Questões Sobre Psicologia Jurídica - Psicologia - concurso
371) A escuta psicológica de crianças e adolescentes vítimas de violência sexual por psicólogos do Poder Judiciário já foi objeto de controvérsias que envolveram o CFP. Em 2012, o Depoimento Especial de Crianças e Adolescentes foi instituído no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro através da criação de um núcleo especializado para essa finalidade. Os argumentos apresentados em favor do Depoimento Especial são:
I – A criança e o adolescente vítima ou testemunha nos processos criminais são retirados da sala de audiências tradicional onde ocorrem os debates.
II – A intervenção de técnicos facilitadores concorre para a redução dos danos secundários com perguntas mais apropriadas à fase evolutiva da criança ou do adolescente.
III – O Depoimento Especial é uma avaliação psicológica que visa à superação dos traumas e à não revitimização, sem o compromisso com a produção de provas.
Está correto o que se argumenta em:
- A) somente I e II;
- B) somente I e III;
- C) somente II;
- D) somente III;
- E) I, II e III.
A alternativa correta é letra A) somente I e II;
De acordo com o Guia para capacitação em Depoimento Especial de crianças e adolescentes:
A Recomendação nº 33/2010 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) orientou os tribunais de justiça:
I – A implantação do sistema de depoimento videogravado para crianças e adolescentes. Esse depoimento deverá ser realizado em ambiente separado da sala de audiências, com a participação de profissional especializado para atuar nessa prática;
a) os sistemas de videogravação deverão, preferencialmente, ser assegurados com a instalação de equipamentos eletrônicos: de tela de imagem, de painel remoto de controle, de mesa de gravação em CD e em DVD para registro de áudio e de imagem, de cabeamento, de controle manual para zoom, de ar-condicionado para manutenção dos equipamentos eletrônicos.
Deverá, ainda, haver apoio técnico qualificado para uso dos equipamentos tecnológicos instalados nas salas de audiência e de depoimento especial;
b) o ambiente deverá ser adequado ao depoimento da criança e do adolescente, assegurando-lhes segurança, privacidade, conforto e condições de acolhimento.
II – Os participantes de escuta judicial deverão ser especificamente capacitados para o emprego da técnica do depoimento especial, usando os princípios básicos da entrevista cognitiva.
III - O acolhimento deve contemplar o esclarecimento, à criança ou ao adolescente, a respeito do motivo e do efeito de sua participação no depoimento especial, com ênfase à sua condição de sujeito em desenvolvimento e do consequente direito de proteção, preferencialmente, com o emprego de cartilha previamente preparada para a finalidade.
IV – Os serviços técnicos do sistema de justiça devem estar aptos a promover apoio, orientação e encaminhamento de assistência à saúde física e emocional da vítima ou testemunha e de seus familiares, quando necessário, durante e após o procedimento judicial.
V – Devem ser tomadas medidas de controle de tramitação processual que promovam a garantia do princípio da atualidade, garantindo a diminuição do tempo entre o conhecimento do fato investigado e a audiência de depoimento especial.
O guia salienta que tais orientações apresentam-se como principais vantagens do depoimento especial em cotejo com o depoimento tradicional de crianças e de adolescentes vítimas e testemunhas no sistema processual nacional. Com base no exposto acima, podemos dizer que estão corretos os itens I e II.
O erro do item III consiste em dizer que o depoimento especial é uma avaliação psicológica. Também é equivocada a afirmação de que o depoimento especial não se compromete em produzir provas, enquanto que um de seus objetivos é exatamente a produção de provas.
Para saber mais sobre Escuta Especial: http://www.mppa.mp.br/upload/GUIA%20DEPOIMENTO%20CRIANCAS.pdf
Para se informar sobre o parecer do CFP a respeito da Escuta Especial: http://site.cfp.org.br/wp-content/uploads/2015/05/Parecer-CFP-Escuta-Especial-de-Crian%C3%A7as-e-Adolescentes.pdf
372) Em decisão inédita no ano de 2012, o Tribunal de Justiça de São Paulo deferiu pedido para acrescentar na certidão de nascimento de jovem de 19 anos o nome da madrasta, sem retirar o nome da mãe biológica, que morreu três dias após o parto. Quando o filho tinha dois anos, o pai se casou com outra mulher, postulante da ação em conjunto com o enteado. O jovem sempre viveu harmoniosamente com o pai, com a madrasta, a quem sempre chamou de mãe, e com a família de sua mãe biológica. O filho que sempre conviveu com as três famílias tem agora um pai, duas mães e seis avós registrais.
(Folha de São Paulo, 2012).
Sobre essa situação, é correto afirmar que:
- A) a multiparentalidade é uma forma de reconhecer no campo jurídico o que ocorre no mundo dos fatos, afirmando a existência do direito à convivência familiar decorrente da paternidade biológica em conjunto com a paternidade socioafetiva;
- B) a adoção unilateral possibilitou que a madrasta legitimasse a relação de maternidade, afeto e cuidados construída na convivência com seu enteado;
- C) a pluriparentalidade ou socioparentalidade é um instrumento jurídico que afirma a prioridade da paternidade socioafetiva sobre a paternidade biológica nas famílias recompostas;
- D) o falecimento da mãe verdadeira do jovem e o novo casamento do pai permitiram a entrada da madrasta como mãe substituta no registro civil do adolescente, já que na prática seria impossível a coexistência de duas referências maternas;
- E) a filiação deve ser biologicamente fundada e determinada pela consanguinidade, motivo pelo qual não se pode excluir a genitora do registro de nascimento.
A alternativa correta é letra A) a multiparentalidade é uma forma de reconhecer no campo jurídico o que ocorre no mundo dos fatos, afirmando a existência do direito à convivência familiar decorrente da paternidade biológica em conjunto com a paternidade socioafetiva;
Análise das alternativas:
a) a multiparentalidade é uma forma de reconhecer no campo jurídico o que ocorre no mundo dos fatos, afirmando a existência do direito à convivência familiar decorrente da paternidade biológica em conjunto com a paternidade socioafetiva;
CORRETA. Ao ler com atenção as demais alternativas, ficaremos com esta. É a mais coerente com o caso apresentado pelo enunciado. Portanto, será nossa resposta.
b) a adoção unilateral possibilitou que a madrasta legitimasse a relação de maternidade, afeto e cuidados construída na convivência com seu enteado;
INCORRETA. Na adoção unilateral, ocorre o rompimento do vínculo de filiação com um dos pais, para que seja criado um novo vínculo com o pai adotivo. Ou seja, para que a adoção fosse unilateral deveria haver o rompimento do vínculo do jovem com a família da mãe biológica. Como não houve, a adoção não se caracteriza como tal.
c) a pluriparentalidade ou socioparentalidade é um instrumento jurídico que afirma a prioridade da paternidade socioafetiva sobre a paternidade biológica nas famílias recompostas;
INCORRETA. A pluriparentalidade não afirma esta prioridade. Cada caso deve ser analisado considerando suas peculiaridades.
d) o falecimento da mãe verdadeira do jovem e o novo casamento do pai permitiram a entrada da madrasta como mãe substituta no registro civil do adolescente, já que na prática seria impossível a coexistência de duas referências maternas;
INCORRETA. A madrasta não consta como mãe substituta, pois o nome da mãe biológica permaneceu no registro de nascimento do filho juntamente com o da madrasta.
e) a filiação deve ser biologicamente fundada e determinada pela consanguinidade, motivo pelo qual não se pode excluir a genitora do registro de nascimento.
INCORRETA. A filiação não necessariamente é biologicamente fundada e determinada pela consanguinidade. A adoção está aí para comprovar a possibilidade de filiação sem essa exigência.
373) No ordenamento jurídico brasileiro, as pessoas com transtornos mentais que cometem crimes são consideradas inimputáveis e são submetidas à medida de segurança de internação compulsória. A partir da publicação da Lei nº 10.216 de 2001, assim como das resoluções da III Conferência Nacional de Saúde Mental, mudanças na assistência ao louco infrator vêm sendo defendidas, entre as quais pode-se apontar:
- A) a realização de perícia psiquiátrica que ateste a cessação de periculosidade como critério para a desinstitucionalização dos pacientes;
- B) a construção de novos hospitais de custódia e a ampliação das unidades existentes para o atendimento à clientela apenada com transtorno mental;
- C) a regulamentação da internação compulsória com o estabelecimento da necessidade de indicação da internação pelo juiz de execuções penais;
- D) a promoção da separação nos manicômios judiciários entre os loucos infratores e os pacientes internados por crimes praticados sob o efeito de drogas ilícitas;
- E) o atendimento e a inclusão das pessoas acometidas de transtornos mentais submetidas à medida de segurança preferencialmente na rede extra-hospitalar.
A alternativa correta é letra E) o atendimento e a inclusão das pessoas acometidas de transtornos mentais submetidas à medida de segurança preferencialmente na rede extra-hospitalar.
A questão foi retirada do livro "Epidemiologia da Saúde Mental no Brasil" de Mello (2007). Vejamos o trecho que aborda o tema:
No ordenamento jurídico brasileiro, as pessoas com transtornos mentais que cometem crimes são consideradas inimputáveis, isto é, isentas de pena. Estas pessoas são submetidas, no entanto, à medida de segurança, espécie de tratamento compulsório, cuja principal consequência é a segregação perpétua ou por longo período, por meio da internação da pessoa acometida de transtornos mentais que cometeu um crime ou uma infração. A publicação da Lei 10.216, assim como as resoluções da III Conferência Nacional de Saúde Mental, vêm fomentando, no entanto, de forma inequívoca, a mudança de práticas na assistência ao louco infrator.
A partir daqui, vamos olhar as alternativas, para identificarmos os erros de cada uma delas. A questão pede as mudanças na assistência ao louco infrator que estão sendo defendidas. Vejamos:
a) a realização de perícia psiquiátrica que ateste a cessação de periculosidade como critério para a desinstitucionalização dos pacientes;
INCORRETA. Não é o atestado de cessação de periculosidade que deve direcionar a desinstitucionalização dos pacientes. Isso acontecia antes da reforma psiquiátrica, porém, com a existência do tratamento na rede extra-hospitalar, supera-se a cessação de periculosidade como critério para desinstitucionalização dos pacientes.
b) a construção de novos hospitais de custódia e a ampliação das unidades existentes para o atendimento à clientela apenada com transtorno mental;
INCORRETA. A ideia transmitida pelo enunciado vai justamente no sentido contrário. Com o novo modelo assistencial, foi reduzida a quantidade de leitos em hospitais psiquiátricos ou de custódia. O Ministério da Saúde substituiu os leitos psiquiátricos por leitos de atenção integral em saúde mental.
c) a regulamentação da internação compulsória com o estabelecimento da necessidade de indicação da internação pelo juiz de execuções penais;
INCORRETA. A internação compulsória também vai no sentido contrário à ideia transmitida pela questão. Com a reforma psiquiátrica, considera-se a internação como último recurso, após esgotadas as tentativas de tratamento nas redes extra-hospitalares.
d) a promoção da separação nos manicômios judiciários entre os loucos infratores e os pacientes internados por crimes praticados sob o efeito de drogas ilícitas;
INCORRETA. Com a reforma psiquiátrica, veio a intenção de tratar o louco infrator fora do manicômio judiciário. Portanto, não faz parte das mudanças assistenciais promover separação nos manicômios judiciários dos loucos infratores e outros internos. Pretende-se que o tratamento seja feito nas redes extra-hospitalares.
e) o atendimento e a inclusão das pessoas acometidas de transtornos mentais submetidas à medida de segurança preferencialmente na rede extra-hospitalar.
CORRETA. Como dito acima, atualmente, após a reforma psiquiátrica, busca-se tratar o louco fora do manicômico, na rede SUS extra-hospitalar de atenção à saúde mental, especialmente nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS).
Fonte: MELLO, Marcelo Feijó de. Epidemiologia de saúde mental no Brasil. Porto Alegre: Artmed, 2007.
374) Texto disponibilizado no Portal Ipea mostra que o Brasil vive uma fase de envelhecimento. De acordo com o artigo, entre os anos de 1940 e 2010, a população com mais de 60 anos aumentou de 4% para 11%. A expectativa é que o grupo formado por 20,6 milhões de idosos em 2010 chegue a 57 milhões até 2040, ou seja, 28% da população. O destino desses idosos tem sido cada vez mais decidido pela Justiça brasileira através do aumento dos pedidos de interdição. Constitui motivo legítimo para o deferimento do pedido de interdição dessa população:
- A) a idade provecta;
- B) a demência neurodegenerativa;
- C) o casamento ou união estável com parceiros muito mais jovens;
- D) a deficiência visual parcial ou total;
- E) a prática de crime hediondo.
A alternativa correta é letra B) a demência neurodegenerativa;
De acordo com o art. 1.767 do Código Civil, estão sujeitos à curatela:
I) Os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para os atos da vida civil;
II) Os que, por outra causa duradoura, não puderem exprimir a sua vontade;
III) Os deficientes mentais, os ébrios habituais e os viciados em tóxicos;
IV) Os excepcionais sem completo desenvolvimento mental;
V) Os pródigos
A curatela é estabelecida quando ocorre a interdição de uma pessoa, na qual faz-se necessário a nomeação de um curador, que cuidará dos bens do interditado. O pedido de interdição é deferido quando fica comprovado que o candidato à interdição é incapaz de administrar os atos da vida civil.
Análise das alternativas:
a) Incorreta. Idade provecta nada mais é do que idade avançada ou velhice. Não consta como justificativa para interdição apenas a condição de idoso.
b) Correta. Constitui motivo legítimo para o deferimento do pedido de interdição da população idosa a demência neurodegenerativa, pois essa doença leva a uma deterioração gradativa do discernimento da pessoa para atos da vida civil.
c) Incorreta. Também não é motivo para pedido de interdição o casamento ou união estável com parceiros muito mais jovens.
d) Incorreta. A deficiência visual parcial ou total não torna a pessoa incapaz de reger os atos da vida civil e, portanto, não está sujeito à interdição apenas por esse motivo.
e) Incorreta. A prática de crime hediondo também não torna a pessoa incapaz de administrar os atos da vida civil e, portanto, a interdição é descabida nesses casos.
375) A gestante Paula, 27 anos, foi encaminhada ao Juízo da Infância e da Juventude pela assistente social do posto de saúde onde fazia seu pré-natal, a quem revelou sua intenção de entregar o bebê em adoção. Existem estudos sobre as mães que, por entrega ou por abandono, separam-se de seus bebês, que revelam que:
- A) a motivação para a entrega das crianças em adoção ou pelo seu abandono é a falta de condições econômicas das mães;
- B) o abandono é uma perversão do instinto materno inerente aos processos filogenéticos da gestação, do parto e do aleitamento;
- C) muitas entregas são protetivas da criança e algumas se configuram em verdadeiro ato de amor da mãe pela criança;
- D) os laços de sangue são prioritários e o acolhimento da criança abandonada enquanto se resgata o amor materno é a medida mais indicada;
- E) os pais devem ser excluídos do processo de decisão quanto à entrega em adoção, já que o ônus da maternagem será da mulher.
A alternativa correta é letra C) muitas entregas são protetivas da criança e algumas se configuram em verdadeiro ato de amor da mãe pela criança;
Análise das alternativas:
a) a motivação para a entrega das crianças em adoção ou pelo seu abandono é a falta de condições econômicas das mães;
INCORRETA. Não houve essa conclusão nos estudos. Eles apontam que o amor que as mães não tiveram nas suas vidas presumem que não poderão dar, então renunciam aos filhos para que sejam cuidados por outros.
b) o abandono é uma perversão do instinto materno inerente aos processos filogenéticos da gestação, do parto e do aleitamento;
INCORRETA. Não é considerado uma perversão do instinto materno. Algumas delas fazem a entrega do filho por amor a ele.
c) muitas entregas são protetivas da criança e algumas se configuram em verdadeiro ato de amor da mãe pela criança;
CORRETA. O trabalho de Bonnet (1991) trouxe uma outra visão sobre aquilo que a nossa sociedade chama de abandono ao afirmar que a ruptura da filiação é um ato de amor para proteger a criança. Segundo a autora, se as mães decidiram se separar definitivamente de seus bebês desde o seu nascimento, o fazem para protegê-los da violência que as habita. Assim, isto é considerado um ato de amor, pois as mães se identificam com as necessidades da criança.
d) os laços de sangue são prioritários e o acolhimento da criança abandonada enquanto se resgata o amor materno é a medida mais indicada;
INCORRETA. Os laços afetivos também são importantes, portanto, se a criança for bem acolhida por outra família seu desenvolvimento não deixará a desejar se comparado com crianças que são criadas com laços de sangue.
e) os pais devem ser excluídos do processo de decisão quanto à entrega em adoção, já que o ônus da maternagem será da mulher.
INCORRETA. Os pais não devem ser excluídos do processo de decisão quanto à entrega em adoção.
Fonte:
http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1414-98932003000100011&script=sci_arttext
Osorio, L.C.; Do Valle, M.E. Manual de terapia familiar [recurso eletrônico]. Porto Alegre: Artmed, 2009.
376) “Dois adolescentes de Fernandópolis, SP, um de 15, outro de 16 anos, foram condenados pela justiça da cidade, por bullying contra um menino de 10 anos. Eles vão cumprir medida socioeducativa em regime semiaberto por tempo indeterminado”. O bullying acarreta grande sofrimento emocional para as crianças e adolescentes vítimas, que podem a partir daí desenvolver problemas comportamentais e psíquicos, dentre os quais os mais comumente identificados são:
- A) transtorno de personalidade antissocial e onicofagia;
- B) depressão e quadros psicossomáticos;
- C) hebefrenia e transtornos de ansiedade;
- D) fobia social e transtorno opositor desafiador;
- E) bipolaridade e transtornos alimentares.
A alternativa correta é letra B) depressão e quadros psicossomáticos;
Silva (2010) cita como principais consequências do Bullying:
- Sintomas psicossomáticos;
- Transtorno do pânico;
- Fobia escolar;
- Fobia social;
- Transtorno de ansiedade generalizada;
- Depressão;
- Anorexia e Bulimia;
- Transtorno Obsessivo Compulsivo;
- Transtorno de Estresse Pós traumático;
- Esquizofrenia (menos frequente).
Análise das alternativas:
a) transtorno de personalidade antissocial e onicofagia (roer unhas);
b) depressão e quadros psicossomáticos; CORRETA.
c) hebefrenia (sintoma raro) e transtornos de ansiedade;
d) fobia social e transtorno opositor desafiador;
e) bipolaridade e transtornos alimentares.
Fonte: PESSOA, Elisângela Maia; DE OLIVEIRA, Simone Barros; CANTINI, Adriana Hartemink. Experiencia Interdisciplinar em educação e direitos humanos: cultura de paz em perspectiva. Revolução eBook, 2015.
377) O Plano Individual de Atendimento (PIA) é prioridade no acompanhamento das medidas socioeducativas. É de autoria do adolescente, e o psicólogo e a equipe multiprofissional são facilitadores no processo de sua implementação. Em qual âmbito institucional é construído o PIA?
- A) Unidade de intervenção provisória
- B) Lares abrigados
- C) Unidades de internação
- D) Conselho Tutelar
- E) Residência inclusiva
A alternativa correta é letra C) Unidades de internação
Segundo cartilha do Conselho Nacional do Ministério Público,
O PIA é expressamente previsto na Lei nº 12.594/2012 como o meio de assegurar a integração social, a ressocialização do adolescente e o respeito aos seus direitos individuais e sociais. O Plano Individual de Atendimento, como a própria expressão sugere, é um instrumento pedagógico fundamental para garantir a particularização no processo socioeducativo, que deverá atentar para as potencialidades, subjetividade, capacidades e limitações de cada um dos internos.
O trecho fala de internos, logo, constatamos que o Plano Individual de Atendimento é elaborado nas unidades de internação.
As outras alternativas apontam âmbitos institucionais que não são responsáveis pela construção do plano mencionado. Portanto, podemos descartá-las.
Fonte: http://www.cnmp.gov.br/portal/images/stories/Destaques/Publicacoes/Relat%C3%B3rio_Interna%C3%A7%C3%A3o.PDF
378) O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos possui caráter preventivo e proativo, com vistas ao alcance de alternativas emancipatórias para o enfrentamento da vulnerabilidade social. As ações são realizadas em grupo, de acordo com os ciclos de vida. Qual é o foco do serviço para crianças e adolescentes de 6 a 15 anos?
- A) Desenvolvimento de atividades com familiares e comunidade para fortalecer vínculos e prevenir ocorrências de situações de exclusão social e de risco.
- B) Fortalecimento da convivência familiar e comunitária, contribuindo para o retorno ou permanência na escola.
- C) Desenvolvimento de atividades que devem incluir vivências que valorizam suas experiências e que estimulem e potencialize a condição de escolher e decidir.
- D) As atividades devem valorizar as formas singulares de sociabilidade, sensibilizar para os desafios da realidade social, cultural, ambiental e política do seu meio social.
- E) A constituição de espaço de convivência, formação para a participação e cidadania, desenvolvimento do protagonismo e da autonomia.
A alternativa correta é letra E) A constituição de espaço de convivência, formação para a participação e cidadania, desenvolvimento do protagonismo e da autonomia.
O Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos para Crianças e Adolescentes de 6 a 15 anos é um Serviço ofertado na Proteção Social Básica, com foco na constituição de:
1) Espaço de convivência
2) Formação para a participação e cidadania,
3) Desenvolvimento do protagonismo e da autonomia das crianças e adolescentes, a partir dos interesses, das demandas e das potencialidades dessa faixa etária.
Estabelece ainda que as intervenções devam ser pautadas em experiências lúdicas, culturais e esportivas como formas de expressão, interação, aprendizagem, sociabilidade e proteção social, conforme a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais (Resolução CNAS N.° 109/2009).
Análise das alternativas:
a) Incorreta. São ações para crianças de até 6 anos.
b) Incorreta. São ações para adolescentes de 15 a 17 anos.
c) Incorreta. São ações para jovens de 18 a 29 anos.
d) Incorreta. São ações que englobam pessoas de 18 a 59 anos.
e) Correta. São ações para crianças e adolescentes de 6 a 15 anos e, portanto, será nossa resposta.
Fonte:
http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Cadernos/orientacoes_peti.pdf
http://mds.gov.br/acesso-a-informacao/perguntas-frequentes/assistencia-social/psb-protecao-social-basica/scfv-servicos-convivencia-fortalecimento-de-vinculos/scfv-organizacao
379) As ações das três esferas de governo na área de assistência social ocorrem de forma articulada.Assim sendo, são descritas abaixo algumas das atribuições da União, EXCETO:
- A) Realizar o monitoramento e a avaliação da política de assistência social.
- B) Apoiar financeiramente o aprimoramento à gestão descentralizada dos serviços.
- C) Cofinanciar, por meio de transferência automática, o aprimoramento da gestão.
- D) Atender, em conjunto com os municípios, às ações assistenciais de caráter de emergência.
- E) Responder pela concessão e manutenção dos benefícios da prestação continuada.
A alternativa correta é letra D) Atender, em conjunto com os municípios, às ações assistenciais de caráter de emergência.
Segundo a LOAS (Lei Orgânica da Assistência Social):
Art. 12. Compete à União:
I - responder pela concessão e manutenção dos benefícios de prestação continuada definidos no art. 203 da Constituição Federal;
II - cofinanciar, por meio de transferência automática, o aprimoramento da gestão, os serviços, os programas e os projetos de assistência social em âmbito nacional;
III - atender, em conjunto com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, às ações assistenciais de caráter de emergência.
IV - realizar o monitoramento e a avaliação da política de assistência social e assessorar Estados, Distrito Federal e Municípios para seu desenvolvimento.
Com base na LOAS, constatamos que a única alternativa que NÃO se caracteriza como uma atribuição da UNIÃO quanto à assistência social é: atender, em conjunto com os municípios, às ações assistenciais de caráter de emergência. Esta atribuição compete aos Estados.
O restante delas consta na LOAS como atribuições da UNIÃO.
380) Richard Gardner é conhecido por nomear uma síndrome na qual a criança é programada a odiar o genitor sem qualquer justificativa, sofrendo com a campanha difamatória dirigida por alguém que exerce forte influência sobre ela. O termo criado por ele chama-se síndrome de:
- A) burnout;
- B) alienação parental;
- C) transtorno desafiador de oposição;
- D) münchausen;
- E) estocolmo.
A alternativa correta é letra B) alienação parental;
De acordo com a Lei nº 12.318/2010
Art. 2o Considera-se ato de alienação parental a interferência na formação psicológica da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos genitores, pelos avós ou pelos que tenham a criança ou adolescente sob a sua autoridade, guarda ou vigilância para que repudie genitor ou que cause prejuízo ao estabelecimento ou à manutenção de vínculos com este.
Considerando o artigo acima, constatamos que o termo criado por Gardner chama-se síndrome de alienação parental.
Análise das demais alternativas:
a) Incorreta. Burnout pode ser definido como um fenômeno psicossocial, caracterizado pelo esgotamento físico e mental intenso, que se desenvolve como resposta a pressões prolongadas que uma pessoa sofre a partir de fatores emocionais estressantes e interpessoais relacionados com o trabalho.
c) Incorreta. Segundo o DSM 5, a característica essencial do transtorno de oposição desafiante é um padrão freqüente e persistente de humor raivoso/irritável, de comportamento questionador/desafiante ou de índole vingativa.
d) Incorreta. Síndrome de Münchhausen é um transtorno factício, ou seja, os indivíduos fingem ou causam a si mesmo doenças ou traumas psicológicos para chamar atenção ou simpatia a eles. Os sintomas podem ser induzidos por abuso de medicamentos/drogas
e) Incorreta. Síndrome de Estocolmo é o nome normalmente dado a um estado psicológico particular em que uma pessoa, submetida há um tempo prolongado de intimidação, passa a ter simpatia e até mesmo sentimento de amor ou amizade perante o seu agressor.