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Texto 18A1-I

Maria, de três anos de idade, fruto do relacionamento entre Jonas e Antonela, está em acompanhamento psicológico há um ano, desde o início do processo de separação do par parental. Com encaminhamento da pediatra, Antonela procurou especialista em atendimento infantil. A queixa inicial consistia em dores abdominais, labilidade emocional, terror noturno, irritabilidade, dificuldade de acatar regras e limites, regressão comportamental, ansiedade de separação e ganho de peso. Na entrevista inicial, ao ser indagada a respeito do cenário familiar, Antonela informou a respeito do processo judicial em curso, que definirá a modalidade de guarda e pensão alimentícia. Comentou sobre a relação conturbada vivenciada no último ano por todos os envolvidos, apontando o comprometimento na comunicação e decisões divergentes quanto ao cuidado integral da criança. Afirmou, ainda, que Jonas não concordava com o encaminhamento feito pela pediatra: “Ele diz que nossa filha não precisa de psicólogo porque a louca sou eu. Disse, ainda, que não concorda, não será conivente nem participará dessa palhaçada. Fala logo que isso é coisa da minha cabeça e que sou eu quem crio tudo pra atrapalhar a relação deles. Se você quiser chamar ele pra uma conversa, não há problemas pra mim. Mas ele já disse que não trará Maria para sessões nem participará de modo efetivo desse trabalho” (sic).

Ainda em relação à situação hipotética apresentada no texto 18A1-I, julgue o seguinte item, considerando as abordagens teóricas da psicologia, a avaliação psicológica, as técnicas de entrevista e o Código de Ética Profissional do Psicólogo.

As características da comunicação temática são um dos critérios de análise da entrevista, que poderá ser utilizada pelo psicólogo responsável pela avaliação de Maria.

Resposta:

A alternativa correta é letra A) Certo

Gabarito: Item Certo

Certo. A comuicação temáica é um dos critérios utilizados por Greenspan na análise da entrevista lúdica.

“Critérios de análise da entrevista lúdica diagnóstica utilizados por S. I. Greenspan e Greenspan (1993)

1. Desenvolvimento físico e neurológico

  • Coordenação geral (postura, marcha, equilíbrio, coordenação motora fina e grossa, tenacidade dos membros)
  • Qualidade e tom da voz
  • Reações às sensações e dificuldade para processá-las (dificuldades para ouvir, para ver, de tato)
  • Bem-estar físico geral (altura, peso, tonalidade da pele e saúde geral)
  • Nível de atividade (no início e durante a entrevista)

2. Humor (tom emocional geral)

  • Evolução do humor ao longo da sessão
  • Discrepância entre o tema abordado e o sentimento expresso (expressão facial)
  • Conteúdo da entrevista
  • Sentimento subjetivo do avaliador

3. Capacidade para relacionamentos humanos Indicadores gestuais (contato visual, ato de apontar, sons ou vocalizações simples, expressões faciais, gestos motores, diferentes expressões sutis de afeto, etc.)

  • Modo como se relaciona com o avaliador
  • Modo como se relaciona com outras pessoas (família, sala de espera, etc.)
  • Qualidade de vinculação e relacionamento
  • Grau de calor humano e profundidade de vinculação
  • Capacidade para representar e simbolizar a experiência (usar palavras e jogos de faz de conta para negociar a relação com o entrevistador)
  • Capacidade para negociar baseada na lógica (perguntar se pode realizar algo)

4. Afetos e ansiedades

  • Estados afetivos nas várias etapas da sessão (início, meio, fim)
  • Estados afetivos nos vários temas abordados (dependência, agressão, curiosidade, competição, inveja, excitação, etc.)
  • Capacidade de uso de símbolos e de representações de afetos Riqueza e profundidade dos afetos (superficiais, intensos, etc.)
  • Estabilidade dos afetos Perturbação súbita no desenvolvimento de um tema (ansiedade)
  • Natureza da ansiedade (medo de danos corporais, de separação, etc.)
  • Sequência dos temas Mudança nos níveis representacionais (mais e menos evoluídos)

5. Uso do ambiente (na sala de espera e na sala de jogos)

  • Capacidade de integração de toda a sala

6. Desenvolvimento temático

  • Organização temática (presença ou ausência de elos lógicos entre os temas)
  • Riqueza e profundidade temática (grau em que a criança pode desenvolver uma história antes de encontrar restrições ou bloqueios que impeçam seu desdobramento)
  • Sequência temática (natureza das preocupações da criança, níveis desenvolvimentais dos conflitos nucleares e defesas usadas)
  • Pertinência dos temas apropriados à idade (nível etário a partir do qual os conflitos da criança derivam-se e o modo como ela lida com os conflitos)
  • Características da comunicação temática
  • Capacidade de uso de representações ou ideias nos jogos de faz de conta ou no uso intencional das palavras (descrição de objetos versus representação de objetos)
  • Amplitude de temas

7. Reações subjetivas do avaliador

  • Sentimentos que a criança evoca no avaliador
  • Fantasias que ocorrem ao avaliar durante o curso do diagnóstico”
 

Fonte: Psicodiagnóstico [recurso eletrônico] / Organizadores, Claudio Simon Hutz ... [et al.]. – Porto Alegre : Artmed, 2016. e-PUB

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