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A mãe de uma criança de 5 anos expressa sua preocupação pelo fato de sua filha frequentemente falar sozinha enquanto brinca. Na visão de Lev Vygotsky, essa atividade

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Resposta:

A alternativa correta é letra D) ajuda a criança a organizar melhor as ideias e a planejar melhor as ações.

 

A mãe de uma criança de 5 anos expressa sua preocupação pelo fato de sua filha frequentemente falar sozinha enquanto brinca. Na visão de Lev Vygotsky, essa atividade

 

Observe o seguinte texto de Dionísio:

 

"Uma outra proposta é a do psicólogo soviético Vygotsky (1996), que explica o desenvolvimento da linguagem e do pensamento com base na interação entre os indivíduos. Segundo o autor, a fala e o pensamento têm origens genéticas diferentes, havendo uma fase pré-intelectual da fala, relacionada ao balbucio e ao choro. A criança, nessa idade, fala sozinha quando está brincando, desenhando e fazendo outras tarefas. Essa fala egocêntrica é, para Vygotsky, muito importante, pois serve de instrumento para a criança planejar e encontrar a solução de um problema. A fala será internalizada à medida que a criança cresce."

 

Com isso, vamos analisar as alternativas.

 

a)  indica que a criança habita um universo egocêntrico cujas regras ela mesma estabelece.

 

O caso da questão explicita uma fala egocêntrica, contudo isso indica algo normal e importante no desenvolvimento.

 

Essa afirmativa traz algo muito abrangente: "habita um universo egocêntrico cujas regras ela mesma estabelece".

 

Assertiva Falsa.

 

b)  é um dos principais sintomas de transtorno do espectro autista.

 

Como vimos acima, esse tipo de fala faz parte do desenvolvimento e não é um dos principais sintomas do Transtorno do Espectro Autista.

 

Observe os sintomas do TEA, segundo o DSM-V:

 

"A. Déficits persistentes na comunicação social e na interação social em múltiplos contextos, conforme manifestado pelo que segue, atualmente ou por história prévia (os exemplos são apenas ilustrativos, e não exaustivos; ver o texto):


1. Déficits na reciprocidade socioemocional, variando, por exemplo, de abordagem social anormal e dificuldade para estabelecer uma conversa normal a compartilhamento reduzido de interesses, emoções ou afeto, a dificuldade para iniciar ou responder a interações sociais.


2. Déficits nos comportamentos comunicativos não verbais usados para interação social, variando, por exemplo, de comunicação verbal e não verbal pouco integrada a anormalidade no contato visual e linguagem corporal ou déficits na compreensão e uso gestos, a ausência total de expressões faciais e comunicação não verbal.


3. Déficits para desenvolver, manter e compreender relacionamentos, variando, por exemplo, de dificuldade em ajustar o comportamento para se adequar a contextos sociais diversos a dificuldade em compartilhar brincadeiras imaginativas ou em fazer amigos, a ausência de interesse por pares.


B. Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades, conforme manifestado por pelo menos dois dos seguintes, atualmente ou por história prévia (os exemplos são apenas ilustrativos, e não exaustivos; ver o texto):


1. Movimentos motores, uso de objetos ou fala estereotipados ou repetitivos (p. ex., estereotipias motoras simples, alinhar brinquedos ou girar objetos, ecolalia, frases idiossincráticas).


2. Insistência nas mesmas coisas, adesão inflexível a rotinas ou padrões ritualizados de comportamento verbal ou não verbal (p. ex., sofrimento extremo em relação a pequenas mudanças, dificuldades com transições, padrões rígidos de pensamento, rituais de saudação, necessidade de fazer o mesmo caminho ou ingerir os mesmos alimentos diariamente).


3. Interesses fixos e altamente restritos que são anormais em intensidade ou foco (p. ex., forte apego a ou preocupação com objetos incomuns, interesses excessivamente circunscritos ou perseverativos).


4. Hiper ou hiporreatividade a estímulos sensoriais ou interesse incomum por aspectos sensoriais do ambiente (p. ex., indiferença aparente a dor/temperatura, reação contrária a sons ou texturas específicas, cheirar ou tocar objetos de forma excessiva, fascinação visual por luzes ou movimento)."

 

Assertiva Falsa.

 

c)  demonstra a transição para a função comunicativa da linguagem.

 

Na verdade, o fato da criança falar sozinha ao brincar demonstra a fala egocêntrica que, como vimos, ajuda a criança a planejar. Posteriormente, essa fala será internalizada.

 

Portanto, a transição a que Vygotsky se refere é a transição das funções interpsíquicas (a criança precisa falar para ajudar a se organizar) para as funções intrapsíquicas (fala interiorizada).

 

Observe o texto de Pereira:

 

"Para Vygotsky, a linguagem interior é precedida pela linguagem egocêntrica: a linguagem egocêntrica desaparece quando a linguagem interior começa a se desenvolver, uma se transformando na outra. A linguagem egocêntrica é um fenômeno que corresponde à transição das funções interpsíquicas para as intrapsíquicas, evidenciando o curso geral das funções psicológicas superiores, que parte da atividade social e coletiva para a atividade mais individualizada. Esta linguagem não se restringe a "acompanhar" a atividade da criança, mas "orienta" a própria atividade mental"

 

Assertiva Falsa.

 

d)  ajuda a criança a organizar melhor as ideias e a planejar melhor as ações.

 

Essa é a afirmativa que está de acordo com o texto supracitado.

 

Assertiva Correta.

 

e)  aponta para a ausência de mediadores qualificados no ambiente social da criança.

 

Como vimos, trata-se de algo que faz parte do desenvolvimento. Portanto, não indica ausência de mediadores.

 

Assertiva Falsa.

 

A alternativa correta é, portanto, a Letra D. 

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