Em nossa sociedade ocidental, o discurso que rege o que se tem por verdadeiro, que define a rede de conhecimentos válidos (ou não válidos), é o científico. Nossa “verdade” está centrada nele e nas instituições que o produzem. Instituições essas igualmente não isentas de interesses. São conhecimentos e verdades guiados em seu processo de produção por crenças, costumes e interesses. Usados permanentemente pela produção econômica e pelo poder político e difundidos pelas instâncias educativas e informativas da sociedade, de forma, até certa instância, controlada por grandes aparelhos políticos e econômicos, tais como: universidades, mídia, escrita, exército. Para explicar o acima descrito, Foucault menciona, em sua obra, a existência de
- A) capitalismo humanista.
- B) percepção cognitiva.
- C) jogos de verdade.
- D) sociedade laudatória.
- E) transtorno psicopatológico.
Resposta:
A alternativa correta é letra C) jogos de verdade.
Por jogos de verdade, Foucault compreende “não a descoberta das coisas verdadeiras, mas as regras segundo as quais, a respeito de certas coisas, aquilo que um sujeito pode dizer decorre da questão do verdadeiro e do falso.” Isso significa dizer que os jogos de verdade são os modos pelos quais os discursos podem ou não se tornar verdadeiros de acordo com as circunstâncias em que são ditos; a maneira pela qual um determinado tipo de objeto se relaciona com o sujeito. No caso do aparecimento das ciências humanas deparamo-nos com práticas discursivas em que o sujeito torna-se o objeto privilegiado de investigação e de discursos que podem ser verdadeiros ou falsos. Temos, deste modo, o sujeito compreendido como objeto de conhecimento e, ao mesmo tempo, sujeito detentor deste conhecimento.
Considerando o trecho acima, constatamos que o enunciado trata dos jogos de verdade, mencionados por Foucault.
As outras alternativas citam expressões que não se referem à ideia transmitida. Portanto, podemos descartá-las.
Fonte: Castanheira, M.; Correia, A. A constituição do sujeito em Michel Foucault: práticas de sujeição e práticas de subjetivação. Dissertação de Mestrado. UFG.
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