Djamila Ribeiro escreve em artigo na Folha de São Paulo sobre a condescendência. Intelectual reconhecida pela sua erudição e pela militância feminina e negra, ela discute nesse artigo a naturalização do lugar de submissão para pessoas negras e que brancos não conseguem lidar com alguém que não esteja (obrigatoriamente) em posição subalterna. Diz ela que a condescendência é ofensiva, porque quem a comete se julga superior e cita o escritor Lima Barreto que diz: “a capacidade do negro é julgada a priori, enquanto a do branco é a posteriori”.
Assinale a alternativa que melhor reflete essa discussão.
- A) reconhecimento simbólico
- B) humilhação simbólica
- C) racismo estrutural
- D) preconceito espelhado
- E) dominação colonial
Resposta:
A alternativa correta é letra C) racismo estrutural.
O conceito de racismo estrutural se refere a um sistema em que as políticas públicas, as práticas institucionais, os padrões culturais e a tomada de decisões socialmente aceitas perpetuam o acesso desigual aos recursos, oportunidades e direitos com base na raça. No contexto do artigo de Djamila Ribeiro, o racismo estrutural é evidenciado pela expectativa de submissão imposta às pessoas negras e pela condescendência ofensiva que emerge de uma percepção de superioridade racial. Lima Barreto critica essa dinâmica ao apontar que a competência dos negros é julgada sem mérito próprio (a priori), enquanto a dos brancos é avaliada com base em suas ações e resultados (a posteriori), refletindo uma desigualdade intrínseca no julgamento e tratamento das pessoas baseado na cor da pele.
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