Analise as alternativas abaixo considerando as discussões empreendidas por Guareschi apud Jaques et all (2001) acerca da ética, colocando entre parênteses a letra V, quando se tratar de afirmativa verdadeira, ou a letra F, quando se tratar de afirmativa falsa. A seguir, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
( ) A dimensão crítica e a dimensão das relações são fundamentais para compreensão mais profunda da ética.
( ) A dimensão crítica da ética deve ser ao mesmo tempo propositiva, pois se atualiza e é passível de contradições.
( ) A defesa da neutralidade das ações humanas é um dos principais pressupostos da Escola de Frankfurt.
( ) O conceito de “dominação” iguala-se ao de “poder”, uma vez que ambos se dão no âmbito de uma relação. Assim, toda relação de poder, é uma relação de dominação.
( ) A ética se ancora nas relações e ela mesma é sempre uma relação.
- A) F – V– V – F – F
- B) V – V – F – F – V
- C) F – V – F – V – V
- D) V – F – F – V – F
- E) F – V – F – F – V
Resposta:
A alternativa correta é letra B) V – V – F – F – V
Gabarito Letra B
Analise as alternativas abaixo considerando as discussões empreendidas por Guareschi apud Jaques et all (2001) acerca da ética, colocando entre parênteses a letra V, quando se tratar de afirmativa verdadeira, ou a letra F, quando se tratar de afirmativa falsa. A seguir, assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
(V) A dimensão crítica e a dimensão das relações são fundamentais para compreensão mais profunda da ética.
Verdadeiro!
“Enquanto permanecermos dentro do humanamente instituído, sem apelarmos para o eterno e o transcendente, temos de reconhecer nossa limitude histórica. E, ao reconhecermos essa limitude, temos de deixar sempre uma porta aberta, a porta de possibilidade de alternativas, de crescimento, de transformações, de aperfeiçoamento. Nesse contexto, creio que nos seria muito útil uma noção de ética como sendo uma “instância crítica propositiva sobre o dever ser das relações humanas em vista de nossa plena realização como seres humanos” (DOS ANJOS, 1996, p. 12). Perscrutando a fundo essa colocação, podemos extrair dela duas dimensões fundantes: a dimensão crítica e propositiva, e a dimensão das relações. Elas são centrais para a compreensão mais profunda da ética.”
(V) A dimensão crítica da ética deve ser ao mesmo tempo propositiva, pois se atualiza e é passível de contradições.
Verdadeiro!
“A dimensão crítica da ética significa que ela pode ser considerada como algo pronto, algo acabado. Ao contrário, ela está sempre por se fazer. E ao mesmo tempo ela está presente nas relações humanas existentes. À medida em que ela se atualiza, ela passa a sofrer suas contradições, e por isso deve ser questionada e criticada. Ao mesmo tempo ela tem que ser propositiva. Não pode se furtar a colocar exigências e desafios. Mas esses desafios e exigências podem ser reelaborados, redimensionados, refeitos e retomados. E a ética é sempre do “dever ser das relações humanas em vista de nossa plena realização”. É uma busca infinita, interminável; é uma consciência nítida de nossa incompletude; é um impulso permanente em busca de crescimento e transformação.”
(F) A defesa da neutralidade das ações humanas é um dos principais pressupostos da Escola de Frankfurt.
Falso. Pelo contrário, a escola de Frunkfurt acredita na impossibilidade de neutralidade das ações humanas.
“É minha convicção que é fundamental enfatizar a dimensão da crítica ao se discutir a questão da ética. Num trabalho anterior (GUARESCHI, 1992) tentei mostrar como o uso cuidadoso e sério da crítica, mesmo ao se discutir as diferentes teorias científicas, leva a própria evidência da impossibilidade de uma ciência, ou de uma prática científica neutra, isto é, sem uma dimensão ética. A crítica resgata a dimensão ética de toda ação humana. Mas ao mesmo tempo não fecha a questão sobre a presença de uma dimensão ética específica. Aliás, a própria Teoria Crítica (também chamada de Escola de Frankfurt ou Crítica da Ideologia) tem como pressuposto a impossibilidade de neutralidade das ações humanas. Toda ação humana, segundo essa escola de pensamento, deve ter como finalidade iluminar e emancipar; a ação que se diz “neutra”, se não estiver direcionada a tais fins, possivelmente estará servindo a propósitos contrários de ocultação da realidade e de manipulação das consciências (GEUSS, 1988).”
(F) O conceito de “dominação” iguala-se ao de “poder”, uma vez que ambos se dão no âmbito de uma relação. Assim, toda relação de poder, é uma relação de dominação.
Falso. Poder e dominação não são sinônimos, nem toda relação de poder é uma relação de dominação.
“Uma forma simbólica só é ideológica quando se puder mostrar que ela serve aos propósitos de criar ou manter relações que sejam de dominação, isto é, relações assimétricas, desiguais, injustas. Dominação é aqui um conceito diferente de “poder”. “Poder” é uma capacidade, uma qualidade individual de pessoas, algo singular, particular. Nesse sentido, todos os que “podem” fazer algo (trabalhar, falar, escrever etc.) têm um “poder”. Já “dominação” é uma “relação”, isto é, sempre se dá entre dois ou mais sujeitos, e acontece quando há uma expropriação de poder, isto é, quando um retira, de maneira assimétrica ou injusta, um poder de outro parceiro. Para essa concepção de ideologia, então, a dimensão “ética”, isto é, a dimensão do “dever (ou não dever) fazer”, está presente”
(V) A ética se ancora nas relações e ela mesma é sempre uma relação.
Verdadeiro!
“Uma segunda dimensão que gostaríamos de discutir a partir da definição acima é a questão das “relações”, ou da ética como ética das relações. Essa é uma discussão extremamente provocante. Dentro de uma cosmovisão individualista, onde o ser humano é considerado como indivíduo (“indivisum in se et divisum a quolibet alio”), sob o império do liberalismo, fica difícil de se perceber que a ética só pode ser dita das relações, e onde ela mesma é sempre uma relação. Entendemos por relação a “ordenação intrínseca de alguma coisa em direção a outra”, que a filosofia define como “ordo ad aliquid”. Em outras palavras, relação é algo que não pode ser sem outro”
Assim, a sequência correta é V V F F V
Gabarito Letra D
Referência
Maria da Graça Corrêa, et.al. Psicologia social contemporânea, livro texto. Petrópolis: Rio de Janeiro, 1998
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