Um psicólogo judiciário é solicitado a desenvolver um trabalho de preparação de uma criança de 10 anos que se encontra em vias de ser adotada. De acordo com levantamento feito por C. Peiter (2016), no estado de São Paulo essa prática tem sido
- A) considerada incompatível com a formação do psicólogo judiciário, que não envolve necessariamente a prática clínica.
- B) voltada principalmente para a avaliação da disponibilidade psíquica da criança para o estabelecimento de novos vínculos familiares.
- C) direcionada essencialmente para a promoção de vínculos em sessões conjuntas com a família adotante e a criança a ser adotada.
- D) dispensada com crianças a partir de 10 anos de idade, capazes de compreender os riscos inerentes ao processo de adoção.
- E) realizada regularmente nos fóruns do estado, embora não seja determinada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Resposta:
A alternativa correta é letra B) voltada principalmente para a avaliação da disponibilidade psíquica da criança para o estabelecimento de novos vínculos familiares.
Gabarito Letra B
Um psicólogo judiciário é solicitado a desenvolver um trabalho de preparação de uma criança de 10 anos que se encontra em vias de ser adotada. De acordo com levantamento feito por C. Peiter (2016), no estado de São Paulo essa prática tem sido
a) considerada incompatível com a formação do psicólogo judiciário, que não envolve necessariamente a prática clínica.
Errado. Uma atribuição do psicólogo jurídico, que não é exclusiva da clínica, é a de realizar atendimento a crianças envolvidas em situações que chegam às Instituições de Direito, visando a preservação de sua saúde mental. Essa situação pode se encaixar nessa atribuição.
b) voltada principalmente para a avaliação da disponibilidade psíquica da criança para o estabelecimento de novos vínculos familiares.
Certo!
“Esta autora faz interessante distinção entre o que denomina tempo jurídico, tempo psíquico e tempo cronológico. Dentro da concepção de tempo utilizada no meio jurídico, a criança encontra-se disponível para a adoção logo que a sentença de perda de poder familiar dos genitores é emitida. Mas isso não significa que a criança esteja pronta psicologicamente para ligar-se a outra família, mesmo que o tempo cronológico em que ela está privada da vida familiar possa parecer relativamente longo. Neste sentido, o acompanhamento psicológico realizado, leva em conta as noções de tempo jurídico e cronológico, mas deve priorizar a dimensão do tempo psíquico da criança. A autora relaciona alguns indícios que considera reveladores de uma disponibilidade interna da criança para colocação em família. Entre eles, citamos alguns: o desejo da criança em estabelecer novos vínculos, manifestado através da busca de contato com o outro; a possibilidade de elaboração de lutos pelas separações vividas; a disponibilidade para falar acerca das vivências traumáticas e dolorosas; alguma compreensão sobre os fatos e motivos que ocasionaram o procedimento de destituição do poder familiar; as representações de pai, de mãe e de família existentes em seu psiquismo; curiosidade e interesse por elementos relacionados à vida familiar; demonstração de ansiedade com relação à data do encontro com os pretendentes e também a presença de demanda por cuidados individualizados (PAIVA, 2004). Tal como outros autores, também salienta a necessidade de se conhecer a criança para decidir sobre a indicação da família mais apropriada para o caso e para estabelecer a forma e o momento oportuno para a aproximação da criança com os pretendentes. Assim, o acompanhamento e a preparação da criança para a adoção é uma atuação profilática - na medida em que tenta evitar os riscos de novos rompimentos e de insucessos - apoiada na busca do melhor momento e da maneira mais adequada de reintegrá-la à convivência familiar (PAIVA, 2004).”
c) direcionada essencialmente para a promoção de vínculos em sessões conjuntas com a família adotante e a criança a ser adotada.
Errado. O trabalho é anterior a adoção, de avaliação da criança.
d) dispensada com crianças a partir de 10 anos de idade, capazes de compreender os riscos inerentes ao processo de adoção.
Errado. Uma criança órfã é uma pessoa em condição especial de desenvolvimento e um indivíduo em situação de vulnerabilidade. Não é razoável esperar de uma criança de 10 anos esse nível de maturidade.
e) realizada regularmente nos fóruns do estado, embora não seja determinada pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Errado. O ECA prevê preparação para a adoção.
Nosso gabarito é Letra B.
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