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Questões Sobre Psicologia Social - Psicologia - concurso

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301) Julgue o item seguinte, com relação à cognição social.

 

Os schemas são constituídos por quatro processos: memórias, atenção, inferência e atribuições.

 

  • A) Certo
  • B) Errado
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A alternativa correta é letra B) Errado

ITEM ERRADO

Segundo Tróccoli, há três processos da cognição social que operam sobre os schemas e atribuições:

  1. Atenção: codificação e a consciência de estímulos internos ou externos a nosso organismo;
  2. Memória: o objetivo, o envolvimento e a impressão geral formada será determinante para nos relembrarmos de algo;
  3. Inferência: o que fazemos com a informação que obtivemos por meio dos processos de atenção e retenção.

Logo, está incorreto o número de processos considerados pelo item como constitutivos dos schemas, porque "atribuições" não é um deles. 

Fonte: TRÓCCOLI, Bartholomeu. Cognição social. In: Psicologia social: principais temas e vertentes. TORRES, Cláudio Vaz & NEIVA, Elaine Rabelo (org). Porto Alegre: Artmed, 2011

 

302) A partir da evolução dos estudos de psicologia social no Brasil e no mundo, julgue o item consecutivo.

 

A psicologia organizacional não tem levado em consideração os estudos de atitudes e valores realizados no âmbito da psicologia social, uma vez que os estudos realizados por essa área são muito generalistas e incapazes de explicar o comportamento organizacional.

  • A) Certo
  • B) Errado
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A alternativa correta é letra B) Errado

ITEM ERRADO

O erro da afirmação está em dizer que a psicologia organizacional não tem considerado os estudos realizados no âmbito da psicologia social.

A cognição social, por exemplo, é um campo de estudo compartilhado por ambas as áreas da psicologia, atualmente. 

De acordo com Bastos e Janissek (2014), houve uma importante transição quando a cognição deixa de ser apenas uma classe de fenômenos estudados e passa a ser uma perspectiva geral de como entender, analisar e compreender os processos humanos individuais e coletivos. É essa transição que aproxima os campos de estudo da cognição humana e os estudos das organizações. 


Erros da afirmação:

 

A psicologia organizacional não tem levado em consideração os estudos de atitudes e valores realizados no âmbito da psicologia social, uma vez que os estudos realizados por essa área são muito generalistas e incapazes de explicar o comportamento organizacional.

303) No que diz respeito à teoria das representações sociais, julgue o item subsequente.

 

A ancoragem permite integrar o objeto da representação a um sistema de valores próprios aos indivíduos, que os denomina e os classifica em função da inserção social desses sujeitos.

  • A) Certo
  • B) Errado
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A alternativa correta é letra A) Certo

ITEM CERTO

ancoragem relaciona-se com a descrição feita pelo item.

De acordo com Santos e Almeida (2005), é o processo de assimilação do objeto da representação em um sistema de valores de um indivíduo, através da denominação e classificação, em função dos laços que este objeto tem com a inserção social do indivíduo.

Em outra parte do livro, os autores a descrevem com outras palavras, de forma mais simplificada:

Ancoragem caracteriza-se pela inserção do objeto num sistema de pensamentos preexistentes, estabelecendo uma rede de significados em torno do mesmo. Um objeto é ancorado quando passa a fazer parte de um sistema de categorias já possuídas por um indivíduo, mediante alguns ajustes. 


Como vemos, a descrição apresentada pelo item vai no mesmo sentido que a definição de Ancoragem feita pelos autores mencionados. Portanto, a afirmação está correta.

 

Fonte: DE SOUZA SANTOS, Maria de Fátima; DE ALMEIDA, Leda Maria. Diálogos com a teoria da representação social. Editora Universitária UFPE, 2005. 

304) Pierre Legendre é um autor de inegável importância nas discussões entre o direito e a psicanálise. Para o autor, a humanidade vive e se reproduz dando sentido ao face a face entre pais e filhos, de acordo com a estrutura do interdito e as modalidades jurídicas. Donde a importância das categorias genealógicas de filiação, sem as quais não é possível sequer a reprodução da vida humana. As categorias de filiação e, portanto, de reprodução são garantidas pelo poder genealógico que emana:

  • A) do totem e tabu;

  • B) do Pai primitivo;

  • C) do Estado;

  • D) da sociedade disciplinar;

  • E) do complexo de Édipo.

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A alternativa correta é letra C) do Estado;

Perelson (2006) explica o posicionamento de Legendre sobre o poder genealógico: 

Segundo Pierre Legendre, é o Estado que, ao fornecer leis e jurisprudências, garante as montagens da filiação. É ele que, ao fornecer montagens institucionais que ordenam e ultrapassam a relação dual ente os pais e os filhos, introduz um terceiro termo, garantindo os lugares estruturais. A função de transmitir e submeter a criança (assim como seus pais) a essa montagem cabe, em primeiro lugar, ao juiz, e, em segundo lugar, aos próprios pais.


Portanto, constatamos que as categorias de filiação e, portanto, de reprodução são garantidas pelo poder genealógico que emana do Estado;

 

As outras opções não são mencionadas pelo autor dentro do contexto pedido. 

 

 

Fonte: PERELSON, Simone. A parentalidade homossexual: uma exposição do debate psicanalítico no cenário francês atual. Estudos Feministas, v. 14, n. 3, p. 709-730, 2006.

305) Em A Verdade e as Formas Jurídicas, Foucault afirma que a prisão se tornou a punição por excelência e a matriz da vigilância panóptica nas sociedades disciplinares. Com efeito, a punição moderna passou a ser calculada essencialmente a partir do indivíduo em relação:

  • A) ao seu ato criminoso;

  • B) a sua virtualidade;

  • C) ao livre arbítrio;

  • D) à ofensa ao soberano;

  • E) ao pacto social.

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A alternativa correta é letra B) a sua virtualidade;

No livro mencionado, Foucault explica tal conceito:

[...] a grande noção da criminologia e da penalidade em fins do século XIX foi a escandalosa noção, em termos de teoria penal, de periculosidade. A noção de periculosidade significa que o indivíduo deve ser considerado pela sociedade ao nível de suas virtualidades e não ao nível de seus atos; não ao nível das infrações efetivas a uma lei efetiva, mas das virtualidades de comportamento que elas representam.


A partir do trecho acima, compreendemos que a penalidade passou corrigir os indivíduos ao nível de seus comportamentos, suas atitudes, suas disposições, do perigo que apresentam, ou seja, das virtualidades possíveis.

 

 

Fonte: FOUCAULT, Michel. A Verdade e as Formas Jurídicas (trad. Roberto Cabral de Melo Machado e Eduardo Jardim Morais). Rio de janeiro: Nau, 2001.

306) No livro “A Verdade e as Formas Jurídicas”, Foucault considera a formação da sociedade disciplinar e analisa as transformações na penalidade do século X X, que “passa a ser um controle, não tanto sobre se o que fizeram os indivíduos está em conformidade ou não com a lei, mas ao nível do que podem fazer, do que são capazes de fazer, do que estão sujeitos a fazer, do que estão na imin ncia de fazer.” ( OU AU T, M. A Verdade e as Formas Jurídicas. Rio de Janeiro: NAU, 2003)


Nos termos supramencionados, Foucault está se referindo à:

  • A) arqueologia do saber;

  • B) genealogia do poder;

  • C) construção de subjetividades;

  • D) periculosidade;

  • E) punição.

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A alternativa correta é letra D) periculosidade;

Dando continuidade ao trecho, Foucault explica:

Assim, a grande noção da criminologia e da penalidade em fins do século XIX foi a escandalosa noção, em termos de teoria penal, de periculosidade. A noção de periculosidade significa que o indivíduo deve ser considerado pela sociedade ao nível de suas virtualidades e não ao nível de seus atos; não ao nível das infrações efetivas a uma lei efetiva, mas das virtualidades de comportamento que elas representam.


Logo, constatamos que se trata da periculosidade.

 

 

Fonte: FOUCAULT, Michel. A Verdade e as Formas Jurídicas (trad. Roberto Cabral de Melo Machado e Eduardo Jardim Morais). Rio de janeiro: Nau, 2001.

307) A Psicologia Social dedicou grande parte de seus estudos à compreensão de processos grupais, em que pressões e padrão do grupo podem ser compreendidos como argumentos reais ou imaginários, manifestos ou velados queseus membros utilizam para garantir a fidelidade dos demais aos objetivos

  • A) do grupo e ao padrão de conduta estabelecido.
  • B) de parte do grupo, que dependem das demais orien tações do líder.
  • C) do líder do grupo, responsável por conduzir a moti vação de todos.
  • D) compartilhados que favoreçam a ascensão do líder.
  • E) comuns e disputarem pela escolha de seu líder.

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A alternativa correta é letra A) do grupo e ao padrão de conduta estabelecido.

Bock (2001) discorre sobre a dinâmica dos grupos e menciona o compêndio escrito por Cartwright e Zander (1953) que trata de alguns temas da teoria dos grupos:

  • coesão do grupo: condições necessárias para a sua manutenção;

  • pressões e padrão do grupo: argumentos reais ou imaginários, manifestos ou velados que seus membros utilizam para garantir a fidelidade dos demais aos objetivos do grupo e ao padrão de conduta estabelecido;

  • motivos individuais e objetivos do grupo: elementos que garantem fidelidade e que estão relacionados com a escolha que cada indivíduo faz ao decidir participar de um grupo.

  • liderança e realização do grupo: força de convencimento (carisma) exercida por um ou mais indivíduos sobre os outros e o tipo de atividade exercida pelo grupo;

  • propriedades estruturais dos grupos: padrões de comunicação, desempenho de papéis, relações de poder etc. 


Como podem ver, a questão manteve-se fiel ao trecho do qual foi retirada. A frase que melhor completa a sentença foi apresentada pela ALTERNATIVA A.

 

Erros das demais alternativas:

 

b)  de parte do grupo, que dependem das demais orientações do líder.
c)  do líder do grupo, responsável por conduzir a motivação de todos.
d)  compartilhados que favoreçam a ascensão do líder.
e)  comuns e disputarem pela escolha de seu líder.

 


 

Fonte: BOCK, A. M. M.; FURTADO, O.; TEIXEIRA, M. L. T. Psicologias: Uma Introdução ao Estudo de Psicologia. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2001. 

 

 

308) Manifestam-se em palavras, sentimentos e condutas e se institucionalizam, portanto, podem e devem ser analisadas a partir da compreensão das estruturas e dos comportamentos sociais. Na Psicologia Social, são denominadas por

  • A) hábitos parentais.
  • B) normas pessoais.
  • C) representações sociais.
  • D) políticas públicas.
  • E) grupos sociais.

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A alternativa correta é letra C) representações sociais.

A questão se prendeu ao conceito de Minayo (1995) sobre as Representações Sociais.

 

O autor afirma que elas são imagens construídas sobre o real. Manifestam-se em palavras, sentimentos e condutas; institucionalizam-se. Podem e devem ser analisadas a partir da compreensão das estruturas e dos comportamentos sociais.

 

Bastos, Loiola, Queiroz e Silva (2014), após citarem Minayo (1995), afirmam que as representações não são simples reflexos da realidade, mas funcionam como sistemas interpretativos, orientando as interações entre o indivíduo e seu ambiente físico e social. 

 


Portanto, constatamos que a descrição refere-se as Representações Sociais.

 

Erros das demais alternativas:

 

a)  hábitos parentais = a questão deu uma brecha para eliminarmos esta alternativa ao colocar o verbo no gênero feminino ("devem ser analisadas" e "são denominadas"). Se estivesse falando de hábitos parentais, o verbo deveria se referir ao gênero masculino.
 

b)  normas pessoais = também não se institucionalizam.

d)  políticas públicas = não se manifestam em sentimentos.
 

e)  grupos sociais =  mesma justificativa da alternativa A.

 


Fonte: ZANELLI, BORGES-ANDRADE e BASTOS. Psicologia, Organizações e Trabalho no Brasil. Porto Alegre: Artmed, 2014.

309) Sobre a teoria das representações sociais, do psicólogo social romeno Serge Moscovici, considere:


I. A teoria das representações sociais estuda o conhecimento do senso comum (consensual) com o propósito de descrever, explicar e interpretar os fenômenos sociais que ocorrem na vida cotidiana.


II. A objetivação como processo formador das representações sociais possibilita a criação de uma imagem como representação de uma ou mais ideias.


III. Ancorar é classificar um fenômeno desconhecido a fim de dar-lhe um significado e torná-lo familiar.


IV. A teoria tem sido utilizada nas pesquisas interessadas em compreender como se dá a construção do conhecimento científico (reificado).


Está correto o que se afirma APENAS em

  • A) I, III e IV.
  • B) I, II e III.
  • C) II e IV.
  • D) II, III e IV.
  • E) III e IV.

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A alternativa correta é letra B) I, II e III.

Análise dos itens:

 

I. A teoria das representações sociais estuda o conhecimento do senso comum (consensual) com o propósito de descrever, explicar e interpretar os fenômenos sociais que ocorrem na vida cotidiana.

 

CORRETO. Ao se recusar a reduzir o senso comum à ideologia, Moscovici acredita que está necessariamente tomando-o como um elemento que liga a sociedade ou o indivíduo à sua cultura, à sua linguagem, enfim, a um mundo que lhe é familiar. 


II. A objetivação como processo formador das representações sociais possibilita a criação de uma imagem como representação de uma ou mais ideias.

 

CORRETO. A objetivação torna concreto aquilo que é abstrato, transformando um conceito em imagem, privilegiando certas informações em detrimento de outras, simplificando-as e dissociando-as de seu contexto original de produção.


III. Ancorar é classificar um fenômeno desconhecido a fim de dar-lhe um significado e torná-lo familiar.

 

CORRETO. Ancoragem corresponde à incorporação ou à assimilação de um novo objeto em um sistema de categorias que são familiares e funcionais aos indivíduos e que lhes estão facilmente disponíveis na memória. 

 

INCORRETO. O estudo das representações sociais aparece como uma resposta aos problemas emergentes da vida cotidiana, diante dos quais os pesquisadores eram chamados a se posicionar. 

 


Dessa forma, está correto o que se afirma apenas em I, II e III.

 

 

Fonte: TORRES, Cláudio Vaz; NEIVA, Elaine Rabelo. Psicologia social: principais temas e vertentes. Porto Alegre: Artmed, 2011.

 

 

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310) A Crítica da Razão Instrumental foi desenvolvida

  • A) por Karl Marx e defende a importância do pensamento crítico na análise da alienação, das relações sociais marcadas pela desigualdade social e pela dominação.
  • B) por Jürgen Habermas e critica a dialética presente na relação entre teoria e prática.
  • C) por Max Horkheimer e critica o uso da razão instrumental em contraposição aos interesses reais da vida prática e social, contribuindo para a alienação, as formas de poder e as relações de dominação.
  • D) por Zygmunt Bauman e critica as relações baseadas na ética utilitarista.
  • E) por Michel Foucault e critica o governo neoliberal e o uso do conhecimento nas relações de poder-saber.

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A alternativa correta é letra C) por Max Horkheimer e critica o uso da razão instrumental em contraposição aos interesses reais da vida prática e social, contribuindo para a alienação, as formas de poder e as relações de dominação.

Silva (1997) explica como se desenvolveu a Crítica da razão instrumental:

Para Adorno e Horkheimer, a emancipação se converte em submissão, na medida em que o progresso da razão instrumental coincide com a regressão do humano à categoria de coisa. [...] o triunfo da instrumentalidade dominadora instaurou uma outra fonte de dominação, a própria razão enquanto essencialmente dominadora. Daí a tendência dos indivíduos a alienarem a liberdade em princípio conquistada nas diversas figuras da razão, ou mesmo em qualquer dos seus produtos, desde as descobertas científicas até o marketing eleitoral. [...] Daí a reivindicação, por parte de Adorno e Horkheimer, de uma teoria crítica que esteja dotada de instrumentos para entender este movimento complexo 


Nesta questão, não há escapatória. É necessário o conhecimento literal sobre o assunto. As alternativas citaram autores que poderiam servir como autores dessa teoria, pois também desenvolveram teorias a respeito da sociedade. Apenas de posse desse conhecimento específico, o candidato conseguiria responder com tranquilidade. 

 

Conforme trecho apresentado, a crítica da razão instrumental foi desenvolvida por Horkheimer (e Adorno). 

 

 

Fonte: SILVA, Franklin Leopoldo e. Conhecimento e Razão Instrumental. Psicol. USP [online]. 1997, vol.8, n.1, pp.11-31.

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