questão, dividiu-se a análise em duas partes:

1) Possibilidades dos objetivos do psicodiagnóstico

2) Análise das alternativas

    

1) Possibilidades dos objetivos do psicodiagnóstico

 

Acompanhe as possibilidades dos objetivos do psicodiagnóstico, conforme Cunha (2000, p. 27):

 

OBJETIVOS DO PSICODIAGNÓSTICO SEGUNDO AVALIAÇÃO

 

Objetivos

Especificação

 

Classificação simples

O exame compara a amostra do comportamento do examinando com os resultados de outros sujeitos da população geral ou de grupos específicos, com condições demográficas equivalentes; esses resultados são fornecidos em dados quantitativos, classificados sumariamente, como em uma avaliação de nível intelectual

 

Descrição

Ultrapassa a classificação simples, interpretando diferenças de escores, identificando forças e fraquezas e descrevendo o desempenho do paciente, como em uma avaliação de déficits neuropsicológicos.

Classificação nosológica

Hipóteses iniciais são testadas, tomando como referência critérios diagnósticos

 

Diagnóstico diferencial

São investigadas irregularidades ou inconsistências do quadro sintomático, para diferenciar alternativas diagnósticas, níveis de funcionamento ou a natureza da patologia.

Avaliação compreensiva

É determinado o nível de funcionamento da personalidade, são examinadas as funções do ego, em especial a de insight, condições do sistema de defesas, para facilitar a indicação de recursos terapêuticos e prever a possível resposta aos mesmos

 

Entendimento Dinâmico

Ultrapassa o objetivo anterior, por pressupor um nível mais elevado de inferência clínica, havendo vendo uma integração de dados com base teórica. Permite chegar a explicações de aspectos comportamentais nem sempre acessíveis na entrevista, à antecipação de fontes de dificuldades na terapia e à definição de focos terapêuticos, etc

 

Prevenção

Procura identificar problemas precocemente, avaliar riscos, fazer uma estimativa de forças e fraquezas do ego, de sua capacidade para enfrentar situações novas, difíceis, estressantes.

Prognóstico

Determina o curso provável do caso.

 

Perícia Forense

Fornece subsídios para questões relacionadas com “insanidade”, competência para o exercício das funções de cidadão, avaliação de incapacidades ou patologias que podem se associar com infrações da lei, etc.

Fonte: Cunha, Jurema e Colaboradores. Psicodiagnóstico V. Porto Alegre: Artes Médicas; 2000.

      

2) Análise das alternativas

 

Considerando as alternativas disponíveis, apenas a LETRA “B” (Classificação nosológica) identifica corretamente a finalidade que requisita o enunciado de acordo com os objetivos elencados na literatura supracitada. As demais alternativas mencionam outras possibilidades, descritas de forma pertinente no quadro explicativo supracitado. Considerando isto, ratifica-se, portanto, que a alternativa “B” constitui, de fato, o GABARITO da questão analisada.

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326) Os passos ordenados do psicodiagnóstico, enquanto processo científico, são:

  • A) 1. Contrato de trabalho; 2. Formulação das hipóteses ou perguntas básicas; 3. Diagnóstico e prognóstico 4. Plano de Avaliação; 5. Administração de Testes e Técnicas; 6. Levantamento, análise, interpretação e integração dos dados; 7. Comunicação dos resultados.
  • B) 1. Formulação das hipóteses ou perguntas básicas; 2. Contrato de trabalho; 3. Plano de Avaliação; 4. Administração de Testes e Técnicas; 5. Levantamento, análise, interpretação e integração dos dados; 6. Diagnóstico e prognóstico; 7. Comunicação dos resultados.
  • C) 1. Formulação das hipóteses ou perguntas básicas; 2. Contrato de trabalho; 3. Diagnóstico e prognóstico 4. Administração de Testes e Técnicas; 5. Plano de Avaliação; 6. Levantamento, análise, interpretação e integração dos dados; 7. Comunicação dos resultados.
  • D) 1. Contrato de trabalho; 2. Plano de Avaliação; 3. Administração de Testes e Técnicas; 4. Levantamento, análise, interpretação e integração dos dados; 5. Formulação das hipóteses ou perguntas básicas; 6. Diagnóstico e prognóstico; 7. Comunicação dos resultados.
  • E) 1. Formulação das hipóteses ou perguntas básicas; 2. Administração de Testes e Técnicas; 3. Contrato de trabalho; 4. Levantamento, análise, interpretação e integração dos dados; 5. Diagnóstico e prognóstico; 6. Plano de Avaliação; 7. Comunicação dos resultados.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra B) 1. Formulação das hipóteses ou perguntas básicas; 2. Contrato de trabalho; 3. Plano de Avaliação; 4. Administração de Testes e Técnicas; 5. Levantamento, análise, interpretação e integração dos dados; 6. Diagnóstico e prognóstico; 7. Comunicação dos resultados.

  

Os passos ordenados do psicodiagnóstico, enquanto processo científico, são:

  
  

Segundo Cunha (2005, p. 105):

 

O processo psicodiagnóstico é um processo científico e, como tal, parte de perguntas específicas, cujas respostas prováveis se estruturam na forma de hipóteses que serão confirmadas ou não através dos passos seguintes do processo. Geralmente, temos um ponto de partida, que é o encaminhamento. Qualquer pessoa que encaminha um paciente o faz sob a pressuposição de que ele apresenta problemas que têm uma explicação psicológica.”

 

De maneira resumida, com base na obra de cunha os passos do processo psicodiagnóstico seriam:

 

“1) Formulação de perguntas; 2) Contrato de trabalho; 3) Estabelecimento de um Plano de Avaliação; 4) Bateria de Testes; 5) Administração de Testes e Técnicas; 6) Levantamento, Análise, Interpretação e Integração de Dados; 7) Diagnóstico e Prognóstico; 8) Comunicação dos Resultados”

  
  

Considerando as alternativas disponíveis, produz-se os seguintes destaques:

 
  • Apenas a LETRA “B” (1. Formulação das hipóteses ou perguntas básicas; 2. Contrato de trabalho; 3. Plano de Avaliação; 4. Administração de Testes e Técnicas; 5. Levantamento, análise, interpretação e integração dos dados; 6. Diagnóstico e prognóstico; 7. Comunicação dos resultados.) corresponde ao que requisita o enunciado e é mencionado pela literatura supracitada;
 
  • Concluindo a análise, destaca-se que embora as demais alternativas citem outros passos pertinente ao psicodiagnóstico, estas não são compatíveis ao que solicita a questão, seja pela supressão ou pela permuta dos passos que caracterizam esse processo de avaliação.
 
  • Mediante isto, ratifica-se, portanto, que a alternativa “B” constitui, de fato, o GABARITO da questão analisada.
 

_______________

Fonte consultada:

Cunha, J. A. (2005). Psicodiagnóstico V – 5a edição revisada e ampliada. Porto Alegre: Artes Médicas Sul

327) Informe 1 para Psicodiagnóstico e 2 para Avaliação Psicológica e assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

(  ) Conjunto de procedimentos que têm por objetivo coletar dados para testar hipóteses clínicas, produzir diagnósticos, descrever o funcionamento de indivíduos ou grupos e fazer predições sobre comportamentos ou desempenho.

(  ) Além de ser um procedimento científico, é limitado no tempo, pois ao estabelecer contato prévio com o cliente ou seu responsável para colher os dados principais, pode-se estabelecer um plano de avaliação, assim como estimar o tempo necessário para sua realização.

(  ) Deve-se levar em consideração o sujeito como algo mutável, dinâmico e multideterminado, circunscrito num contexto mais amplo, para além da consulta psicológica.

(  ) Pode-se dizer que é um procedimento que tem como objetivo analisar, compreender, esclarecer a dinâmica dos processos psicológicos representativos de um indivíduo.

  • A) 1 – 1 – 2 – 2.
  • B) 2 – 2 – 1 – 1.
  • C) 1 – 2 – 2 – 1.
  • D) 2 – 1 – 1 – 2.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra D) 2 – 1 – 1 – 2.

   

 


 

( 2 ) Conjunto de procedimentos que têm por objetivo coletar dados para testar hipóteses clínicas, produzir diagnósticos, descrever o funcionamento de indivíduos ou grupos e fazer predições sobre comportamentos ou desempenho.

CORRETA. Segundo Mendes & Cols. (2013):

“O termo avaliação psicológica tem sido usado para descrever um conjunto de procedimentos que têm por objetivo coletar dados para testar hipóteses clínicas, produzir diagnósticos, descrever o funcionamento de indivíduos ou grupos e fazer predições sobre comportamentos ou desempenho em situações específicas”

 

( 1 ) Além de ser um procedimento científico, é limitado no tempo, pois ao estabelecer contato prévio com o cliente ou seu responsável para colher os dados principais, pode-se estabelecer um plano de avaliação, assim como estimar o tempo necessário para sua realização.

CORRETA. Conforme Cunha (2005):

“O psicodiagnóstico é um processo limitado no tempo. Esclarecidas as questões iniciais e definidas as hipóteses e os objetivos do processo, o psicólogo tem condições de saber qual o tipo de exame que é adequado para chegar a conclusões e, conseqüentemente, pode prever o tempo necessário para realizá-lo.”

 

( 1 ) Deve-se levar em consideração o sujeito como algo mutável, dinâmico e multideterminado, circunscrito num contexto mais amplo, para além da consulta psicológica.

CORRETA. Segundo Carriço (2018):

“É um procedimento que necessariamente utiliza-se de testes e técnicas psicológicas – cujo uso é exclusivo dos psicólogos. No processo psicodiagnóstico deve-se levar em consideração o sujeito como algo mutável, dinâmico e multideterminado, circunscrito num contexto mais amplo, para além da psicoterapia.”

 

( 2 ) Pode-se dizer que é um procedimento que tem como objetivo analisar, compreender, esclarecer a dinâmica dos processos psicológicos representativos de um indivíduo.

CORRETA. Segundo site especializado*:

“A avaliação psicológica pode envolver técnicas de dinâmica de grupo, entrevistas, questionários, levantamento do histórico de vida e tudo o mais que tenha como objetivo avaliar - no sentido de analisar, compreender, esclarecer - a dinâmica dos processos psicológicos representativos de um indivíduo.”

 


 

Considerando as alternativas disponíveis, apenas a LETRA “D” traduz corretamente a sequência das proposições a serem avaliadas (2 – 1 – 1 – 2). As demais alternativas apenas apresentam outros parâmetros a fim de confundir o candidato. Considerando isto, ratifica-se, portanto, que a alternativa “D” constitui, de fato, o GABARITO da questão analisada.

 

_______________

Fonte consultada:

Carriço, M. G. S. (2018). Psicodiagnóstico. Disponível em https://bit.ly/3EW4lMN

Cunha, J. A. (2005). Psicodiagnóstico V – 5a edição revisada e ampliada. Porto Alegre: Artes Médicas Sul.

Portal Educação. (2012). Avaliação psicológica. Disponível em https://bit.ly/3INqr6L

Mendes, L. S., Nakano, T. D. C., Silva, I. B., & Sampaio, M. H. D. L. (2013). Conceitos de avaliação psicológica: conhecimento de estudantes e profissionais. Psicologia: ciência e profissão33, 428-445.

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328) O psicodiagnóstico abrange qualquer tipo de avaliação psicológica de caráter clínico que se apoie em uma teoria psicológica de base e que adote uma ou mais técnicas (observação, entrevista, testes projetivos, testes psicométricos etc.) reconhecidas pela ciência psicológica. Sobre o psicodiagnóstico, informe se é verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir.

( ) Uma simples aplicação de um teste deve ser compreendida como psicodiagnóstico.

( ) O psicodiagnóstico deve limitar-se a uma avaliação de sinais e sintomas, tendo como resultado apenas um diagnóstico nosológico.

( ) O termo psicodiagnóstico deve ser usado para descrever um procedimento complexo, interventivo, baseado na coleta de múltiplas informações, que possibilite a elaboração de uma hipótese diagnóstica alicerçada em uma compreensão teórica.

( ) Não se sugere a adoção do termo psicodiagnóstico para situações avaliativas em contextos jurídicos ou organizacionais uma vez que, nessas situações, estão presentes outras variáveis geralmente não encontradas no contexto clínico, como a simulação e a dissimulação conscientes.

A sequência correta é

  • A) (V); (V); (F); (F).
  • B) (V); (F); (F); (V).
  • C) (F); (F); (V); (V).
  • D) (F); (V); (V); (F).

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra C) (F); (F); (V); (V).

  

   


 

Para a compreensão do assunto que traz a questão, dividiu-se a análise em duas partes:

1) Sobre psicodiagnóstico e objetivos conforme uma avaliação psicológica clínica

2) Análise das alternativas

 
 

1) Sobre psicodiagnóstico e objetivos conforme uma avaliação psicológica clínica

 

Segundo Cunha (2005, p. 106):

 

“O psicodiagnóstico é um processo limitado no tempo. Esclarecidas as questões iniciais e definidas as hipóteses e os objetivos do processo, o psicólogo tem condições de saber qual o tipo de exame que é adequado para chegar a conclusões e, conseqüentemente, pode prever o tempo necessário para realizá-lo. A duração de um psicodiagnóstico constitui uma estimativa do tempo em que se pode operacionalizar as tarefas implícitas pelo plano de avaliação

 

Explorando as possibilidades dos objetivos de um psicodiagnóstico, conforme avaliação psicológica, confira o que preconiza Cunha (2005, p. 27):

OBJETIVOS DE UMA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA CLÍNICA

Fonte: Cunha, Jurema e Colaboradores. Psicodiagnóstico V. Porto Alegre: Artes Médicas; 2005.

Classificação simples

O exame compara a amostra do comportamento do examinando com os resultados de outros sujeitos da população geral ou de grupos específicos, com condições demográficas equivalentes; esses resultados são fornecidos em dados quantitativos, classificados sumariamente, como em uma avaliação de nível intelectual

Descrição

Ultrapassa a classificação simples, interpretando diferenças de escores, identificando forças e fraquezas e descrevendo o desempenho do paciente, como em uma avaliação de déficits neuropsicológicos.

Classificação nosológica

Hipóteses iniciais são testadas, tomando como referência critérios diagnósticos

Diagnóstico diferencial

São investigadas irregularidades ou inconsistências do quadro sintomático, para diferenciar alternativas diagnósticas, níveis de funcionamento ou a natureza da patologia.

Avaliação compreensiva

É determinado o nível de funcionamento da personalidade, são examinadas as funções do ego, em especial a de insight, condições do sistema de defesas, para facilitar a indicação de recursos terapêuticos e prever a possível resposta aos mesmos

Entendimento Dinâmico

Ultrapassa o objetivo anterior, por pressupor um nível mais elevado de inferência clínica, havendo vendo uma integração de dados com base teórica. Permite chegar a explicações de aspectos comportamentais nem sempre acessíveis na entrevista, à antecipação de fontes de dificuldades na terapia e à definição de focos terapêuticos, etc

Prevenção

Procura identificar problemas precocemente, avaliar riscos, fazer uma estimativa de forças e fraquezas do ego, de sua capacidade para enfrentar situações novas, difíceis, estressantes.

Prognóstico

Determina o curso provável do caso.

Perícia Forense

Fornece subsídios para questões relacionadas com “insanidade”, competência para o exercício das funções de cidadão, avaliação de incapacidades ou patologias que podem se associar com infrações da lei, etc.

 
 

2) Análise das alternativas

 

( F ) Uma simples aplicação de um teste deve ser compreendida como psicodiagnóstico.

FALSO. Citando contribuições de outros autores sobre o tema, Hutz et al. (2016):

“...não é o uso ou não de testes, ou de determinados tipos de testes, que configura a realização de um psicodiagnóstico, uma vez que, em alguns casos, o psicólogo abrirá mão do uso de testes, especialmente quando não houver testes validados no mercado.”

 

( F ) O psicodiagnóstico deve limitar-se a uma avaliação de sinais e sintomas, tendo como resultado apenas um diagnóstico nosológico.

FALSO. Note que o psicodiagnóstico poder ter um ou vários objetivos, no caso, classificação simples, descrição, classificação nosológica (nome da doença), diagnóstico deferencial, avaliação compreensiva, entendimento dinâmico, prevenção, prognóstico e perícia forense.

 

( V ) O termo psicodiagnóstico deve ser usado para descrever um procedimento complexo, interventivo, baseado na coleta de múltiplas informações, que possibilite a elaboração de uma hipótese diagnóstica alicerçada em uma compreensão teórica.

VERDADEIRO. Corroborando a assertiva, de acordo com Hutz et al. (2016):

“Reservamos o termo para descrever um procedimento complexo, interventivo, baseado na coleta de múltiplas informações, que possibilite a elaboração de uma hipótese diagnóstica alicerçada em uma compreensão teórica.”

 

( V ) Não se sugere a adoção do termo psicodiagnóstico para situações avaliativas em contextos jurídicos ou organizacionais uma vez que, nessas situações, estão presentes outras variáveis geralmente não encontradas no contexto clínico, como a simulação e a dissimulação conscientes.

VERDADEIRO. Conforme Hutz et al. (2016):

Não sugerimos a adoção do termo para situações avaliativas em contextos jurídicos ou organizacionais, uma vez que, nessas situações, estão presentes outras variáveis geralmente não encontradas no contexto clínico, como a simulação e a dissimulação conscientes. Também não compreendemos que o psicodiagnóstico se limite, em todos os casos, a uma avaliação de sinais e sintomas, tendo com resultado apenas um diagnóstico nosológico, o que se aproximaria muito de uma avaliação psiquiátrica.”

 
 

Considerando a análise das proposições apresentadas, ratifica-se que SÃO VERDADEIRAS as afirmativas “III e IV”, resultando na sequência “(F); (F); (V); (V)”, corroborando-se, portanto, que a alternativa que apresenta a opção CERTA encontra-se na LETRA “C”.

 

_________________

Fontes consultadas:

Psicodiagnóstico [recurso eletrônico] / Organizadores, Claudio Simon Hutz ... [et al.]. – Porto Alegre : Artmed, 2016.

Cunha, J. A. (2005). Psicodiagnóstico V – 5a edição revisada e ampliada. Porto Alegre: Artes Médicas Sul.

 

329) Segundo Jurema Cunha, a bateria de testes é utilizada em psicodiagnóstico porque nenhum teste isoladamente oferece uma visão abrangente do indivíduo e para

  • A) respeitar princípios míticos de cuidado com o indivíduo avaliado.
  • B) obter uma validação intertestes dos dados obtidos.
  • C) conquistar dados conclusivos que possam justificar desvios.
  • D) selecionar categorias a serem pesquisadas.
  • E) aprimorar os instrumentos de coleta de dados no foco do cliente.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra B) obter uma validação intertestes dos dados obtidos.

Gabarito: Letra B

Segundo Jurema Cunha, a bateria de testes é utilizada em psicodiagnóstico porque nenhum teste isoladamente oferece uma visão abrangente do indivíduo e para
a)  respeitar princípios míticos de cuidado com o indivíduo avaliado.
b)  obter uma validação intertestes dos dados obtidos.
c)  conquistar dados conclusivos que possam justificar desvios.
d)  selecionar categorias a serem pesquisadas.
e)  aprimorar os instrumentos de coleta de dados no foco do cliente.

 

Segundo Cunha, o segundo motivo para utilização das baterias é a tentativa de validação intertestes, veja:

“Bateria de testes é a expressão utilizada para designar um conjunto de testes ou de técnicas, que podem variar entre dois e cinco ou mais instrumentos, que são incluídos no processo psicodiagnóstico para fornecer subsídios que permitam confirmar ou infirmar as hipóteses iniciais, atendendo o objetivo da avaliação. A bateria de testes é utilizada por duas razões principais. Primeiramente, considera-se que nenhum teste, isoladamente, pode proporcionar uma avaliação abrangente da pessoa como um todo. Em segundo lugar, o emprego de uma série de testes envolve a tentativa de uma validação intertestes dos dados obtidos, a partir de cada instrumento em particular, diminuindo, dessa maneira, a margem de erro e fornecendo melhor fundamento para se chegar a inferências clínicas (Exner, 1980). Em relação às técnicas projetivas, como o número de pesquisas é muito pequeno, e até escasso no caso de crianças (Cunha, Nunes & Silveira, 1990), é aconselhável corroborar a significação clínica de indicadores de um determinado teste através de indícios sugestivos em outra técnica. Quanto a técnicas psicométricas, considerando o número relativamente pequeno de testes com normas brasileiras, recomenda-se buscar a intervalidação dos resultados, especialmente nos casos em que as conclusões deverão servir de base para ações decisórias na vida do sujeito. Contudo, embora tais recursos garantam maior segurança nas conclusões, devem ser reduzidos ao essencial, de modo a não alargar desnecessariamente o processo diagnóstico.”

 

Nosso gabarito é Letra B.

 

Fonte: Jurema Alcides Cunha ... Psicodiagnóstico V. – Porto Alegre : Artmed, 2007.

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330) De acordo com CUNHA, sobre os preceitos do psicodiagnóstico, assinalar a alternativa CORRETA:

  • A) Seu processo não é limitado no tempo e seus resultados podem ser generalizados a uma gama de recortes populacionais, independentemente de sua origem e cultura.
  • B) Realiza-se uma bateria de testes, cujos resultados não ambicionam, sob nenhuma hipótese, prever o curso possível de um caso.
  • C) Utiliza-se de um rígido plano de avaliação, elaborado à revelia das perguntas ou hipóteses iniciais.
  • D) Parte de um levantamento prévio de hipóteses, que podem ser confirmadas ou infirmadas, através de passos predeterminados e com objetivos precisos.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra D) Parte de um levantamento prévio de hipóteses, que podem ser confirmadas ou infirmadas, através de passos predeterminados e com objetivos precisos.

  

De acordo com CUNHA, sobre os preceitos do psicodiagnóstico, assinalar a alternativa CORRETA:

 

Para a compreensão do assunto que traz a questão, dividiu-se a análise em duas partes:

1) Sobre psicodiagnóstico e objetivos conforme uma avaliação psicológica clínica

2) Análise das alternativas


 

1) Sobre psicodiagnóstico e objetivos conforme uma avaliação psicológica clínica

 

Segundo Cunha (2005, p. 106):

 

“O psicodiagnóstico é um processo limitado no tempo. Esclarecidas as questões iniciais e definidas as hipóteses e os objetivos do processo, o psicólogo tem condições de saber qual o tipo de exame que é adequado para chegar a conclusões e, conseqüentemente, pode prever o tempo necessário para realizá-lo. A duração de um psicodiagnóstico constitui uma estimativa do tempo em que se pode operacionalizar as tarefas implícitas pelo plano de avaliação

 

Explorando as possibilidades dos objetivos de um psicodiagnóstico, conforme avaliação psicológica, confira o que preconiza Cunha (2005, p. 27):

OBJETIVOS DE UMA AVALIAÇÃO PSICOLÓGICA CLÍNICA

Fonte: Cunha, Jurema e Colaboradores. Psicodiagnóstico V. Porto Alegre: Artes Médicas; 2005.

Classificação simples

O exame compara a amostra do comportamento do examinando com os resultados de outros sujeitos da população geral ou de grupos específicos, com condições demográficas equivalentes; esses resultados são fornecidos em dados quantitativos, classificados sumariamente, como em uma avaliação de nível intelectual

Descrição

Ultrapassa a classificação simples, interpretando diferenças de escores, identificando forças e fraquezas e descrevendo o desempenho do paciente, como em uma avaliação de déficits neuropsicológicos.

Classificação nosológica

Hipóteses iniciais são testadas, tomando como referência critérios diagnósticos

Diagnóstico diferencial

São investigadas irregularidades ou inconsistências do quadro sintomático, para diferenciar alternativas diagnósticas, níveis de funcionamento ou a natureza da patologia.

Avaliação compreensiva

É determinado o nível de funcionamento da personalidade, são examinadas as funções do ego, em especial a de insight, condições do sistema de defesas, para facilitar a indicação de recursos terapêuticos e prever a possível resposta aos mesmos

Entendimento Dinâmico

Ultrapassa o objetivo anterior, por pressupor um nível mais elevado de inferência clínica, havendo vendo uma integração de dados com base teórica. Permite chegar a explicações de aspectos comportamentais nem sempre acessíveis na entrevista, à antecipação de fontes de dificuldades na terapia e à definição de focos terapêuticos, etc

Prevenção

Procura identificar problemas precocemente, avaliar riscos, fazer uma estimativa de forças e fraquezas do ego, de sua capacidade para enfrentar situações novas, difíceis, estressantes.

Prognóstico

Determina o curso provável do caso.

Perícia Forense

Fornece subsídios para questões relacionadas com “insanidade”, competência para o exercício das funções de cidadão, avaliação de incapacidades ou patologias que podem se associar com infrações da lei, etc.

 
 

2) Análise das alternativas

 

a)  Seu processo não é limitado no tempo e seus resultados podem ser generalizados a uma gama de recortes populacionais, independentemente de sua origem e cultura.

INCORRETA. Corrigindo: segundo Cunha (2005, p. 106):

“O psicodiagnóstico é um processo limitado no tempo. Esclarecidas as questões iniciais e definidas as hipóteses e os objetivos do processo, o psicólogo tem condições de saber qual o tipo de exame que é adequado para chegar a conclusões e, conseqüentemente, pode prever o tempo necessário para realizá-lo. A duração de um psicodiagnóstico constitui uma estimativa do tempo em que se pode operacionalizar as tarefas implícitas pelo plano de avaliação

   

b)  Realiza-se uma bateria de testes, cujos resultados não ambicionam, sob nenhuma hipótese, prever o curso possível de um caso.

INCORRETA. Corrigindo: segundo Cunha (2005, p. 28):

“Não obstante, quando o paciente apresenta condições para testagem, é possível se desenvolver um psicodiagnóstico em estrito senso: o psicólogo organiza seu plano de avaliação e lança mão de uma bateria de testes, para verificar cientificamente suas hipóteses, ou, ainda, para levantar outras a serem analisadas, conforme a história e o contexto de vida do paciente

 

c)  Utiliza-se de um rígido plano de avaliação, elaborado à revelia das perguntas ou hipóteses iniciais.

INCORRETA. Note que no comentário supracitado, o plano de avaliação está em consonância com as hipóteses levantadas.

 

d)  Parte de um levantamento prévio de hipóteses, que podem ser confirmadas ou infirmadas, através de passos predeterminados e com objetivos precisos.

CORRETA. Segundo Cunha (2005, p. 26):

“Caracterizamos o psicodiagnóstico como um processo científico, porque deve partir de um levantamento prévio de hipóteses que serão confirmadas ou infirmadas através de passos predeterminados e com objetivos precisos.”

 

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Fontes consultadas:

Psicodiagnóstico [recurso eletrônico] / Organizadores, Claudio Simon Hutz ... [et al.]. – Porto Alegre : Artmed, 2016.

Cunha, J. A. (2005). Psicodiagnóstico V – 5a edição revisada e ampliada. Porto Alegre: Artes Médicas Sul.

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