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Algumas vezes, na disputa judicial, é a partilha de bens que ganha especial destaque no litígio; outras vezes (não raras) a luta pela guarda dos filhos, que ficam na berlinda, ante à batalha travada pelos pais, na busca de maior poder. Para compreender e manejar conflitos é preciso um exame rigoroso da correlação de poderes.

 

Muszkat (2005), baseada nas ideias foucaultianas, apresenta as seguintes considerações:


I. O poder, que se exerce a partir das relações que são desiguais, nunca é exterior ao sujeito.


II. O poder gera uma força oposta, ao determinar a conduta do dominado, uma inevitável força contrária, uma resistência.


III. O discurso do poder se reforça pela repetição, tornando-o tanto mais forte quanto menos puder ser questionado.


IV. O poder é relacional, podendo ser co-construído, mas nem sempre é reconhecido pela outra parte.


Está(ão) correta(s) APENAS:

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Resposta:

A alternativa correta é letra E) I, II e III.

Gabarito Letra E

 

Muszkat (2005), baseada nas ideias foucaultianas, apresenta as seguintes considerações:

 

Vamos, primeiro, relembrar o que a autora diz:

“Muszkat (2005, p. 47) afirma que é impossível compreender e manejar conflitos sem um exame mais rigoroso da correlação de poderes presentes na dinâmica das relações entre as partes litigantes. E, baseada nas ideias foucaultianas, a autora desenvolve as seguintes considerações:

  • o poder nunca é exterior ao sujeito… ele se exerce a partir das relações que são desiguais;
  • reconhecendo a interioridade, ele é posto em ação por intermédio de uma forma comunicacional (verbal ou não verbal) que define a relação;
  • o poder é relacional, é coconstruído e deve sempre ser reconhecido pela outra parte;
  • o poder é interdependente, surge da dependência mútua de recursos;
  • se uma das partes tiver poder absoluto sobre a outra, não haverá conflito;
  • a dependência de recursos pode ser concreta, simbólica, idealizada ou fantasiada e necessita de constante reconhecimento… o efeito do poder por meio do consentimento é muito mais eficaz do que o obtido pela força;
  • o poder gera uma força oposta, ao determinar a conduta do dominado, uma inevitável força contrária, uma resistência;
  • o discurso do poder se reforça pela repetição, tornando-o tanto mais forte quanto menos puder ser questionado.”


I. O poder, que se exerce a partir das relações que são desiguais, nunca é exterior ao sujeito.

Certo!


II. O poder gera uma força oposta, ao determinar a conduta do dominado, uma inevitável força contrária, uma resistência.

Certo!


III. O discurso do poder se reforça pela repetição, tornando-o tanto mais forte quanto menos puder ser questionado.

Certo!


IV. O poder é relacional, podendo ser co-construído, mas nem sempre é reconhecido pela outra parte.

Errado. Ele deve sempre ser reconhecido pela outra parte.

 

Assim, apenas I, II e III estão corretas.

Gabarito Letra E

 

Fonte: Fiorelli, José Osmir Psicologia Jurídica / José Osmir Fiorelli, Rosana Cathya Ragazzoni Mangini. – 10. ed. – São Paulo: Atlas, 2020.

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