A “doença como projeto” para alguns indivíduos se constitui dentro de um quadro social que
- A) a doença pode ser um modo de emancipação.
- B) faz parte de uma estrutura que permite tornar-se cidadão.
- C) se transforma num processo de inclusão marginal para quem vive situações de extrema vulnerabilidade.
- D) a doença é a melhor saída para a liberdade individual.
Resposta:
A alternativa correta é letra C) se transforma num processo de inclusão marginal para quem vive situações de extrema vulnerabilidade.
A “doença como projeto” para alguns indivíduos se constitui dentro de um quadro social que
a) a doença pode ser um modo de emancipação.
De acordo com Carreteiro, o projeto-doença não serve como emancipação. Ele fornece condições de sobrevida.
Assertiva Falsa.
b) faz parte de uma estrutura que permite tornar-se cidadão.
O tipo de cidadania que o projeto-doença oferece é, como veremos abaixo, mais uma espécie de inclusão marginal.
Assertiva Falsa.
c) se transforma num processo de inclusão marginal para quem vive situações de extrema vulnerabilidade.
Essa é a perspectiva que está de acordo com Carreteiro:
"Para sujeitos que pertencem a categorias que têm um acúmulo de desafiliações sociais (habitação, educação etc.), muitas vezes o nível 'trabalho legalizado' é o único que lhes possibilita manter atuante um vínculo operatório com a cidadania. Neste sentido eles encontram no corpo doente um modo de ter a cidadania reconhecida, ao experimentarem grande sofrimento de origem social.
Esta passagem do mal-estar para a doença, se por um lado encontra reconhecimento institucional, por outro, busca calar as angústias do sofrimento de origem social. O aspecto social fica abafado e o que sobressai é o individual; não é mais o sofrimento gerado na esfera social que aparece, mas o indivíduo doente. Pode-se dizer que as instituições podem oferecer aos indivíduos 'projetos-doença' e estes podem aceitá-los para ter legitimada a cidadania e certas condições de sobrevida.
Quando isto ocorre as instituições estão sendo mais trabalhadas pelo imaginário heterônomo, ou seja, pelas pulsões mortíferas que desqualificam a força dos sujeitos. Estes, aceitando o 'projeto-doença', escapam da possibilidade de serem considerados como 'extranumerários'. Se passam a ser incluídos no sistema de seguridade, como pertencendo ao seu disfuncionamento, é para continuar a fazer parte do mesmo."
Assertiva Correta.
d) a doença é a melhor saída para a liberdade individual.
Não é isso que Carreteiro aponta em seu texto.
Assertiva Falsa.
A alternativa correta é, portanto, a Letra C.
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