A exclusão social tem uma variável gama de definidores de seu crescimento entre nós. A citação a seguir exemplifica:
“Se a visibilidade e a exposição são signos da cidade, seu habitante não se pode furtar ao entendimento das contradições. O prazer estético do teatro e da música está um pouco misturado ao desprazer da mendicância que circunda os locais de espetáculo. A guarda do carro precisa ser negociada com sujeitos, aos nossos olhos, de aparência estranha. Transitam pelos mesmos caminhos os ônibus lotados e os carros luxuosos com seu único ocupante. Não é preciso possuir renda para frequentar todos os lugares da cidade, mas o modo de frequentação é especializado segundo a renda e o status.”
(Mello. S. L. 2004)
Diante das exposições do texto, é correto afirmar que:
- A) A consciência das diferenças, embutida no cotidiano de nossa experiência da cidade, marca profundamente a subjetividade.
- B) Há uma troca constante de olhares, cuja reciprocidade deles está carregada dos mesmos significados.
- C) A especialização dos espaços na cidade impõe uma ordenação à vida social que atinge, também, os habitantes, formando uma população humana altamente igualitária.
- D) No caso das classes subalternas, a aquisição da identidade deixa de ser problematizada, já que não há discriminação.
- E) Vive-se diariamente, para grande parte da população sob a forma de aceitação que situa seus integrantes, em relação ao poder, como cidadãos de categorias iguais.
Resposta:
A alternativa correta é letra A) A consciência das diferenças, embutida no cotidiano de nossa experiência da cidade, marca profundamente a subjetividade.
Questão tranquila, pois exige apenas interpretação de texto.
Se errou, leia novamente (e atentamente) o texto fornecido:
“Se a visibilidade e a exposição são signos da cidade, seu habitante não se pode furtar ao entendimento das contradições. O prazer estético do teatro e da música está um pouco misturado ao desprazer da mendicância que circunda os locais de espetáculo. A guarda do carro precisa ser negociada com sujeitos, aos nossos olhos, de aparência estranha. Transitam pelos mesmos caminhos os ônibus lotados e os carros luxuosos com seu único ocupante. Não é preciso possuir renda para frequentar todos os lugares da cidade, mas o modo de frequentação é especializado segundo a renda e o status.”
Os grifos estão demonstrando as contradições mencionadas na primeira linha. Contradições nos remetem às diferenças. A banca facilitou a vida do candidato e redigiu somente uma alternativa apontando essa ideia central:
A consciência das diferenças, embutida no cotidiano de nossa experiência da cidade, marca profundamente a subjetividade.
Vejamos os erros das demais alternativas:
b) Há uma troca constante de olhares, cuja reciprocidade deles está carregada dos mesmos significados.
Não há reciprocidade na troca constante de olhares. O que vale pra um não vale pra outro.
c) A especialização dos espaços na cidade impõe uma ordenação à vida social que atinge, também, os habitantes, formando uma população humana altamente igualitária.
O texto fala de ônibus lotado e carro luxuoso de um motorista só. Isso nos mostra a desigualdade.
d) No caso das classes subalternas, a aquisição da identidade deixa de ser problematizada, já que não há discriminação.
Há discriminação. O texto demonstra isso quando fala do desprazer da mendicância que circunda os locais do espetáculo, por exemplo.
e) Vive-se diariamente, para grande parte da população sob a forma de aceitação que situa seus integrantes, em relação ao poder, como cidadãos de categorias iguais.
O texto menciona cidadãos de categorias desiguais.
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