Shine (2003) discute a posição do psicólogo no jogo de forças envolvido em processos de avaliação para determinação da guarda. O autor retoma as indicações de Bleger e aponta que também é preciso
- A) afirmar nossa identidade profissional, atendendo às urgências do trabalho.
- B) agir como um expert, apoiado nos parâmetros das ciências da natureza.
- C) atuar, como analista institucional, a despeito da natureza jurídica do trabalho.
- D) resistir à pressão da urgência e à onipotência e não tomar para si tarefas alheias.
- E) entender que não se pode ocupar o lugar da resistência às demandas.
Resposta:
A alternativa correta é letra D) resistir à pressão da urgência e à onipotência e não tomar para si tarefas alheias.
De acordo com Shine (2003)
As indicações de Bleger (1984) para se manter uma postura de defesa dos prazos de trabalho, na sua posição de educador quanto à forma de atuação do psicólogo, são de resistência à pressão da urgência, do alerta quanto à onipotência ou quanto à tentação de tomar para si tarefas alheias, considerando a possibilidade de focar sobre a tarefa (estudo científico dos problemas para comunicação do conhecido), mesmo frente ao dilema (o pai ou a mãe). Tudo isto é de grande valia para o profissional forense. Pressionado pelos operadores do direito, por um lado, e pela família, pelo outro, resta um lugar de resistência; ou seja, entender que sua identidade não reside na satisfação pura e simples da demanda, seja de um lado ou de outro.
Análise das alternativas:
a) Incorreta. Pelo contrário, o autor aponta que deve-se resistir à urgência do trabalho.
b) Incorreta. Menciona que deve se apoiar no estudo científico, porém não nas ciências da natureza.
c) Incorreta. O autor não menciona a realização da análise institucional a despeito da natureza jurídica do trabalho.
d) Correta. Conforme trecho destacado, Bleger aponta que é preciso resistir à pressão da urgência e à onipotência e não tomar para si tarefas alheias.
e) Incorreta. Pelo contrário, o autor fala que ao psicólogo, pressionado pelos operadores de direito e pela família, resta um lugar de resistência.
Fonte: SHINE, Sidney. Espada de Salomão: a psicologia e a disputa de guarda dos filhos. Casa do Psicólogo, 2003.
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