A questão esta baseada na reportagem transcrita a seguir.
Mães solteiras da região enfrentam o preconceito
Crianças são chamadas de “filhos do Rodoanel”; assunto atrai desconfiança e ironia na periferia de São Bernardo do Campo, o tema é tabu; moradores relatam aumento de brigas e prostituição DE SÃO PAULO. CRISTINA MORENO DE CASTRO “Filha do Rodoanel!” – da janela da manicure de 35 anos dava para ouvir uma vizinha gritando, em referência à criança de um ano e nove meses que ela teve com um mestre de obras da via. “Preconceito existe. Fazem piadinha falando que somos ‘mães do Rodoanel’, mas tenho que focar na vida daqui pra frente”, diz. O tema é tabu no Parque Los Angeles, periferia de São Bernardo do Campo, onde mora a manicure. Falar sobre grávidas e Rodoanel ali geralmente resulta em silêncio, desconfiança, evasivas, negativas ou risadinhas. “O povo não gosta de falar sobre a gente porque é coisa íntima, eles têm medo de que a gente ache ruim”, diz a empregada doméstica Gizele Cerqueira, 30, que afirma não sofrer preconceito. Ela sabe que o pai de sua filha, de dois anos e meio, é de Alagoas, mas ignora seu paradeiro. A criança não foi registrada e ele sumiu quando ela tinha 15 dias de vida. A autônoma Alcione Amaro, 30, do Parque Los Angeles, teve mais sorte. Seu namorado da época, topógrafo mineiro, foi embora quando ela estava grávida de dois meses, deixando apenas um telefone. “Eu ligava todo dia, fiquei desesperada porque não conseguia contato.” Oito meses depois, já com o bebê nascido, ela conseguiu. Desde então, ele paga a pensão do menino.
Os moradores também falam da presença de meninas, de 12 a 17 anos, que iam para os alojamentos, de mochila e tudo, direto da aula.
(Folha de São Paulo, caderno Cotidiano, São Paulo, domingo, 24 de julho de 2011)
A reportagem apresenta situação que cabe a presença da Psicologia Social Sócio-Histórica como possibilidade de estudo e intervenção nas relações vividas e, consequentemente, na transformação dos sujeitos e das histórias. Pode-se afirmar que, a perspectiva da Psicologia Social Sócio-Histórica concebe o sujeito,
- A) como naturalizado nas relações que estabelece para sua sobrevivência em sociedade, esta, já determinada considerando a forma de governo adotada.
- B) como fenômeno subjetivo em que as relações sociais são consequência de um modo de ser já determinado em sua constituição filogenética.
- C) como objeto de estudo que garante a previsibilidade de seus atos independente das condições sociais nas quais se insere para se produzir e reproduzir.
- D) como sujeito individual, portador de uma experiência subjetiva particular que definirá as relações sociais estabelecidas.
- E) como constituído nas relações sociais e atividades que desenvolve, coletivamente, para produzir sua sobrevivência e de seu grupo social.
Resposta:
A alternativa correta é letra E) como constituído nas relações sociais e atividades que desenvolve, coletivamente, para produzir sua sobrevivência e de seu grupo social.
Nos anais do XIV encontro nacional da ABRAPSO, Gonçalves esclarece:
Na perspectiva da psicologia sócio-histórica, parte-se da compreensão da dialética subjetividade-objetividade para falar do homem como sujeito histórico, constituído nas relações sociais, nas quais se insere por meio da atividade. Nesse processo devem ser consideradas as mediações que configuram as relações e experiências do indivíduo e que resultam em processos contraditórios de consciência e identidade.
Considerando o trecho acima, podemos dizer que está correto a afirmação de que a perspectiva da Psicologia Social Sócio-Histórica concebe o sujeito, como constituído nas relações sociais e atividades que desenvolve, coletivamente, para produzir sua sobrevivência e de seu grupo social.
Erros das demais alternativas:
a) como naturalizado nas relações que estabelece para sua sobrevivência em sociedade, esta, já determinada considerando a forma de governo adotada.
b) como fenômeno subjetivo em que as relações sociais são consequência de um modo de ser já determinado em sua constituição filogenética.
c) como objeto de estudo que garante a previsibilidade de seus atos independente das condições sociais nas quais se insere para se produzir e reproduzir.
d) como sujeito individual, portador de uma experiência subjetiva particular que definirá as relações sociais estabelecidas.
Fonte: http://www.abrapso.org.br/siteprincipal/anexos/AnaisXIVENA/conteudo/html/mesa/1324_mesa_resumo.htm
Deixe um comentário