Dolto (2011) discute a problemática do divórcio sobre a ótica psicanalítica e enfoca as dissociações vividas pela criança em decorrência dessa ruptura da estrutura familiar. Para ela, quando os pais não estão mais presentes e o espaço também não é o mesmo, a criança
- A) faz a mediação da separação com maior facilidade.
- B) não confiará no analista e nos pais.
- C) não mais se reconhece, nem mesmo em seu corpo.
- D) entende que suas vontades são desconhecidas por todos.
- E) elabora a separação, pois não compreende o que ocorreu.
Resposta:
A alternativa correta é letra C) não mais se reconhece, nem mesmo em seu corpo.
Análise das alternativas:
a) Incorreta. Pelo contrário, quando ocorre a ausência de um dos pais e a criança tem que deixar a casa, ela vivencia uma maior desestruturação: no nível espacial, que repercute no corpo, e no nível da afetividade, por meio de sentimentos dissociados.
b) Incorreta. Na situação apresentada, ocorre uma desestruturação da criança com ela mesma, não uma falta de confiança no analista e nos pais.
c) Correta. Para Dolto, o corpo da criança construiu-se em determinado espaço no contexto dos seus pais presentes, ainda em união. Quando os pais vão embora, se o espaço não for o mesmo, a criança não mais se reconhece, nem mesmo em seu corpo. Portanto, esta será nossa resposta.
d) Incorreta. A autora não menciona que, na separação dos pais, a criança entende que suas vontades são desconhecidas por todos. Fala da falta de reconhecimento da criança em seu próprio corpo, pois desestrutura-se em dois níveis: espacial e da afetividade.
e) Incorreta. No contexto apresentado, a criança sente mais dificuldade para elaborar a separação dos pais.
DOLTO, F. Quando os pais se separam (V. Ribeiro, Trad.). Jorge Zahar, 2011.
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