No artigo Movimentos sociais como política, Tilly argumenta que, de suas origens no século XVIII em diante, os movimentos sociais prosseguiram não apenas como performances isoladas, mas como campanhas interativas. Assim como as campanhas eleitorais, as rebeliões populares e as mobilizações religiosas consistem em interações entre grupos reivindicantes temporariamente conectados (e cambiantes) e os objetos de suas demandas com terceiros, tais como representantes, aliados, reivindicadores rivais, inimigos, autoridades e vários públicos, que muitas vezes exercem papéis significativos no desenrolar da campanha. Nunca se poderá explicar a variação e a mudança nos movimentos sociais se não houver dedicação cuidadosa, atenção aos outros atores políticos, além dos reivindicantes centrais, como, por exemplo, a polícia, com a qual os demonstrantes tenham lutado, colaborado e desenvolvido suas estratégias. Para esse autor, considera-se como um movimento social
- A) a jornada de junho de 2013.
- B) o movimento de ocupação das escolas secundárias de 2016.
- C) o movimento dos Gilets Jaunes, em 2018, na França.
- D) os protestos, em Hong Kong, em 2019.
- E) o Movimento dos trabalhadores Sem Terra no Brasil.
Resposta:
A alternativa correta é letra E) o Movimento dos trabalhadores Sem Terra no Brasil.
Gabarito Letra E
No artigo Movimentos sociais como política, Tilly argumenta que, de suas origens no século XVIII em diante, os movimentos sociais prosseguiram não apenas como performances isoladas, mas como campanhas interativas. Assim como as campanhas eleitorais, as rebeliões populares e as mobilizações religiosas consistem em interações entre grupos reivindicantes temporariamente conectados (e cambiantes) e os objetos de suas demandas com terceiros, tais como representantes, aliados, reivindicadores rivais, inimigos, autoridades e vários públicos, que muitas vezes exercem papéis significativos no desenrolar da campanha. Nunca se poderá explicar a variação e a mudança nos movimentos sociais se não houver dedicação cuidadosa, atenção aos outros atores políticos, além dos reivindicantes centrais, como, por exemplo, a polícia, com a qual os demonstrantes tenham lutado, colaborado e desenvolvido suas estratégias. Para esse autor, considera-se como um movimento social
a) a jornada de junho de 2013.
b) o movimento de ocupação das escolas secundárias de 2016.
c) o movimento dos Gilets Jaunes, em 2018, na França.
d) os protestos, em Hong Kong, em 2019.
e) o Movimento dos trabalhadores Sem Terra no Brasil.
Vamos ver mais alguns trechos que explicitam a visão do autor sobre os movimentos sociais:
“Este livro traça a história dessa forma política inventada. Trata os movimentos sociais como uma forma específica de política contenciosa – contenciosa, no sentido de que os movimentos sociais envolvem a elaboração coletiva de reivindicações que, alcançando sucesso, conflitariam com os interesses de outrem; política, no sentido de que governos, de um ou outro tipo, figuram de alguma forma nesse processo, seja como demandantes, alvos das reivindicações, aliados desses alvos, ou monitores da contenda. (McADAM, TARROW e TILLY, 2001).
Frequentemente, analistas e ativistas estendem, imprecisamente, o termo “movimento social” a qualquer ação coletiva popular relevante ou, pelo menos, àquelas que contam com sua aprovação.
Esse complexo político combinou três elementos: 1) campanhas de reivindicações coletivas dirigidas a autoridades-alvo; 2) um conjunto de empreendimentos reivindicativos, incluindo associações com finalidades específicas, reuniões públicas, declarações à imprensa e demonstrações; 3) representações públicas de valor, unidade, números e comprometimento referentes à causa. A esse complexo historicamente específico denomino movimento social.
Assim, quando este livro se refere a movimentos sociais, não está se referindo a qualquer ação popular, a quaisquer ações alguma vez empreendidas em favor de uma causa, a todas as pessoas e organizações que apoiam as mesmas causas ou a atores heróicos com posição destacada na história. Refere-se a um conjunto particular, interconectado, em evolução e histórico de interações e práticas. Refere-se à combinação característica de campanha, repertório e demonstrações de VUNC. [valor, unidade, número e comprometimento]”
As letras A, B, C e D trazem protestos isolados, enquanto a Letra E, movimento dos trabalhadores sem terra, é um movimento estruturado com todos os elementos que são requisitos para um movimento social.
Nosso gabarito é Letra E.
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