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O construcionismo social tem sido utilizado nos estudos da Psicologia Social, especificamente na área da sexualidade, e refere-se a uma

Resposta:

A alternativa correta é letra E) abordagem histórica e culturalmente orientada para a compreensão dos padrões de normalidade, tendo impacto nas noções do que é natural, essencial e universal.

Gabarito Letra E

 

O construcionismo social tem sido utilizado nos estudos da Psicologia Social, especificamente na área da sexualidade, e refere-se a uma
 

a)  abordagem de Foucault sobre a história da normalidade e sexualidade.

Errado. O construcionismo não é uma abordagem de Foucault.


b)  abordagem clínica que analisa como os comportamentos foram construídos a partir dos valores morais e religiosos.

Errado. Apesar de ter aplicações clínicas, o construcionismo não se restringe a essa aplicação. Além disso, analisa o comportamento como construído histórica e socialmente, através de muitos atores, não só os valores morais e religiosos.


c)  construção da ideologia de gênero, que pressupõe a criação de outros tipos de sexo e práticas sexuais.

Errado. “Ideologia de gênero” é um termo pejorativo.


d)  explicação clínica da história da homossexualidade e do feminismo.

Errado. O construcionismo traz essas questões através de análises históricas e culturais, pensando-as como construções sociais.


e)  abordagem histórica e culturalmente orientada para a compreensão dos padrões de normalidade, tendo impacto nas noções do que é natural, essencial e universal.

Certo! O construcionismo busca encarar os padrões de normalidade a partir da sua construção histórica, retirando o caráter determinista desses padrões.

“Construcionismo social

Produz explicações sobre os processos que as pessoas utilizam para descrever, explicar e interpretar o mundo onde vivem. Os critérios objetivos para identificar comportamentos, eventos ou entidades são altamente circunscritos pela cultura, pela história, pelo contexto social, ou simplesmente não existem. O processo de compreensão do mundo não é automaticamente conduzido pelas forças da natureza, mas resultado de um  empreendimento ativo, cooperativo, de pessoas em relação. Por exemplo, as definições de inveja, raiva e flerte flutuam em um oceano de trocas. Portanto, o locus explicativo da ação da região interior da mente

humana muda para os processos e a estrutura de interação humana (Gergen, 2009).”

 

“A abordagem construcionista definiu como questão compreender a sexualidade como fenômeno social, a desigualdade entre os sexos, a subordinação das mulheres, a discriminação sexual; nas últimas três décadas dedicou-se fortemente a compreender a epidemia da Aids e a violação de direitos sexuais.

Como discutiu C. Vance (1991/1995) no texto clássico que inspirou o título desse artigo, de 1975 a 1990 o discurso construcionista1 re-definiu o gênero e a identidade sexual, separou a identidade das práticas sexuais, questionou o determinismo biológico, construiu a história da homossexualidade e da origem da dominação masculina. A etnografia do período expunha a evidência da diversidade dos sentidos atribuídos aos sexos e à atividade sexual, observada em todos os continentes. Além disso, a experiência visível das mulheres emancipadas da reprodução como único destino feminino e os experimentos urbanos que produziam sociabilidades e sexualidades homossexuais, também no Brasil, validavam a noção de que a vida cotidiana, histórica e socialmente construída, era re-inventável.

Jeffrey Weeks (2000) usa o termo construcionismo social para descrever essa abordagem, historicamente orientada, que pretende compreender atitudes em relação ao corpo e à sexualidade, apreendendo as relações de poder que modelam o que se define como normal e anormal. Chama de "Sexo" (maiúscula) o termo descritivo para as diferenças anatômicas básicas, internas e externas, que diferenciam o homem da mulher; chama de "gênero" a diferenciação social entre homens e mulheres; de "sexualidade" uma "descrição geral para série de crenças, comportamentos, relações e identidades socialmente construídas e historicamente modeladas relacionadas ao que Foucault denominou "o corpo e seus prazeres" (Foucault, 1984). Weeks definiu o construcionismo social em oposição ao essencialismo que pretende explicar as propriedades de um todo complexo por referência a uma suposta essência anterior.””

 

Nosso gabarito é Letra E.

 

Referência

ZANELLI, José Carlos e cols. Psicologia, Organizações e Trabalho no Brasil. Porto Alegre: Artmed, 2014

Paiva, Vera. (2008). A psicologia redescobrirá a sexualidade?. Psicologia em Estudo13(4), 641-651.

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