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Nos casos envolvendo abusos sexuais infantis que ocorrem dentro da própria família é correto afirmar: 

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Resposta:

A alternativa correta é letra C) É comum a chamada Síndrome do Segredo, o que dificulta a intervenção. 

   

Nos casos envolvendo abusos sexuais infantis que ocorrem dentro da própria família é correto afirmar: 

  

Essa questão pode ser respondida com os seguintes textos:

 

"Investigar cientificamente o abuso sexual é uma necessidade e um desafio na atualidade, pois sua prevalência aponta para um grave problema de saúde pública (Dahlberg & Krug, 2007; Ferreira & Azambuja, 2011). No ano de 2011, o Ministério da Saúde reportou 14 625 notificações de violência, inclusive a sexual contra crianças menores de 10 anos (Portal Brasil, 2013). A Rede Brasil Atual (2012) informa que em dez anos o número de crianças e adolescentes abusadas sexualmente encaminhadas para atendimento em São Paulo triplicou. A natureza multidimensional do abuso sexual justifica o acesso e a análise dos diferentes sistemas envolvidos e um investimento metodológico que contemple tais peculiaridades.

(...)

O abuso sexual é considerado uma forma ativa de maltratar crianças e adolescentes, expondo-os à estimulação sexual inapropriada a sua idade. De acordo com Furniss (1993), quando o abuso ocorre de forma intrafamiliar, a violência se manifesta de forma silenciosa, sem violência física, tendendo a ser contínua por longos períodos de tempo e progressiva, iniciando por carícias até chegar ao coito. Essa caracterização corresponde às relações incestuosas, que na visão de Cohen e Gobetti (1998), se refere ao relacionamento sexual entre pessoas que são membros de uma mesma família (exceto os cônjuges), sendo que a família não é definida apenas pela consanguinidade ou mesmo afinidade, mas, principalmente, pela função social de parentesco exercida pelas pessoas dentro do grupo.  

 

Habigzang, Koller, Azevedo e Machado (2005) descrevem que o abuso sexual intrafamiliar é desencadeado e mantido por uma dinâmica complexa que sustenta aspectos da "Síndrome de Segredo" e da "Síndrome de Adição". A síndrome do segredo gera uma proteção da figura do agressor, pela criança, em uma teia de segredos, e a síndrome da adição proporciona que o abusador, por não se controlar, use a criança para obter excitação sexual e alívio de tensão, e a criança "se adapta" a essa violência. Ambas as situações trazem dependência psicológica e a negação desta dependência.

 

Do ponto de vista da vítima, o incesto promove uma intensa opressão. A criança ou adolescente teme o autor da violência, e nutre medo de vingança, de retaliação e teme ser o responsável por uma desintegração da família, caso o segredo seja revelado. Como os papéis estão indefinidos, as vítimas acham natural o comportamento do abusador, se culpam e se sentem responsáveis pelo abuso. Assim, protelam o pedido de ajuda, pensando que ninguém irá acreditar em seu relato, o que de fato pode ocorrer em função da negação e de outras circunstâncias que envolvem a dinâmica familiar (Habigzang, Azevedo, Koller, & Machado, 2006; Habigzang, & Caminha, 2004; Koller, & De Antoni, 2004)."

 

Fonte: "A metodologia qualitativa no estudo do abuso sexual intrafamiliar" (Lordello e Costa)

 

e

 

"Outro aspecto a ser pontuado é a transgeracionalidade da violência sexual. Na leitura dos prontuários ou no contato com a principal figura protetiva, por diversas vezes, deparou-se com os relatos de que também foram vítimas de violência  intrafamiliar, na infância ou adolescência."

 

Fonte: "Análise da efetividade das intervenções a crianças e adolescentes vítimas de violência sexual intrafamiliar"(Silva)

 

Portanto, encontramos a resposta na Letra C.

 

a)  São patologias atreladas unicamente ao funcionamento familiar, não podendo ser entendidas como um problema de saúde pública. 

 

b)  Há invariavelmente a conivência do ambiente escolar da vítima. 

 

c)  É comum a chamada Síndrome do Segredo, o que dificulta a intervenção. 

 

d)  Não pode ser atribuído a aspectos da transgeracionalidade já que por vezes há um padrão de comunicação distorcido que é aprendido pela criança. 

 

e)  A situação deve ser tratada unicamente sob o aspecto criminal, punindo-se o abusador confesso.

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