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Questões Sobre Psicologia Social - Psicologia - concurso

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201) De acordo com Farr (2004), a psicologia social floresceu no contexto de duas disciplinas bastante distintas, a sociologia e a psicologia, assumindo diferentes formas nos dois contextos. Dentro dessa perspectiva assinale a opção correta.

  • A) A pesquisa francesa sobre representações sociais e a pesquisa americana (e britânica) sobre atitudes e opiniões são exemplos específicos das semelhanças entre as formas sociológicas e psicológicas da psicologia social.
  • B) O interacionismo simbólico é considerado uma forma psicológica da psicologia social iniciada em Chicago, por Blumer, e se baseia na interpretação dele sobre a psicologia social de Mead.
  • C) O Behaviorismo social constitui-se em uma importante crítica à natureza puramente individual da assim chamada psicologia social dos Estados Unidos e do Reino Unido.
  • D) O individualismo, como um valor cultural central, também se evidencia na história da psicologia, mas não na história da psicologia social.
  • E) A psicologia social, que se desenvolveu como um fenômeno especificamente americano, na era moderna, é uma forma psicológica de psicologia social.

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A alternativa correta é letra E) A psicologia social, que se desenvolveu como um fenômeno especificamente americano, na era moderna, é uma forma psicológica de psicologia social.

Gabarito: Letra E

De acordo com Farr (2004), a psicologia social floresceu no contexto de duas disciplinas bastante distintas, a sociologia e a psicologia, assumindo diferentes formas nos dois contextos. Dentro dessa perspectiva assinale a opção correta.

 

Vamos ver o que Farr traz sobre o assunto:

À psicologia social que se desenvolveu como um fenômeno especificamente americano na era moderna é uma forma psicológica de psicologia social. Ela é a forma dominante de psicologia social nos EUA (Jones, 1985), também no mundo de fala inglesa. Embora seja também uma forma de psicologia cognitiva, ela é totalmente diferente da ciência cognitiva, que também se desenvolveu nos EUA nos tempos modernos (veja acima). E diferente porque suas raízes são muito distintas. As raizes vão mais a fundo que as da ciência cognitiva. Meu propósito principal, ao escrever À este livro, é identificar algumas dessas raizes. Ela diverge também das formas sociológicas de psicologia social, algumas das quais são também originárias da América do Norte. Embora existam hoje poucos laços, se é que exista algum, entre essas duas formas de psicologia social, ao menos no contexto dos EUA, não foi sempre assim. Essas duas formas rivais de psicologia social Possuem muitas raizes comuns. E parte de minha intenção, ao escrever este livro, identificar algumas dessas raízes comuns.”


a)  A pesquisa francesa sobre representações sociais e a pesquisa americana (e britânica) sobre atitudes e opiniões são exemplos específicos das semelhanças entre as formas sociológicas e psicológicas da psicologia social.
b)  O interacionismo simbólico é considerado uma forma psicológica da psicologia social iniciada em Chicago, por Blumer, e se baseia na interpretação dele sobre a psicologia social de Mead.
c)  O Behaviorismo social constitui-se em uma importante crítica à natureza puramente individual da assim chamada psicologia social dos Estados Unidos e do Reino Unido.
d)  O individualismo, como um valor cultural central, também se evidencia na história da psicologia, mas não na história da psicologia social.
e)  A psicologia social, que se desenvolveu como um fenômeno especificamente americano, na era moderna, é uma forma psicológica de psicologia social.

Nosso gabarito é Letra E

 

Fonte: Farr, R. M. (2013). As Raízes da Psicologia Social Moderna. Petrópolis, RJ: Vozes.

202) Um dos problemas que há muito demanda a atenção do profissional da psicologia é o das inter-relações entre indivíduos e instituições. Neste sentido, uma referência teórica importante aparece na hoje clássica obra de Peter Berger e Thomas Luckmann denominada A Construção Social da Realidade. Quanto a ela é INCORRETO afirmar que:

  • A) Na sua sociologia do conhecimento, Berger e Luckmann tomam a sociedade como uma realidade de cunho fundamentalmente objetivo, um processo composto por cinco movimentos: interiorização, adequação, objetivação, exteriorização e aperfeiçoamento. Cada parte da vida em sociedade seria composta por tais elementos, de modo que qualquer análise que só considerasse um deles seria insuficiente.
  • B) Nesses termos, para Berger e Luckmann haveria uma sequência temporal a ser induzida para que alguém se tornasse um membro da sociedade. O ponto inicial deste processo seria a interiorização de acontecimentos objetivos como dotados de sentido – isto é, vinculados a subjetividades alheias e que, assim, passariam a fazer sentido (o que não quer dizer que fossem necessariamente compreendidos, mas apenas interiorizados).
  • C) Daí adviria a socialização primária, a socialização inicial que o indivíduo experimenta ainda na infância. Para Berger e Luckmann, aquela (a socialização primária) não se encerraria no mero aprendizado cognitivo, sendo ainda bastante mediada pelo afeto. Ainda segundo os autores, haveria boas razões para crer que sem esta mediação afetiva o processo de aprendizado seria difícil, quando não impossível.
  • D) Já a socialização secundária se define como a interiorização de “submundos” institucionais ou baseados em instituições, cuja extensão e caráter são determinados pela complexidade da divisão do trabalho e da divisão do conhecimento. Em uma palavra, trata-se da aquisição de funções específicas concernentes à divisão social do trabalho de determinado grupo. Isto exigiria a aquisição de vocábulos específicos para as funções a serem assumidas, vocábulos estes associados a grupos semânticos também particulares e que estruturariam interpretações e condutas de rotina.
  • E) Dada a sua menor carga afetiva, as informações passadas na socialização secundária precisariam de um maquinário educacional em termos de técnicas pedagógicas mais fortes e incisivas, as quais precisariam ser constantemente “provadas” ao indivíduo. A natureza destas técnicas poderia variar de acordo com o grau de motivação que o indivíduo tem para exercer os novos papéis/funções e adquiririam contornos de realidade quanto mais conseguissem tornar plausível uma continuidade entre as duas socializações.

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A alternativa incorreta é a letra A). Berger e Luckmann, em sua sociologia do conhecimento, não consideram a sociedade como uma realidade de cunho fundamentalmente objetivo. Pelo contrário, eles argumentam que a realidade social é construída por meio da interação humana. Isso significa que a sociedade é vista como uma realidade subjetiva e intersubjetiva, moldada pelas percepções e ações dos indivíduos. O processo de construção da realidade social envolve a internalização de papéis e normas, mas também a capacidade dos indivíduos de influenciar e modificar essas estruturas sociais.

Os cinco movimentos mencionados na alternativa A - interiorização, adequação, objetivação, exteriorização e aperfeiçoamento - não são todos parte da teoria de Berger e Luckmann. Eles discutem principalmente a interiorização, a objetivação e a exteriorização como processos fundamentais na construção da realidade social. A interiorização refere-se ao processo pelo qual os indivíduos assimilam as experiências da vida em sociedade. A objetivação é o processo pelo qual as experiências subjetivas são expressas em formas sociais, como instituições. A exteriorização é o processo pelo qual os indivíduos projetam suas próprias significações no mundo, criando a realidade social.

203) No que se refere às importantes inter-relações entre indivíduos, grupos e instituições, também se tornou bastante conhecida no métier da psicologia a chamada Teoria das Representações Sociais. Quanto a ela é INCORRETO afirmar que:

  • A) Seu idealizador foi Serge Moscovici a partir da pesquisa “La Psychanalyse: son image et son public”, conduzida na França da década de 50, e que visava melhor compreender a ressignificação das teorias psicanalíticas quando do seu escopo ampliado dos círculos fechados para outros círculos mais populares. Suas maiores influências foram as teorias sócio-antropológicas sobre representações coletivas de Émile Durkheim e Lévi-Bruhl. Além destes autores, cabe citar ainda influências outras, como as da teoria da linguagem de Saussure e as teorias do desenvolvimento de Piaget e Vigotsky.
  • B) A partir do referencial inaugurado por Moscovici, podemos tomar as representações sociais como teorias sobre saberes populares e do senso comum, elaboradas e partilhadas coletivamente para construir e interpretar a realidade. Trata-se ainda da verificação do conjunto dos códigos culturais que definem, em cada momento histórico, as regras de uma comunidade. Com efeito, estudar representações sociais aparece como buscar conhecer o modo como um grupo humano constrói um conjunto de saberes que confere a este mesmo grupo as suas identidades sociais.
  • C) Moscovici notou com o seu trabalho que características de uma história original eram alteradas ao se recontar a mesma história em um novo contexto. Logo, deduziu que a história se convenciona nos termos da cultura na qual foi transmitida. Eis aí o conceito de “ancoragem” enquanto espécie de procura por um encaixe do não familiar em termos que sejam mais familiares.
  • D) No que se refere à metodologia de trabalho, a Teoria das Representações Sociais se utiliza bastante dos chamados grupos focais. Ou seja, entrevistas conduzidas no interior de determinados grupos e que se fundamentam na interação destes mesmos grupos. Um aspecto importante reside no uso explícito das interações para produzir dados e insights dificilmente obtidos fora desta situação. Aqui o papel do coordenador é o de conduzir a discussão de maneira livre, mas sem desviar o foco.
  • E) Ainda que a Teoria das Representações Sociais se apresente como uma forma sociológica de psicologia social, pode-se notar nesta corrente de pensamento psicossociológico um dualismo estanque entre o individual e o coletivo. Além disto, aparece nela o problema do não enfrentamento da duplicidade e da tensão mantidas por um laço estreito entre as representações coletivas e as individuais, reduzindo, assim, as segundas em relação às primeiras.

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A alternativa correta é letra E)

É incorreto afirmar que a Teoria das Representações Sociais apresenta um dualismo estanque entre o individual e o coletivo. Na verdade, a teoria propõe uma interação dinâmica entre os dois. As representações sociais são formas de conhecimento compartilhado que emergem da comunicação e da relação entre indivíduos dentro de um grupo. Elas são influenciadas tanto por fatores coletivos quanto individuais, refletindo a maneira como os grupos interpretam e conferem significado ao mundo ao seu redor.

Além disso, a teoria não reduz as representações individuais às coletivas, mas reconhece que as representações individuais podem influenciar e modificar as coletivas, e vice-versa. A teoria destaca a importância da compreensão das representações sociais para entender como o conhecimento e as crenças são formados e compartilhados dentro de uma sociedade, e como isso afeta o comportamento e as interações sociais.

204) Quanto às origens e desenvolvimento histórico da psicologia social, assinale a alternativa INCORRETA:

  • A) As raízes da psicologia social são europeias e remontam mais particularmente à segunda metade do século XIX e início do século XX. Destacam-se em tal contexto importantes figuras como as de Wundt, Le Bon e Freud. Contudo, um importante desenvolvimento ulterior da psicologia social se deu nos Estados Unidos, em particular a partir das décadas de 1930 e 1940.
  • B) Cabe enfatizar a importância da Segunda Guerra Mundial para compreendermos melhor as raízes europeias e o desenvolvimento norte-americano da moderna psicologia social. Afinal, alguns autores que se tornariam grandes nomes da área migraram da Europa para os Estados Unidos devido à ameaça nazista. Exemplos podem ser encontrados em Theodor Adorno, Max Horkheimer e Kurt Lewin, o qual se radicou na Universidade de Massachusetts, importante centro da psicologia social norte-americana na década de 40.
  • C) O período inicial da psicologia social norte-americana se notabilizou por uma série de estudos voltados às inter-relações entre as condições insalubres de trabalho então vigorantes e o crescimento do adoecimento mental entre o operariado daquele país. Em tal contexto, cabe enfatizar o apoio e as parcerias estabelecidas entre o MIT – Massachusetts Institute of Technology, onde atuou Kurt Lewin, e alguns dos principais sindicatos de trabalhadores da indústria norte-americana da época.
  • D) No que se refere à história da psicologia social brasileira, pelo menos em um primeiro momento prevaleceu a tradição pragmática que foi importada dos Estados Unidos, a qual tomava o homem como um objeto da ciência a ser investigado empiricamente. Neste contexto, a psicologia social aparece como o estudo do comportamento observável quando da ocorrência de interações sociais, perspectiva adotada, por exemplo, por Aroldo Rodrigues.
  • E) O predomínio da tecnologia social defendida pela psicologia social cognitiva de autores como Aroldo Rodrigues predominou quase que em uníssono no Brasil até os anos setenta. A partir daí, tal proposta passou a receber contundentes críticas, as quais se dirigiram, sobretudo, à importação indiscriminada de uma perspectiva positivista do estudo do homem em sociedade. O questionamento quanto à adequação de tal perspectiva a uma realidade particular como a sul-americana conduziu alguns psicólogos sociais brasileiros mais próximos ao materialismo dialético à criação da Associação Brasileira de Psicologia Social – ABRAPSO, a qual foi fundada no início dos anos 80.

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Alternativa incorreta: Letra C.

A alternativa C é incorreta porque sugere que o período inicial da psicologia social norte-americana se caracterizou por estudos sobre as condições de trabalho e saúde mental dos operários, com apoio do MIT. Na verdade, o MIT e Kurt Lewin são mais conhecidos por suas contribuições teóricas e experimentais para a psicologia social, como a teoria de campo e estudos sobre dinâmica de grupo, do que por parcerias com sindicatos para estudar condições de trabalho.

205) No que se refere à psicologia social sócio-histórica, a qual, balizada em larga escala pelo materialismo dialético, ganhou progressiva força na América Latina a partir dos anos 80, assinale a alternativa INCORRETA:

  • A) Na perspectiva sócio-histórica em psicologia social há uma problematização do saber pela via da contextualização do seu percurso. Neste sentido, como já ensinava, por exemplo, Michel Foucault, os saberes não nascem do nada e nem permanecem imutáveis. Ao contrário, obedecem a determinados interesses, vinculam-se ao poder e à coerção social. Com isto, devem ser pensados em termos da construção do seu percurso, com ênfase nas suas fontes para nelas localizarmos as relações conflitantes que marcam o seu desenvolvimento institucionalizado.
  • B) Percebe-se aqui uma reação à perspectiva de uma epistemologia positivista e marcada pela rigidez e, ao mesmo tempo, o apelo por uma concepção dinâmica de homem, por uma contextualização do conflito na história do pensamento, ao invés de preocupações do tipo metafísico com a busca de “unidades” ou “origens”. Neste sentido, ocorre uma delimitação das pretensões universalistas do saber, agora tomada como provisória e mutável.
  • C) O conhecimento em psicologia social é aqui pensado a partir de um privilégio ao universal, ao invés do particular. Afinal, vivemos em uma sociedade marcada pela globalização e pelos seus inúmeros benefícios. Em tal contexto, perspectivas como a construtivista e também a psicopatologia do trabalho proposta por Christophe Dejours buscam uma melhor adequação das subjetividades às orientações e possibilidades oferecidas pela lógica do mercado flexível.
  • D) Em tal perspectiva, além do Estado neoliberal e seu modo de produção passar a ser constantemente criticados, temos práticas mais ativas e voltadas à comunidade (ou seja, menos restritas a contextos fechados como o de um consultório). Ocorrem também mudanças no próprio conceito de psicopatologia, com o maior reconhecimento das estratégias de enfrentamento da classe proletária. O social não é pensado, de maneira estreita, como a interação entre pessoas, mas como campo da produção humana mais ampla, diretamente relacionado aos meios de produção, (re)constrói o próprio indivíduo.
  • E) Adquiriu relevância aqui a constatação de que não há neutralidade na produção do conhecimento em psicologia social, com o pesquisador sendo, também ele, influenciado pelos fenômenos que investiga. Trata-se, com efeito, de uma análise crítica do sujeito e das condições do seu trabalho, incluindo-se aí o modus operandi da observação e da coleta de dados. Assim, interessa uma expansão do conhecimento do indivíduo, da sociedade e da sua produção material concreta, levando-se em conta que o conceito é produzido socialmente e, em retroalimentação, retorna a essa mesma sociedade, transformando-a.

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Alternativa C: A alternativa incorreta é a letra C, pois ela contradiz os princípios da psicologia social sócio-histórica. Esta abordagem enfatiza a importância do contexto histórico e social na formação do conhecimento e do comportamento humano, privilegiando o particular e o específico em detrimento do universal. A globalização é vista críticamente, pois pode levar à homogeneização cultural e à imposição de uma lógica de mercado que não necessariamente beneficia todos os indivíduos ou sociedades.

Na psicologia social sócio-histórica, há um foco na maneira como as estruturas sociais e históricas influenciam o indivíduo, e como este, por sua vez, pode influenciar e transformar essas estruturas. A perspectiva construtivista e a psicopatologia do trabalho de Christophe Dejours são abordagens que se alinham com essa visão, pois buscam entender como as subjetividades são moldadas pelas condições de trabalho e pela sociedade mais ampla, ao invés de simplesmente adaptá-las às demandas do mercado.

206) Considerando o trabalho com grupos, organizações e comunidades, de acordo com a Psicologia social comunitária, assinale a resposta INCORRETA.

  • A) O trabalho com grupos operativos não deve ser objeto de preocupação da Psicologia no estabelecimento de educação escolar, pois a atuação da psicologia deve concentrar-se no atendimento clínico individual e na queixa escolar restritamente individualizada.
  • B) A psicologia pode atuar na relação entre a instituição escolar e educacional com a comunidade e a família dos estudantes e trabalhadores da educação.
  • C) A autonomia dos atores sociais da educação deve ser incentivada na atuação da psicologia na perspectiva social comunitária, no campo sócio-histórico da análise em estabelecimentos de educação e ensino.
  • D) O psicólogo poderá atuar com grupos nas organizações e com outras técnicas, tais como entrevistas e metodologias sociais variadas, de acordo com as situações e acontecimentos em que intervir.
  • E) O psicólogo que trabalha em instituições de formação e ensino deverá analisar os acontecimentos grupais e organizacionais considerando também o currículo e o projeto político pedagógico do estabelecimento em que atua historicamente.

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Resposta Incorreta: A alternativa A é a resposta incorreta.

Explicação: A Psicologia Social Comunitária enfatiza a importância do trabalho com grupos, organizações e comunidades. A alternativa A é incorreta porque sugere que a Psicologia não deve se preocupar com grupos operativos em contextos educacionais, o que vai contra os princípios da Psicologia Social Comunitária. Esta área da Psicologia valoriza a atuação em diferentes níveis, incluindo o trabalho com grupos e a intervenção comunitária, para promover o bem-estar e a mudança social. Portanto, a atuação da Psicologia não se restringe apenas ao atendimento clínico individual, mas também abrange ações coletivas e comunitárias que visam a melhoria das condições sociais e educacionais.

207) De acordo com a psicologia social e institucional em contextos de educação e trabalho, marque a resposta INCORRETA.

  • A) A educação escolar de estudantes e de trabalhadores poderá ser construída articuladamente com uma intervenção em psicologia social e institucional como parte de um conjunto de estratégias de produção de subjetividade.
  • B) O psicólogo que atua com trabalhadores da educação poderá analisar as condições de trabalho dos mesmos juntamente com a formação e a cultura organizacional, como aspectos que também são relevantes para sua atuação.
  • C) Não interessa à psicologia social e institucional analisar o currículo dos institutos de educação para atuar no campo da educação e do trabalho, pois o currículo e seus desdobramentos é um assunto que diz respeito apenas ao pedagogo.
  • D) A arquitetura, a história e os documentos de um estabelecimento podem ser analisados como produtores de subjetividade também em instituições escolares e de ensino pelo psicólogo social.
  • E) Diários de campo, entrevistas, atuação com grupos e avaliações podem ser acionadas pelo psicólogo escolar e educacional, em uma perspectiva social e institucional de sua atuação.

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Resposta Incorreta: Letra C)

A psicologia social e institucional tem um papel fundamental na análise do currículo dos institutos de educação, pois este é um elemento chave na formação da subjetividade e na construção da identidade profissional dos indivíduos. O currículo não é apenas uma preocupação do pedagogo, mas também do psicólogo social, que deve considerar como os conteúdos, métodos e a própria estrutura curricular influenciam as relações sociais e institucionais, bem como os processos de ensino e aprendizagem.

208) Segundo Serge Moscovici (1961), autor da Teoria das Representacões Sociais, existem dois processos na elaboração das representações sociais. São eles:

  • A) formação de imagem e ancoragem.
  • B) formação de imagem e comparação.
  • C) subjetivação e abstração.
  • D) construção e abstração.
  • E) objetivação e ancoragem.

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A alternativa correta é letra E) objetivação e ancoragem.

Gabarito: Letra E

Segundo Serge Moscovici (1961), autor da Teoria das Representacões Sociais, existem dois processos na elaboração das representações sociais. São eles:
a)  formação de imagem e ancoragem.
b)  formação de imagem e comparação.
c)  subjetivação e abstração.
d)  construção e abstração.
e)  objetivação e ancoragem.

 

Os processos de elaboração das representações sociais são: objetivação e ancoragem. Veja:

“A Teoria das Representações Sociais abordada em termos de processo consiste em saber como se constroem as representações, como se dá à incorporação do novo, do não familiar, aos universos consensuais. Nesse sentido, para Moscovici, a construção das representações envolve dois processos formadores: a ancoragem e a objetivação. Assim, conforme Sá, “o processo é responsável pelo enraizamento social da representação e de seu objeto” (SÁ, 1995, p. 38). De acordo com Moscovici, o processo de objetivação “faz com que se torne real um esquema conceptual, com que se dê a uma imagem uma contrapartida material” (MOSCOVICI, 1978, p. 110). Nesse caso, então, a objetivação consiste em dar concretude a um determinado conceito. No caso do estudo de Moscovici, o conceito utilizado foi o de psicanálise através do qual ele buscava conhecer como um determinado grupo a representava. Através desse estudo, ele percebeu que, “ao objetivar o conteúdo científico da Psicanálise, a sociedade já não se situa com vistas à Psicanálise ou aos psicanalistas, mas em relação a uma série de fenômenos que ela toma a liberdade de tratar como muito bem entende” (MOSCOVICI, 1978, p. 112). (...)  O processo de ancoragem envolve, para Moscovici, “a integração cognitiva do objeto representado no sistema de pensamento preexistente”, ou seja, “sua inserção orgânica em um repertório de crenças já constituído” (ALVES-MAZZOTI, 2000, p. 60). Nesse sentido, através da ancoragem tornamos familiar o conceito ou objeto representado”

 

Nosso gabarito é Letra E

209) As representações sociais têm como finalidade:

  • A) traçar as configurações econômicas e sociais vigentes.
  • B) apresentar novas teorias e perspectivas.
  • C) tornar familiares novos conceitos e ideias através da categorização.
  • D) refletir sobre as principais abordagens sociais.
  • E) representar e configurar a realidade social.

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A alternativa correta é letra C) tornar familiares novos conceitos e ideias através da categorização.

Gabarito: Letra C

 

As representações sociais têm como finalidade:
a)  traçar as configurações econômicas e sociais vigentes.
b)  apresentar novas teorias e perspectivas.
c)  tornar familiares novos conceitos e ideias através da categorização.
d)  refletir sobre as principais abordagens sociais.
e)  representar e configurar a realidade social.

 

A finalidade das representações sociais é tornar familiar algo não familiar:

“As representações sociais têm como uma de suas finalidades tornar familiar algo não familiar, isto é, uma classificar, categorizar e nomear novos acontecimentos e ideias com as quais não tínhamos tido contato anteriormente, possibilitando, assim, a compreensão e manipulação desses novos acontecimentos e ideias a partir de ideias, valores e teorias preexistentes e internalizados por nós e amplamente aceitas pela sociedade,

“As representações que fabricamos – de uma teoria científica, de uma nação, de um objeto, etc. – são sempre o resultado de um esforço constante de tornar real algo que é incomum (não familiar), ou que nos dá um sentimento de não familiaridade. Através delas, superamos o problema e o integramos em nosso mundo mental e físico, que é, com isso, enriquecido e transformado. Depois de uma série de ajustamentos, o que estava longe, parece ao alcance de nossa mão; o que era abstrato torna-se concreto e quase normal (…) as imagens e ideias com as quais nós compreendemos o não usual apenas trazem-nos de volta ao que nós já conhecíamos e com o qual já estávamos familiarizados (Moscovici, 2007,p.58)”

 

Nosso gabarito é Letra C

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210) A respeito do conceito de subjetividade (Guattari & Rolnik, 1996, p. 31), podemos dizer que é:

  • A) resultado da intercessão entre a essência humana e a modelagem educativa.
  • B) fruto da evolução social, biológica e cognitiva.
  • C) consequência da formação educacional.
  • D) manifestação das vicissitudes das forças inconscientes.
  • E) fabricada e modelada no registro do social.

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A alternativa correta é letra E) fabricada e modelada no registro do social.

Gabarito: Letra E

A respeito do conceito de subjetividade (Guattari & Rolnik, 1996, p. 31), podemos dizer que é:
a)  resultado da intercessão entre a essência humana e a modelagem educativa.
b)  fruto da evolução social, biológica e cognitiva.
c)  consequência da formação educacional.
d)  manifestação das vicissitudes das forças inconscientes.
e)  fabricada e modelada no registro do social.

 

Guattari e Rolnik consideram a subjetividade como fabricada e modelada no registro do social.

“Para Guattari e Rolnik (1993), é evidente que um indivíduo sempre existe, mas apenas enquanto terminal; esse terminal individual se encontra na posição de consumidor de subjetividade. Sendo assim, podemos dizer que "a subjetividade é essencialmente fabricada e modelada no registro do social" (p.31). A produção de subjetividade subsiste, nitidamente, no âmago do que Marx chamou de infraestrutura produtiva, constituída pelo conjunto de forças de consumo e de todos os meios de semiotização econômica, comercial e industrial.”

 

Nosso gabarito é Letra E

Fonte: Silva, Regina Coeli Araujo da, & Francisco, Ana Lúcia. (2010). Cultura, subjetividade e as organizações na contemporaneidade. Revista Mal Estar e Subjetividade10(3), 735-756. Recuperado em 06 de setembro de 2023,

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