Um viés próprio da avaliação psicológica na área forense é a possível distorção dos dados por parte dos periciados. Assinale a única alternativa CORRETA.
- A) Quando o sujeito tenta fingir sintomas que não existem, a distorção está sendo manifestada pela dissimulação.
- B) A existência de incentivos afetivos e financeiros pode promover a produção inconsciente de distorções nas informações prestadas.
- C) Quando o sujeito procura minimizar ou encobrir sintomas que na realidade existem, a distorção está sendo manifestada pela simulação.
- D) Embora seja difícil detectar processos de distorção, deve-se ficar atento e analisar a concordância entre a comunicação verbal e a não-verbal.
- E) Conduta cautelosa e premeditada e inconsistências no próprio relato são exemplos de indicadores de dissimulação.
Resposta:
A alternativa correta é letra B) A existência de incentivos afetivos e financeiros pode promover a produção inconsciente de distorções nas informações prestadas.
GABARITO DA BANCA: LETRA B
GABARITO PROPOSTO: LETRA D
Um viés próprio da avaliação psicológica na área forense é a possível distorção dos dados por parte dos periciados. Assinale a única alternativa CORRETA.
Base teórica para a compreensão da questão
Para a análise das alternativas, peço ao aluno que não deixe de acompanhar o recorte textual a seguir, importado da publicação de Rovinski (2007, pp. 79-80), atentando-se especialmente para os grifos em azul:
“Enquanto uma variedade de formas de distorção inconsciente encontra-se em todos os tipos de entrevistas, na forense existe a predominância de distorções conscientes e voluntárias. Geralmente, essas distorções se manifestam de duas formas: a simulação (fingir sintomas que não existem) e a dissimulação (ocultar sintomas que existem).”
Complementando o assunto, Rovinski (2007, p.94) elenca os seguintes indicadores para a identificação da presença do uso da simulação, durante a entrevista clínica, os quais seriam:
- apresentação dramatizada e exagerada (estilo teatral, referência a sintomas extremamente severos e indiscriminados);
- conduta cautelosa e premeditada (fala lenta, repetição de questões, excessiva hesitação);
- inconsistência em relação ao diagnóstico psiquiátrico (relato de sintomas raros e não usuais, relato de melhoras repentinas);
Análise das alternativas
a) Quando o sujeito tenta fingir sintomas que não existem, a distorção está sendo manifestada pela dissimulação.
INCORRETA. Corrigindo: a informação refere-se à “simulação”.
b) A existência de incentivos afetivos e financeiros pode promover a produção inconsciente de distorções nas informações prestadas.
INCORRETA. Corrigindo: na realidade, segundo Rovinski (2007, p.90) tais aspectos atuam na produção consciente de distorções, confira:
“A freqüente necessidade de demonstrar ou de ocultar fatos e a existência de estímulos financeiros e afetivos atuam como fatores coercitivos na produção consciente de distorções nas informações prestadas.”
c) Quando o sujeito procura minimizar ou encobrir sintomas que na realidade existem, a distorção está sendo manifestada pela simulação.
INCORRETA. Corrigindo: a colocação refere-se à “dissimulação”.
d) Embora seja difícil detectar processos de distorção, deve-se ficar atento e analisar a concordância entre a comunicação verbal e a não-verbal.
CORRETA. A colocação pode ser depreendida da colocação de Rovinski (2007, p.78), confira:
“Na área forense, onde os peritos defrontam-se constantemente com tentativas de simulação e dissimulação, a entrevista tem importância por oferecer a oportunidade de se obter uma larga variedade de informações que vai muito além das verbalizações. É possível que se observe e avalie a linguagem não-verbal, e a conduta e as emoções associadas à verbalização.”
e) Conduta cautelosa e premeditada e inconsistências no próprio relato são exemplos de indicadores de dissimulação.
INCORRETA. Corrigindo: o indicador elencado está relacionado a “simulação”.
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Fonte consultada:
ROVINSKI, Sônia Liane Reichert. Fundamentos da Perícia Psicológica Forense. 2ª Ed. São Paulo: Vetor, 2007.
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