Em um processo de separação judicial, a mãe requer a guarda exclusiva de seu filho. Em entrevista com a criança, o psicólogo relata as seguintes características: a criança diz odiar o pai e também seus tios e avós, conta que o pai sempre foi ausente e que sempre sentiu falta de amor por parte dele. A mãe foi considerada pelo psicólogo como superprotetora e vitimizada em relação ao pai, por quem nutre muito ódio e desejo de vingança. Com base nessa situação, assinale a alternativa que apresenta uma conclusão correta do psicólogo.
- A) O relato da criança aponta para um transtorno de estresse pós-traumático, provocado por provável abuso sexual. A guarda exclusiva é recomendada.
- B) Trata-se de um caso de Síndrome de Alienação Parental. Recomendam-se entrevistas conjuntas com os pais da criança, para o diagnóstico da síndrome e futuros encaminhamentos.
- C) Trata-se de uma manipulação da criança que, na verdade, quer ficar com pai em detrimento da convivência com a mãe.
- D) A guarda exclusiva deve ser deferida, tendo em vista que a criança aparenta ter dificuldades em discernir fantasia de realidade.
- E) Trata-se de um caso de abuso moral contra a criança; assim, a guarda deve ser dada exclusivamente à mãe e seus familiares diretos.
Resposta:
A alternativa correta é letra B) Trata-se de um caso de Síndrome de Alienação Parental. Recomendam-se entrevistas conjuntas com os pais da criança, para o diagnóstico da síndrome e futuros encaminhamentos.
Nesta questão, conseguimos selecionar a melhor opção apenas com base no enunciado. Em vista disso, é muito importante uma leitura atenta dele.
Fica claro que o discurso da criança é influenciado pela mãe, pois relatou-se que tanto a criança quanto a mãe nutrem ódio pelo pai. Além disso, o fato de ser apresentada a informação de que a mãe foi considerada superprotetora e vitimizada reforça essa visão.
Vamos analisar as alternativas:
a) O relato da criança aponta para um transtorno de estresse pós-traumático, provocado por provável abuso sexual. A guarda exclusiva é recomendada.
INCORRETA. Não é possível se chegar a essa conclusão. Não temos nenhuma informação no enunciado que vá ao encontro de uma queixa de abuso sexual.
b) Trata-se de um caso de Síndrome de Alienação Parental. Recomendam-se entrevistas conjuntas com os pais da criança, para o diagnóstico da síndrome e futuros encaminhamentos.
CORRETA. O fato de o discurso da criança ser bem parecido com os sentimentos da mãe com relação ao pai levam a crer que se trata da Síndrome de Alienação Parental, pois, nesse caso, há uma campanha difamatória contra um dos genitores.
c) Trata-se de uma manipulação da criança que, na verdade, quer ficar com pai em detrimento da convivência com a mãe.
INCORRETA. Como a criança quer ficar com o pai se o odeia? Conseguimos descartar essa opção facilmente.
d) A guarda exclusiva deve ser deferida, tendo em vista que a criança aparenta ter dificuldades em discernir fantasia de realidade.
INCORRETA. Se considerarmos o discurso da criança e da mãe e a análise do psicólogo quanto à mãe (superprotetora e vitimizada), chegaremos a hipótese de alienação parental, o que seria um impeditivo para o deferimento da guarda exclusiva.
e) Trata-se de um caso de abuso moral contra a criança; assim, a guarda deve ser dada exclusivamente à mãe e seus familiares diretos.
INCORRETA. Não há indicativos de abuso moral. O fato de a criança dizer que o pai sempre foi ausente e que sentia falta de amor por parte dele não significa que houve abuso moral. Esse discurso aparenta influência da mãe.
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