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Martin-Baró diz que a análise “das condições de vida, da estrutura social e da ideologia se encontram imbricadas num determinado regime político, compreendido como algo mais do que um sistema de governo ou conjunto de leis e disposições desses eixos temáticos, que se desdobram nos principais conceitos da sua teoria. As pessoas incorporam psiquicamente a ideologia social, em forma de atitudes, nas quais três instituições funcionam como catalisadoras: a família, a escola e a moral. A família produz dependência, a escola, passividade, e a moral, hipocrisia, sendo que estes elementos são mediadores nos quais se derivam os regimes políticos”.

 

(Martín-Baró, I. – El papel del psicólogo en el contexto

centro-americano. Boletín de Psicología, 1985, 17,

pp 99-112)

 

Segundo Martin-Baró, a prática psicológica e processo de libertação levam

Resposta:

A alternativa correta é letra C) à potencialização das virtudes populares, excluindo a ideologia do sentido comum e a experiência cotidiana.

   

Segundo Martin-Baró, a prática psicológica e processo de libertação levam

  

Essa questão pode ser respondida com base no seguinte trecho do artigo "Inovação em saúde mental: subsídios à construção de práticas inovadoras e modelos avaliativos multidimensionais" de Bosi et al.:

 

 "Tal condição leva a um sentimento de fatalismo cuja superação, consoante Martín-Baró (1998, 2009) depende de três tarefas urgentes, as quais ampliamos aqui para o campo da saúde mental: a recuperação da memória histórica; a desideologização do senso comum e da experiência cotidiana; e a potencialização das virtudes populares.  

 

Para realizar a primeira, é necessário encontrar as raízes da própria identidade, vislumbrando o futuro como vir a ser. É na busca de elementos do passado, da história da comunidade que as pessoas podem superar um presente psicológico de uma realidade dada como natural e a-histórica. Estes elementos são úteis como facilitadores de processos de luta e conscientização. Em Freire (1983), a conscientização é um processo em que as pessoas se encontram para desvelar a realidade, assumindo o ato ação-reflexão através de relações dialógicas. Nesse encontro, não se recuperam apenas as próprias identidades, mas o orgulho de pertencimento e valorização das tradições e cultura.  

 

Na segunda tarefa, segundo Martín-Baró (1998), busca-se desideologizar a experiência cotidiana, contribuindo para resgatar a experiência original dos grupos e das pessoas, permitindo formalizar a experiência de sua própria realidade. Processo realizado mediante a participação no cotidiano da vida dos setores populares.  

 

Entendemos a participação em estreita relação com o sentido de competência pessoal e vontade de atuar no espaço público, sendo fundamental no processo de desenvolvimento da saúde mental. Enquanto favorecedora de relações de cuidado consigo, com o outro e com seu entorno, estimula a autonomia das pessoas e grupos na busca da transformação de si mesmo e da sua realidade. O ato de participar, tal como aqui concebido, implica, portanto, a transformação na maneira do sujeito refletir sobre a sua realidade, reconhecendo-se capaz de apropriar-se desta e recriá-la (FREIRE, 1979, 1983; GÓIS, 2005; VIEIRA, 2008). A participação pressupõe relação dialógica mediante o respeito à cultura do outro e valorização do conhecimento próprio de cada pessoa. Rossi (2005) enfatiza a grupalidade, indo ao encontro do que aqui concebemos como participação, e acrescenta outro elemento: a criatividade. Nesta, há o predomínio de atividades simbólicas e de interação social, passíveis de superar a relação de alienação, facilitando a realização das próprias potencialidades.

 

Com base nisso, encontramos as ideias de Martín-Baró na Letra C.

 

a)  a um estudo sistemático de articulação entre a análise da realidade e mudança social.

b)  a um estudo que tem como objetivo principal definir a alienação social e pessoal.

c)  à potencialização das virtudes populares, excluindo a ideologia do sentido comum e a experiência cotidiana.

d)  à aceitação e superação do fatalismo existencial, estudando as relações de poder e o compromisso com a transformação social que libertam os oprimidos das condições que os oprimem.

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