O Sistema Único de Assistência Social, criado a partir da Política de Assistência Social, se organiza em dois níveis de proteção: a Proteção Social Básica – PSB e Proteção Social Especial – PSE. O CREAS é a unidade pública estatal de abrangência municipal ou regional que tem como papel constituir-se em lócus de referência, nos territórios, da oferta de trabalho social especializado no SUAS a famílias e indivíduos em situação de risco pessoal ou social, por violação de direitos. Foi realizada uma pesquisa sobre atuação da(o) psicóloga(o) nos CREAS, realizada pelo Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas do Conselho Federal de Psicologia(CFP/CREPOP/2009), que revelou alguns desafios na dimensão ético-política da atuação da(o) psicóloga(o). Dentre as alternativas abaixo, qual NÃO constitui um desafio para a Psicologia:
- A) Psicólogos que realizam atividades que não são de competência do CREAS, como a psicoterapia, que deve ser ofertada pela política de saúde.
- B) Questões relativas à articulação com a rede de Saúde e também com outras políticas e instituições que estabelecem interfaces com o trabalho nos CREAS.
- C) Questões em relação ao trabalho com grupos variados de famílias e jovens, e modalidades inovadoras de visita familiar e de busca ativa.
- D) Questões relacionadas ao princípio ético do sigilo devido à precariedade dos locais onde ficam guardados os prontuários de atendimento e a organização das salas de atendimento.
- E) Preocupação quanto à divulgação de informações em reuniões de estudos de caso com profissionais da rede.
Resposta:
A alternativa correta é letra C) Questões em relação ao trabalho com grupos variados de famílias e jovens, e modalidades inovadoras de visita familiar e de busca ativa.
O Sistema Único de Assistência Social, criado a partir da Política de Assistência Social, se organiza em dois níveis de proteção: a Proteção Social Básica - PSB e Proteção Social Especial - PSE. O CREAS é a unidade pública estatal de abrangência municipal ou regional que tem como papel constituir-se em lócus de referência, nos territórios, da oferta de trabalho social especializado no SUAS a famílias e indivíduos em situação de risco pessoal ou social, por violação de direitos. Foi realizada uma pesquisa sobre atuação da(o) psicóloga(o) nos CREAS, realizada pelo Centro de Referência Técnica em Psicologia e Políticas Públicas do Conselho Federal de Psicologia(CFP/CREPOP/2009), que revelou alguns desafios na dimensão ético-política da atuação da(o) psicóloga(o). Dentre as alternativas abaixo, qual NÃO constitui um desafio para a Psicologia:
A questão está baseada no seguinte texto:
"Um primeiro grupo de desafios se refere a questões relacionadas ao princípio ético do sigilo. Nota-se que as (os) psicólogas (os) se preocupam com essa questão e buscam garanti-lo, de uma forma ou de outra, demonstrando ser esse um princípio que foi assumido pela categoria. Entretanto, manifestam preocupação com a garantia do sigilo devido à precariedade dos locais onde ficam guardados os prontuários de atendimento e a organização das salas de atendimento, que muitas vezes não isolam o som e permitem a quem está de fora ouvir o que se fala do lado de dentro. Outra preocupação apontada, diz respeito à divulgação de informações em reuniões de estudos de caso com profissionais da rede ou em relatórios enviados ao Judiciário ou Conselhos Tutelares. Assim, cabe esclarecer aqui algumas dúvidas a esse respeito, bem como discutir estratégias de garantia do sigilo prescrito no nosso Código de Ética.
(...)
Outro grupo de desafios apontados na pesquisa se configura na realização de atividades que não são de competência do CREAS, ou mesmo da Política de Assistência Social que demonstram que a identidade do CREAS ainda tem muito a avançar. Na concepção da assistência social como caridade e assistencialismo, onde o sujeito e sua família, abandonados pelo Estado, e responsabilizados assim, pela sua condição, a assistência visa apenas minimizar a situação. Com o rompimento dessa concepção, a partir do paradigma da cidadania, o Estado reconhece uma situação de violação de direitos e convoca este cidadão e sua família para promover junto com ele a superação da situação em que se encontra. (...) Assim, muitas psicólogas (os) acreditam que esse vínculo que estabelecem com o público deve ser trabalhadoatravés da psicoterapia. Na pesquisa realizada pelo CREPOP, a psicoterapia aparece como atividade no CREAS, por um lado, porque alguns psicólogos crêem que essa é a sua função, e por outro, por que não conseguem vagas ou encaminhamentos para a política de saúde e, percebendo a importância deste tratamento, se propõem elas mesmas a realizá-los. Destaca-se que esta não deve ser uma atividade desenvolvida no SUAS .
(...)
A pesquisa do CREPOP (CFP/CREPOP/2009) aponta ainda desafios em relação à articulação com a rede de Saúdee também com outras políticas e instituições que estabelecem interfaces com o trabalho nos CREAS, tais como: a burocracia dos encaminhamentos, a desarticulação da rede, a morosidade do judiciário, a precariedade dos Conselhos Tutelares, entre outros.
(...)
A pesquisa do CREPOP (CFP/CREPOP/2009) aponta ainda desafios em relação à articulação com a rede de Saúde e também com outras políticas e instituições que estabelecem interfaces com o trabalho nos CREAS, tais como: a burocracia dos encaminhamentos, a desarticulação da rede, a morosidade do judiciário, a precariedade dos Conselhos Tutelares, entre outros. Um posicionamento ético político da(o) psicóloga(o) no CREAS passa pelo incentivo, fortalecimento e articulação da rede que irá acolher o público encaminhado.
(...)
Na pesquisa (CFP/CREPOP/2009) verificou-se também que além dos desafios, as(os) psicólogas(os) têm encontrado também muitas potencialidades no trabalho nos CREAS, evidenciadas em muitas inovações implementadas e consideradas exitosas pelas mesmas. As práticas descritas em relação ao público, à equipe, aos gestores, à rede, à mídia e sociedade em geral, envolvem trabalhos com grupos variados de famílias, jovens e pessoas atendidas, formação da equipe, supervisão de casos, parcerias com universidades, modalidades inovadoras de visita familiar e de busca ativa, construção de fluxos de encaminhamentos, entre outras; enfim, uma diversidade quase tão grande, quanto o número de psicólogas(os) que trabalha no CREAS. Essa constatação indica o quanto a psicologia já avançou em suacompreensão no campo da política pública de Assistência Social"
Fonte: "Referências técnicas para Prática de Psicólogas(os) no Centro de Referência Especializado da Assistência Social - CREAS" (CFP)
Com isso, nota-se que a única alternativa que não cita um desafio é a Letra C.
a) Psicólogos que realizam atividades que não são de competência do CREAS, como a psicoterapia, que deve ser ofertada pela política de saúde.
b) Questões relativas à articulação com a rede de Saúde e também com outras políticas e instituições que estabelecem interfaces com o trabalho nos CREAS.
c) Questões em relação ao trabalho com grupos variados de famílias e jovens, e modalidades inovadoras de visita familiar e de busca ativa.
d) Questões relacionadas ao princípio ético do sigilo devido à precariedade dos locais onde ficam guardados os prontuários de atendimento e a organização das salas de atendimento.
e) Preocupação quanto à divulgação de informações em reuniões de estudos de caso com profissionais da rede.
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