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A interação social humana constitui-se em um dos principais meios de aprendizagem de comportamentos. Por meio delas o ser humano tem acesso às normas que regem a sociedade, internalizando-as no decorrer de seu desenvolvimento. É através dessas interações que os comportamentos morais ou virtudes são aprendidos ou desenvolvidos. Qual é, segundo Gomide (2010), a porta de entrada das virtudes?

Resposta:

A alternativa correta é letra A) Polidez.

Gabarito: Letra A

A interação social humana constitui-se em um dos principais meios de aprendizagem de comportamentos. Por meio delas o ser humano tem acesso às normas que regem a sociedade, internalizando-as no decorrer de seu desenvolvimento. É através dessas interações que os comportamentos morais ou virtudes são aprendidos ou desenvolvidos. Qual é, segundo Gomide (2010), a porta de entrada das virtudes?

 

A virtude que é considerada porta de entrada é a polidez:

Verificamos que as crianças menores interpretam a boa-educação (polidez) como recobrindo praticamente todo o campo da moralidade, embora reconheçam que o castigo não se coloca para a ausência de polidez. Ou seja, para elas, ser bem-educado não é apenas empregar certas formas de polidez, mas também obedecer, ser justo, ser generoso, não ferir etc. Tal generalização, longe de ser apenas fruto de uma limitação cognitiva (não ter compreendido corretamente o referido conceito), também aponta, cremos, para uma característica do início da gênese da moralidade na infância. De fato, a polidez pode ser pensada em dois domínios (como definidos por Turiel). O primeiro é o convencional: trata-se de pequenos atos verbais que costumam ser empregados para suavizar as relações entre as pessoas, e seu efeito não pressupõe a sinceridade de quem as usa (quem fala desculpa não precisa estar ressentido para que o efeito de polidez seja sentido5). Note-se também que as formas de polidez podem mudar de cultura para cultura, uma mais formais que outras. O segundo domínio é o moral: o emprego da polidez traduz uma deferência em relação a outrem, um respeito. De fato, não ser polido pode, às vezes, ferir outrem, ser prova de desrespeito, de intenção de humilhação. Isto posto, nossos dados mostram que, num primeiro momento, as crianças parecem fundir os dois domínios. Por um lado, reconhecem que o mal-educado deve ser antes ensinado do que punido: a não-polidez não é, portanto, estritamente moral. Por outro, seus exemplos cobrem praticamente todos os atos imorais: a polidez é, portanto, também considerada como moral, fato que é confirmado com um outro dado. Quando perguntadas se podem prever quem cometeu um delito (dano material intencional), sabendo apenas que um dos dois suspeitos costuma ser mal-educado (apresentado como não empregando as pequenas frases de praxe), respondem que sim: o autor do delito deve ser, com grande certeza, a criança não-polida. Em resumo, somos levados a crer que a polidez ocupa uma lugar relevante no despertar da gênese da moralidade infantil. Como queria Comte-Sponville (1995), ela é a porta de entrada para as demais virtudes, a menos importante de todas, mas a primeira a ser descoberta.

“A interação social humana constitui-se em um dos principais meios de aprendizagem dos comportamentos. A partir dela, o ser humano tem acesso às normas que regem a sociedade, internalizando- -as no decorrer de seu desenvolvimento. É por meio dessas interações que os comportamentos morais ou virtudes são aprendidos e desenvolvidos. A polidez seria a porta de entrada para as virtudes e, talvez, a origem de todas. A polidez não é propriamente uma virtude, mas tem a aparência de uma. Ela é anterior à moral, pois representa o respeito e a consideração que fazem das relações sociais mais agradáveis. Comte-Sponville (1999) retrata de forma primorosa as virtudes e inicia seu Pequeno Tratado das Grandes Virtudes expondo a importância da polidez para a aprendizagem e desenvolvimento das demais virtudes. O autor enfatiza que a polidez é o primeiro comportamento de boas maneiras que as crianças aprendem. Não há moral nesse ato, a criança aprende a obedecer a regras, e logo saberá diferenciar entre o que é mau (o erro) e o que faz mal (o perigo). Nessa fase é suficiente que as regras sejam estabelecidas, regras de polidez (não falar palavrão, agradecer, entre outras). A distinção entre o que é ético e estético virá progressivamente e somente mais tarde.”


a)  Polidez.
b)  Empatia.
c)  Honestidade.
d)  Obediência.
e)  Generosidade.

 

Nosso gabarito é Letra A

 

Fonte: La Taille, Y. de .. (2000). Para um estudo psicológico das virtudes morais. Educação E Pesquisa, 26(2), 109–121.

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