Um fenômeno comum entre mulheres vítimas de relações violentas é que raramente elas empregam o termo “violência” ao relatarem as agressões sofridas. Para Gláucia Diniz (In: Fères-Carneiro, 2016), essa dificuldade indica
- A) a crença de que, no fundo, a agressão ocorreu por falha sua, trazendo para si a culpa pelas agressões sofridas na relação.
- B) a distância entre as experiências vividas e a possibilidade de reconhecimento e nomeação dessas experiências.
- C) a tendência a reconhecer como violência somente as agressões que levam a danos físicos visíveis e significativos.
- D) a esperança de que as relações harmoniosas sejam restabelecidas com a intervenção jurídica, sem risco de punição excessiva para o agressor.
- E) o esforço em manter uma relação não mais do que tangencial com o sistema jurídico, visto com profunda desconfiança.
Resposta:
A alternativa correta é letra B) a distância entre as experiências vividas e a possibilidade de reconhecimento e nomeação dessas experiências.
Sobre as características das relações violentas, Gláucia Diniz (2016) explica que:
[...] Cada cônjuge nutre pelo outro sentimento de amor e de raiva, de carinho e de frustração. Esse paradoxo afetivo acaba deixando a pessoa confusa, insegura e gera dificuldade em cada um dos envolvidos de avaliar corretamente o que sente pelo outro e de perceber dimensões da dinâmica relacional à sua volta. Tanto o valor social quanto o valor pessoal da relação dificultam uma apreciação correta da gravidade da dinâmica relacional e contribuem para a dificuldade de nomeação da violência como tal.
O conteúdo exposto acima foi corretamente citado pela ALTERNATIVA B.
Erros das outras opções:
a) a crença de que, no fundo, a agressão ocorreu por falha sua, trazendo para si a culpa pelas agressões sofridas na relação.
c) a tendência a reconhecer como violência somente as agressões que levam a danos físicos visíveis e significativos.
d) a esperança de que as relações harmoniosas sejam restabelecidas com a intervenção jurídica, sem risco de punição excessiva para o agressor.
e) o esforço em manter uma relação não mais do que tangencial com o sistema jurídico, visto com profunda desconfiança.
Fonte: FÉRES-CARNEIRO, T. Casal e Família – Transmissão, conflito e violência. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2016.
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