Leia o fragmento textual para responder à questão.
Durante séculos de história ocidental, oscilamos entre duas formas básicas de definição do sujeito. Na primeira, se buscava conhecer “o que se é” pelo que se fazia, ou, o que dá no mesmo, pela maneira como aparecíamos exteriormente ao olhar do outro. Na segunda, insinuada na tradição estóico-cristã e plenamente realizada no apogeu do homem sentimental, o indivíduo “era verdadeiramente” sua interioridade emocional e moral protegida do mundo. As duas formas, malgrado as diferenças, tinham em comum a exclusão do corpo no processo de formação das identidades individuais. Nada do que fôssemos, do ponto de vista físico, intervinha na definição do que deveríamos ser, dos pontos de vista emocional, intelectual, político, artístico ou espiritual.
O crescimento do papel da mídia na formação de mentalidades mudou essas regras. A mídia reforçou a participação do corpo físico na constituição da subjetividade de dois modos. Primeiro, pela propaganda comercial de cosméticos, fármacos e instrumentos de aperfeiçoamento da forma corporal; segundo, pela identificação de certos predicados corporais ao sucesso social. O último aspecto é o fundamental.
COSTA, Jurandir Freire. O vestígio e a aura: corpo e consumismo na moral do espetáculo. Rio de Janeiro: Editora Garamond, 2005, p.165-166.
Conforme os argumentos de Jurandir Freire Costa, no trecho citado, o mundo contemporâneo, há algumas décadas, assiste a alterações sociais que incidem de modo contundente na construção da subjetividade de homens e mulheres. Sobre esse processo, é FALSO afirmar que:
- A) A construção das identidades individuais de homens e mulheres hoje pode prescindir de critérios intimistas para ser legitimada socialmente.
- B) O corpo tem se tornado o lócus por excelência, sob o influxo da mídia, da construção do eu.
- C) O sucesso social passa a vincular-se a uma ascese na qual o corpo deve adequar-se às narrativas de mercado.
- D) As identidades individuais prosseguem sendo erigidas sobre as mesmas escalas valorativas de décadas anteriores, salvo o acréscimo do corpo como fonte de valoração social.
Resposta:
A alternativa correta é letra D) As identidades individuais prosseguem sendo erigidas sobre as mesmas escalas valorativas de décadas anteriores, salvo o acréscimo do corpo como fonte de valoração social.
Gabarito: Letra D
Conforme os argumentos de Jurandir Freire Costa, no trecho citado, o mundo contemporâneo, há algumas décadas, assiste a alterações sociais que incidem de modo contundente na construção da subjetividade de homens e mulheres. Sobre esse processo, é FALSO afirmar que:
a) A construção das identidades individuais de homens e mulheres hoje pode prescindir de critérios intimistas para ser legitimada socialmente.
Certo! É isso que Jurandir quer dizer quando afirma que “O crescimento do papel da mídia na formação de mentalidades mudou essas regras. A mídia reforçou a participação do corpo físico na constituição da subjetividade de dois modos. Primeiro, pela propaganda comercial de cosméticos, fármacos e instrumentos de aperfeiçoamento da forma corporal; segundo, pela identificação de certos predicados corporais ao sucesso social. O último aspecto é o fundamental.”
b) O corpo tem se tornado o lócus por excelência, sob o influxo da mídia, da construção do eu.
Certo! A mídia tem esse papel fundamental de colocar o corpo como parte da construção da subjetividade, atrelando características corporais com sinais de sucesso.
c) O sucesso social passa a vincular-se a uma ascese na qual o corpo deve adequar-se às narrativas de mercado.
Certo! Jurandir também deixa essa informação em seu último parágrafo, ao falar da mídia e dos sinais de sucesso impressos nas características corporais.
d) As identidades individuais prosseguem sendo erigidas sobre as mesmas escalas valorativas de décadas anteriores, salvo o acréscimo do corpo como fonte de valoração social.
Errado. O autor traz três momentos diferentes de escalas valorativas das identidades individuais.
Nosso gabarito é Letra D
Deixe um comentário