Logo do Site - Banco de Questões
Continua após a publicidade..

Questões Sobre Psicologia Social - Psicologia - concurso

Continua após a publicidade..

911) Qual é a relação entre representação social e comunicação, de acordo com Silvia Lane (2004)?

  • A) A representação social é completamente independente da comunicação, não havendo influência mútua entre elas.
  • B) A linguagem participa na elaboração das representações, mas não tem relação com a diferenciação e identificação.
  • C) As representações sociais são determinantes da comunicação, mas as representações são determinadas pelas práticas e percepções, não pela linguagem.
  • D) A comunicação é um processo fundamental na construção das representações sociais, pois permite a objetivação, seleção e coordenação das posições dos outros e de si mesmo.
  • E) A representação social é um conceito que não tem relação com a linguagem e com a atividade semiótica, pois a elaboração dos significantes, decorrentes do processo de comunicação, constitui processo independente.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra D) A comunicação é um processo fundamental na construção das representações sociais, pois permite a objetivação, seleção e coordenação das posições dos outros e de si mesmo.

 

Qual é a relação entre representação social e comunicação, de acordo com Silvia Lane (2004)?

 

A questão está baseada no seguinte texto:

 

"E neste processo de comunicação, a criança vai estruturando o seu mundo que, inicialmente, se encontra em um estado nebuloso, através de um sistema de significantes proporcionado pelos que a rodeiam, e também vai encontrando formas de se autodefinir, 'às custas de uma esquematização e de uma deformação inevitáveis e sempre superáveis'.

 

Malrieu mostra como a comunicação e a personalização (enquanto identificação e diferenciação) determinam e são determinadas pelas representações, que implicam objetivação, seleção, coordenação das posições dos outros e de si mesmo.

 

As representações, por sua vez, também estão duplamente vinculadas com a atividade semiótica que se caracteriza pela elaboração dos significantes, decorrentes do processo de comunicação."

 

Fonte: "Psicologia Social: o homem em movimento" (Lane)

 

Com isso, encontramos a resposta na Letra D.


a)  A representação social é completamente independente da comunicação, não havendo influência mútua entre elas.
 

b)  A linguagem participa na elaboração das representações, mas não tem relação com a diferenciação e identificação.
 

c)  As representações sociais são determinantes da comunicação, mas as representações são determinadas pelas práticas e percepções, não pela linguagem.


d)  A comunicação é um processo fundamental na construção das representações sociais, pois permite a objetivação, seleção e coordenação das posições dos outros e de si mesmo.


e)  A representação social é um conceito que não tem relação com a linguagem e com a atividade semiótica, pois a elaboração dos significantes, decorrentes do processo de comunicação, constitui processo independente.

Continua após a publicidade..

912) No texto “Racismo e sexismo na cultura brasileira”, Gonzalez (2020) afirma:

  • A) O mito da democracia racial nunca teve aceitação no Brasil.
  • B) O racismo se constitui como a sintomática que caracteriza a neurose cultural brasileira.
  • C) O suporte epistemológico da Psicanálise de Freud e Lacan não servem à análise do problema das relações raciais.
  • D) O rito carnavalesco no Brasil, que eleva a mulata à condição de rainha, é um ato subversivo e antirracista.
  • E) As colocações do cientista social Caio Prado Júnior sobre o tema da escravidão são referência para a autora como bom exemplo para o enfrentamento do problema do racismo e do sexismo no Brasil.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra B) O racismo se constitui como a sintomática que caracteriza a neurose cultural brasileira.

 

No texto “Racismo e sexismo na cultura brasileira”, Gonzalez (2020) afirma:


a)  O mito da democracia racial nunca teve aceitação no Brasil.

 

Incorreto. Essa afirmativa não está de acordo com o texto de Gonzalez. Veja:

 

"A longa epigrafe diz muito além do que ela conta. De saída, o que se percebe é a identificação do dominado com o dominador. E isso já foi muito bem analisado por um Fanon, por exemplo. Nossa tentativa aqui é a de uma indagação sobre 0 porquê dessa identificação. Ou seja, o que foi que ocorreu para que o mito da democracia racial tenha tido tanta aceitação e divulgação? Quais foram os processos que teriam determinado sua construção? O que é que ele oculta, para além do que mostra? Como a mulher negra é situada no seu discurso?"

 

Fonte: “Racismo e sexismo na cultura brasileira” (Gonzalez)

 


b)  O racismo se constitui como a sintomática que caracteriza a neurose cultural brasileira.

 

Correto. Essa afirmativa está de acordo com o seguinte texto:

 

"O lugar em que nos situamos determinará nossa interpretação sobre o duplo fenômeno do racismo e do sexismo. Para nós o racismo se constitui como a sintomática que caracteriza a neurose cultural brasileira. Nesse sentido, veremos que sua articulação com o sexismo produz efeitos violentos sobre a mulher negra em particular. Consequentemente, o lugar de onde falaremos põe um outro, aquele que habitualmente vínhamos colocando em textos anteriores. E a mudança foi se dando a partir de certas noções que, forçando sua emergência em nosso discurso, nos levaram a retornar à questão da mulher negra numa outra perspectiva. Trata-se das noções de mulata, doméstica e mãe preta."

 

Fonte: “Racismo e sexismo na cultura brasileira” (Gonzalez)

 


c)  O suporte epistemológico da Psicanálise de Freud e Lacan não servem à análise do problema das relações raciais.

 

Incorreto. Essa afirmativa não está de acordo com o texto abaixo:

 

"Nosso suporte epistemológico se dá a partir de Freud e Lacan, ou seja, da psicanálise. Justamente porque como nos diz Jacques-Alain Miller, em sua Teoria da Alíngua:

 

'O que começou com a descoberta de Freud foi uma outra abordagem da linguagem, uma outra abordagem da língua, cujo sentido só veio à luz com sua retomada por Lacan. Dizer mais do que sabe, não se saber que diz, dizer outra coisa que não o que se diz, falar para não dizer nada, não são mais, no campo freudiano, os defeitos da língua que justificam a criação das línguas formais. Estas são propriedades inelimináveis e positivas do ato de falar. e Psicanálise e lógica, uma se funda sobre o que a outra elimina. A análise encontra seus bens nas latas de lixo da lógica. Ou ainda: a análise desencadeia o que a lógica domestica.'"

 

Fonte: “Racismo e sexismo na cultura brasileira” (Gonzalez)

 


d)  O rito carnavalesco no Brasil, que eleva a mulata à condição de rainha, é um ato subversivo e antirracista.

 

Incorreto. Esse não é o posicionamento da autora. Veja:

 

"O mito que se trata de reencenar aqui é o da democracia racial. E é justamente no momento do rito carnavalesco que o mito é atualizado com toda a sua força simbólica. E é nesse instante que a mulher negra se transforma em única e exclusivamente na rainha, na ‘mulata deusa do meu samba’, ‘que passa com graça/ fazendo pirraça/  fingindo inocente/ tirando o sossego da gente’. (…)"

 

Fonte: “Racismo e sexismo na cultura brasileira” (Gonzalez)

 


e)  As colocações do cientista social Caio Prado Júnior sobre o tema da escravidão são referência para a autora como bom exemplo para o enfrentamento do problema do racismo e do sexismo no Brasil.

 

Incorreto. A autora critica as colocações de Caio Prado Junior.

 

Portanto, a alternativa correta é a Letra B.

913) Assim como a sabedoria popular enfatiza o impacto das atitudes sobre o comportamento, é possível afirmar através das pesquisas em Psicologia Social que as atitudes com frequência são fortes preditores dos comportamentos.

  • A) Certo
  • B) Errado
FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra B) Errado

  

A questão está baseada no seguinte texto:

 

"Portanto, para a Psicologia social, diferentemente do senso comum, nós não tomamos atitudes (comportamento, ação), nós desenvolvemos atitudes (crenças, valores, opiniões) em relação aos objetos do meio social.

(...)

As atitudes são, assim, bons preditores de comportamentos.

 

No entanto, não é com tanta facilidade que conseguimos prever o comportamento de alguém a partir do conhecimento de sua atitude, pois nosso comportamento é resultante também da situação dada e de várias atitudes mobilizadas em determinada situação."

 

Fonte:  "Psicologias" (Bock)

 

A questão faz uma afirmação que diverge do texto utilizado como referência. Primeiro que Bock enfatiza a diferença entre o posicionamento da Psicologia Social com a do senso comum, segundo que ela fala sobre ser um bom preditor, não um forte preditor.

 

Afirmativa Falsa.

Continua após a publicidade..

914) No Brasil e na América Latina, até a década de 1970, a psicologia social adaptava e replicava o corpo teórico e métodos norteamericanos, a partir desse posicionamento colonialista contrastado com a efervescência cultural nos anos 70, gestou-se a “a crise da psicologia social”. A obra de Martín-Baró evidenciou um período de vivaz reflexão e análise da realidade latino-americana, o autor em um texto de introdução à sua Psicologia Social Crítica, apontou uma basilar preocupação para a sua ciência psicológica. Assinale a alternativa que contempla esta preocupação:

  • A) Realizar o psicodiagnóstico da América Latina.

  • B) Uma práxis comprometida com a transformação social e revolucionária.

  • C) O desenvolvimento da consciência coletiva política.

  • D) Analisar a relação entre a estrutura do caráter subjetivo e regimes políticos.

  • E) Analisar como o indivíduo pode se libertar de uma desordem instituída.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra E) Analisar como o indivíduo pode se libertar de uma desordem instituída.

  

No Brasil e na América Latina, até a década de 1970, a psicologia social adaptava e replicava o corpo teórico e métodos norteamericanos, a partir desse posicionamento colonialista contrastado com a efervescência cultural nos anos 70, gestou-se a “a crise da psicologia social”. A obra de Martín-Baró evidenciou um período de vivaz reflexão e análise da realidade latino-americana, o autor em um texto de introdução à sua Psicologia Social Crítica, apontou uma basilar preocupação para a sua ciência psicológica. Assinale a alternativa que contempla esta preocupação:

  

Base teórica para a compreensão

 

Para a análise das alternativas apresentadas por esta questão, peço gentilmente ao aluno, que não deixe acompanhar o recorte textual a seguir, extraído da publicação Faria & Martins (2020, p.), atentando-se especialmente para os grifos em azul:

 

“Como Lacerda Jr (2017) analisa, os escritos de Martín-Baró fazem parte de um exercício de “colocar a Psicologia contra a ordem” (p. 12), uma ordem que domina e explora a maioria, de modo que “a principal preocupação da Psicologia Social Crítica é analisar como o indivíduo pode se libertar de uma desordem instituída” (p. 12).”

 

   

Análise das alternativas

   

  • Considerando as alternativas disponíveis, apenas a LETRA “E” (Analisar como o indivíduo pode se libertar de uma desordem instituída) corresponde ao que requisita o enunciado e é mencionado pela literatura supracitada;

 

  • Concluindo a análise, destaca-se que as demais alternativas não são compatíveis ao que solicita a questão, pela ausência de especificidade, em relação à requisição do que é solicitado pelo enunciado;

 

  • Mediante isto, ratifica-se, portanto, que a alternativa “E” constitui, de fato, o GABARITO da questão analisada.

   

________________

Fonte consultada:

Faria, Lucas Luis de, & Martins, Catia Paranhos. (2020). Fronteiras coloniais, Psicologia da Libertação e a desobediência indígena. Psicologia para América Latina, (33), 33-42. 

915) Maria Cecília de Souza Minayo afirma que “a violência acontece como uma quebra de expectativa positiva da pessoa idosa em relação àquelas que as cercam, sobretudo os filhos, cônjuges, parentes, cuidadores, a comunidade e a sociedade em geral.” Sobre as várias formas de violência contra a pessoa idosa, uma das indicadas a seguir está conceitualmente INCORRETA:

  • A) O abuso psicológico corresponde a todas as formas de menosprezo, de desprezo e de discriminação que provocam sofrimento mental. Há muitas formas de manifestação do abuso psicológico: às vezes, o fazemos com palavras e outras com atos.
  • B) Os abusos físicos constituem a maior parte das queixas das pessoas idosas e costumam acontecer no seio da família, na rua, nas instituições de prestação de serviços, dentre outros espaços.
  • C) A autonegligência, que leva quase que invariavelmente à depressão e ao suicídio, é a mais notificada forma de violência contra os idosos. Conforme a Organização Mundial de Saúde, as altas taxas de suicídio da população idosa brasileira são o indicador mais cabal de autonegligência ou de autodestruição, que se caracteriza principalmente por uma forma de violência sem relação direta com “o outro”.
  • D) O abandono é uma das maneiras mais perversas de violência contra a pessoa idosa e apresenta várias facetas, dentre outras formas, a ausência de cuidados, de medicamentos e de alimentação aos que têm alguma forma de dependência física, econômica ou mental.
  • E) Negligência é outra categoria importante para explicar as várias formas de menosprezo e de abandono. Sobre as negligências, poderíamos começar por aquelas cometidas pelos serviços públicos. Por exemplo, na área da saúde, o desleixo e a inoperância dos órgãos de vigilância sanitária em relação aos abrigos e clínicas.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra C) A autonegligência, que leva quase que invariavelmente à depressão e ao suicídio, é a mais notificada forma de violência contra os idosos. Conforme a Organização Mundial de Saúde, as altas taxas de suicídio da população idosa brasileira são o indicador mais cabal de autonegligência ou de autodestruição, que se caracteriza principalmente por uma forma de violência sem relação direta com “o outro”.

 

Maria Cecília de Souza Minayo afirma que “a violência acontece como uma quebra de expectativa positiva da pessoa idosa em relação àquelas que as cercam, sobretudo os filhos, cônjuges, parentes, cuidadores, a comunidade e a sociedade em geral.” Sobre as várias formas de violência contra a pessoa idosa, uma das indicadas a seguir está conceitualmente INCORRETA:

 

A alternativa incorreta distorce o seguinte texto:

 

"A natureza da violência contra a pessoa idosa pode se manifestar de várias formas, aqui resumidas: abuso físico, psicológico, sexual, abandono, negligência, abusos financeiros e autonegligência. Todos esses tipos de ação ou omissão podem provocar lesões graves fisicas, emocionais e morte. Neste texto, usaremos como sinônimos os termos maus-tratos, abusos violências embora, existam muitas discussões teóricas sobre o uso e o sentido de cada um deles.

(...)

Violência autoinfligida e autonegligência — A violência pode conduzir à morte lenta de uma pessoa idosa em casos em que ela própria se autonegligencia, ou manifestar-se como ideações, tentativas de suicídio e suicídio consumado. Ou seja, nesses casos, não é o “outro” que abusa, é a própria pessoa que maltrata a si mesma. Um dos primeiros sinais de autonegligência é a atitude de se isolar, de não sair de casa e de se recusar a tomar banho, de não se alimentar direito e de não tomar os medicamentos, manifestando clara ou indiretamente a vontade de morrer.Vários trabalhos (Minayo & Cavalcante, 2010; Menehgel et al 2012; Cavalcante e Minayo, 2012) ressaltam que, frequentemente atitudes de autodestrui- ção estão associadas a processos de desvalorização que a pessoa idosa sofre e a negligências, abandono e maus-tratos de que é vítima.

 

Estudos que vimos realizando mostram aumento de suicídios particularmente entre homens idosos; e de tentativas de suicídio e ideações em pessoas de ambos os sexos. Embora as taxas sejam relativamente baixas, observamos um crescimento persistente desse fenômeno nas faixas etárias acima de 60 anos. Os índices de ocorrência já são o dobro da média nacional e se associam ao abandono familiar, à solidão, ao sofrimento insuportável provocando doenças degenerativas, ao medo de tornar-se dependente, à perda do gosto pela vida, a processos depressivos de maior ou menor gravidade. Essas situações se manifestam frequentemente de forma combinada.A depressão nessa faixa de idade deve ser considerada uma enfermidade mental que tem vários níveis de gravidade e que, portanto, deve ser diag- nosticada por um especialista (Cavalcante et al, 2013).

 

Fonte: "Brasil: manual de enfrentamento à violência contra a pessoa idosa. É possível prevenir. É necessário superar." (Minayo) 

 

Com base nisso, encontramos a alternativa incorreta na Letra C.

 

As outras alternativas estão de acordo com o texto de Minayo.


a)  O abuso psicológico corresponde a todas as formas de menosprezo, de desprezo e de discriminação que provocam sofrimento mental. Há muitas formas de manifestação do abuso psicológico: às vezes, o fazemos com palavras e outras com atos.


b)  Os abusos físicos constituem a maior parte das queixas das pessoas idosas e costumam acontecer no seio da família, na rua, nas instituições de prestação de serviços, dentre outros espaços.


c)  A autonegligência, que leva quase que invariavelmente à depressão e ao suicídio, é a mais notificada forma de violência contra os idosos. Conforme a Organização Mundial de Saúde, as altas taxas de suicídio da população idosa brasileira são o indicador mais cabal de autonegligência ou de autodestruição, que se caracteriza principalmente por uma forma de violência sem relação direta com “o outro”.


d)  O abandono é uma das maneiras mais perversas de violência contra a pessoa idosa e apresenta várias facetas, dentre outras formas, a ausência de cuidados, de medicamentos e de alimentação aos que têm alguma forma de dependência física, econômica ou mental.


e)  Negligência é outra categoria importante para explicar as várias formas de menosprezo e de abandono. Sobre as negligências, poderíamos começar por aquelas cometidas pelos serviços públicos. Por exemplo, na área da saúde, o desleixo e a inoperância dos órgãos de vigilância sanitária em relação aos abrigos e clínicas.

Continua após a publicidade..

916) Um dos pioneiros n a gênese da Psicologia Social desenvolveu a ideia de psicologia das multidões, chamando a atenção para o fato que quando alocado num grupo, o sujei to se transforma, não importando a sua inteligência, influências culturais, estilo de vida ou qualquer outro aspecto que demarque sua subjetividade e que tais características se tornam secundárias, pois ao fazer parte deste grupo, este conglomerado de pessoas desenvolveria uma condição e comportamento de mente coletiva. Quem é o autor seminal deste conceito?

  • A) Ferdinand de Saussure
  • B) Gustav Le Bon
  • C) Carl Jung
  • D) Hebert B lumer
  • E) Kurt Lewin

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra B) Gustav Le Bon

    

Um dos pioneiros na gênese da Psicologia Social desenvolveu a ideia de psicologia das multidões, chamando a atenção para o fato que quando alocado num grupo, o sujeito se transforma, não importando a sua inteligência, influências culturais, estilo de vida ou qualquer outro aspecto que demarque sua subjetividade e que tais características se tornam secundárias, pois ao fazer parte deste grupo, este conglomerado de pessoas desenvolveria uma condição e comportamento de mente coletiva. Quem é o autor seminal deste conceito?

  

A questão pode ser respondida com o seguinte texto:

 

"Vinte anos após a revolta da Comuna de Paris, Gustave Le Bon (1841-1931) escreve La Foule (1895), traduzido como Psicologia da multidão (1954). Nessa obra ele define multidão como sendo o agrupamento de um grande número de pessoas interatuantes que exercem influência mútua, composta por elementos heterogêneos que se ligam e, por esta reunião, formam um outro corpo, tal como as células se organizam e geram um corpo vivo com características diferentes de cada uma delas.

 

Impressionado com o comportamento das massas, Le Bon procura analisar suas causas e seu funcionamento. Discordando da afirmação de Tarde, para quem o comportamento no interior das multidões ocorre através da comunicação entre emoções e opiniões e e é reforçado pela simpatia e pela e imitação, Le Bon enfatiza a tese do puro automatismo do contágio emocional, por considerar o comportamento imitativo ainda fortemente individual.

 

Afirma a lei da unidade mental das multidões com o que explica o poder das massas de transformar comportamento individual. Segundo o ele, imerso na multidão, o indivíduo perde seu autocontrole, atua de modo impulsivo, irracional e, até mesmo, bestial. Forma-se uma 'mente coletiva' que se apossa de cada um, produzindo a incapacidade para raciocinar, a ausência do espírito crítico e de discernimento e uma unanimidade da qual cada um tem consciência e que traz consigo o dogmatismo, a intolerância, o sentimento de poder absoluto e a perda da noção de responsabilidade."

 

Fonte: "História da Psicologia: rumos e percursos" (Jac-Vilela et al.)

 

Com isso, encontramos a resposta na Letra B.

 

a)  Ferdinand de Saussure b)  Gustav Le Bon c)  Carl Jung d)  Hebert B lumer e)  Kurt Lewin

917) “Um autor frequentemente citado como legítimo representante dessa nova perspectiva na psicologia social latino-americana é Martin-Baró (1942-1989), psicólogo e padre jesuíta espanhol, radicado em El Salvador, que defendeu em suas obras o desenvolvimento de uma psicologia social comprometida com a realidade social latino-americana.” (Torres e Neiva, 2022)

A respeito da psicologia social crítica que foi difundida na América Latina a partir da década de 1970 contrapondo e questionando a psicologia social psicológica que, por sua vez, apresentava-se marcada pelo experimentalismo e individualismo, responda a alternativa correta:

  • A) A psicologia social crítica defende a manutenção das estruturas sociais existentes e não busca questionar ou transformar as desigualdades sociais.
  • B) Diante do contexto social da América latina, a psicologia social crítica foi desenvolvida com o objetivo de explicar os sentimentos, pensamentos e comportamentos do ser humano na presença real ou imaginada de outras pessoas.

  • C) Marcada por regimes militares, arbitrariedade e por grande desigualdade social no continente, a psicologia social crítica visa, em suas produções, ter uma perspectiva intraindividual, e a partir dessa análise, entender como se dá a interação do ser humano.
  • D) Diferenciando-se da produção da psicologia social desenvolvida nos Estados Unidos e na Europa, a psicologia social crítica emerge na América latina buscando transformações sociais, questionando desigualdades e defendendo o caráter relacional da linguagem e a importância das práticas discursivas para a compreensão da vida social.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra D) Diferenciando-se da produção da psicologia social desenvolvida nos Estados Unidos e na Europa, a psicologia social crítica emerge na América latina buscando transformações sociais, questionando desigualdades e defendendo o caráter relacional da linguagem e a importância das práticas discursivas para a compreensão da vida social.

Gabarito: Letra D

A respeito da psicologia social crítica que foi difundida na América Latina a partir da década de 1970 contrapondo e questionando a psicologia social psicológica que, por sua vez, apresentava-se marcada pelo experimentalismo e individualismo, responda a alternativa correta:
a) A psicologia social crítica defende a manutenção das estruturas sociais existentes e não busca questionar ou transformar as desigualdades sociais.

Errado. Pelo contrário, a psicologia social crítica busca sim questionar e transformar as desigualdades sociais.


b)  Diante do contexto social da América latina, a psicologia social crítica foi desenvolvida com o objetivo de explicar os sentimentos, pensamentos e comportamentos do ser humano na presença real ou imaginada de outras pessoas.

Errado. A psicologia tradicional tem esse objetivo, não a psicologia social crítica.

 

c) Marcada por regimes militares, arbitrariedade e por grande desigualdade social no continente, a psicologia social crítica visa, em suas produções, ter uma perspectiva intraindividual, e a partir dessa análise, entender como se dá a interação do ser humano.

Errado. A psicologia social crítica tem uma perspectiva social, não intraindividual.


d) Diferenciando-se da produção da psicologia social desenvolvida nos Estados Unidos e na Europa, a psicologia social crítica emerge na América latina buscando transformações sociais, questionando desigualdades e defendendo o caráter relacional da linguagem e a importância das práticas discursivas para a compreensão da vida social.

Certo! A afirmativa está correta sobre a psicologia social crítica.

 

Nosso gabarito é Letra D

Continua após a publicidade..

918) Sobre a Psicologia Social e setores afins do conhecimento, não podemos afirmar:

  • A) A Psicologia Social e a Sociologia podem ter, pelo menos um objeto formal distinto, porém existe uma área de interseção bastante nítida em seu objeto material
  • B) A Psicologia Social é uma ciência empírica e tudo tem a ver com a Filosofia Social. A Psicologia Social considera um dado específico e, quando especula, o faz em termos de hipóteses empiricamente testáveis assim como a Filosofia Social.
  • C) A distinção entre a Psicologia Social e a Antropologia é bem mais nítida, não há dúvidas de que as descobertas antropológicas e as investigações que ensejam fornecem dados valiosos e interessantes para o entendimento do comportamento do indivíduo de diferentes culturas frente aos outros indivíduos.
  • D) A definição da Psicologia Social e outros setores da Psicologia é clara, visto que o que identifica uma determinada área da Psicologia é a ênfase posta no estudo de certos fenômenos psicológicos. No caso da Psicologia Social, o que caracteriza é a ênfase colocada na influência dos fatores situacionais dos comportamentos interpessoais.
  • E) A Psicologia Social se utiliza do senso comum, mas através da pesquisa científica, vai mais além e permite a sistematização do conhecimento existente e predição de conhecimento novo.

FAZER COMENTÁRIO

Resposta: A alternativa correta é letra B.

Explicação: A Psicologia Social é uma ciência que se baseia em métodos empíricos para estudar como os indivíduos pensam, sentem e se comportam em contextos sociais. Diferentemente da Filosofia Social, que pode abordar questões sociais de uma perspectiva mais teórica e abstrata, a Psicologia Social foca em fenômenos observáveis e mensuráveis. A afirmação de que a Psicologia Social "tem tudo a ver" com a Filosofia Social é incorreta porque, embora ambas possam se interessar por questões sociais, seus métodos e abordagens são distintos. A Psicologia Social utiliza hipóteses testáveis empiricamente, enquanto a Filosofia Social pode não se restringir a métodos empíricos.

919) Kurt Lewin, considerado o pai da psicologia de grupos, pesquisando sobre o grupo étnico dos judeus, do qual fazia parte, construiu os conceitos de maioria e minoria psicológica.

Qual é o conceito de minoria psicológica para Kurt Lewin?

  • A) Desde que sua dimensão demográfica seja inferior à metade, ou seja, 50%, da população absoluta em que estejam inseridas. Também é preciso que sejam grupos historicamente subjugados, com as marcas das relações de dominação revelando seus traços de inferioridade socialmente constituídos.
  • B) Desde que seja numericamente desprivilegiado e seja alvo de preconceitos e discriminações tais que não consiga se autodeterminar ou autopromover democraticamente por falta de representatividade política, econômica e cultural. Sua sobrevivência depende de políticas públicas afirmativas advindas da maioria psicológica.
  • C) Desde que disponha de estruturas constitutivas de reconhecimento e identidade, de um estatuto social validado e de direitos que lhe permitam autodeterminar-se no plano do seu destino individual e coletivo, independentemente do número ou da porcentagem de seus membros na sociedade ou de seu poder econômico-financeiro.
  • D) Desde que seu destino coletivo dependa da boa vontade de um outro grupo. Este grupo, mais ou menos conscientemente, percebe-se como menor, não possuindo direitos totais ou um estatuto completo que lhe permitam optar ou se autodeterminar. Toda minoria psicológica, é sempre considerada discriminada ou susceptível de sê-lo pelo fato de seu destino estar na dependência do grupo majoritário.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa correta é letra D) Desde que seu destino coletivo dependa da boa vontade de um outro grupo. Este grupo, mais ou menos conscientemente, percebe-se como menor, não possuindo direitos totais ou um estatuto completo que lhe permitam optar ou se autodeterminar. Toda minoria psicológica, é sempre considerada discriminada ou susceptível de sê-lo pelo fato de seu destino estar na dependência do grupo majoritário.

   

  

Qual é o conceito de minoria psicológica para Kurt Lewin?

  

A questão está baseada no seguinte texto:

 

"A demografia utiliza os termos minoria e maioria em sentidos diferentes da psicologia. Em demografia um grupo constitui uma maioria desde que ultrapasse de um a metade a porcentagem de seus membros da população em que está inserido. Por outro lado todo grupo constituído de menos de 50% da população dada é considerado como uma minoria.

 

Em Psicologia minoria e maioria adquirem sentidos mais diversificados. Um grupo é considerado fundamentalmente como maioria psicológica quando dispõe de estruturas, de um estatuto e de direitos que lhe permitam auto-determinar-se no plano do seu destino coletivo, independentemente do número ou da porcentagem de seus membros. Assim, minorias demográficas podem constituir maiorias psicológicas. É considerado como maior pelo psicólogo social todo grupo humano que se percebe na posse de plenos direitos que dele fazem um grupo autônomo. Por outro lado, um grupo deve ser classificado como uma minoria psicológica desde que seu destino coletivo dependa da boa vontade de um outro grupo. Este grupo, mais ou menos conscientemente, percebe-se como menor, isto é, como não possuindo direitos totais ou um estatuto ou orientar-se completo que lhe permitam optar nos sentidos mais favoráveis a seu futuro. Desde que se trate da sorte de seu grupo, os membros que pertencem a uma minoria psicológica se sentem, se percebem e se conhecem em estado de tutela. E isto independentemente da porcentagem de seus membros em relação à população total onde vivem. Assim maiorias demográficas podem ter, por estas razões, uma psicologia de minorias."

 

Fonte: "Dinâmica e Gênese dos Grupos" (Mailhiot)

 

Com isso, encontramos a resposta na Letra D.


a)  Desde que sua dimensão demográfica seja inferior à metade, ou seja, 50%, da população absoluta em que estejam inseridas. Também é preciso que sejam grupos historicamente subjugados, com as marcas das relações de dominação revelando seus traços de inferioridade socialmente constituídos.


b)  Desde que seja numericamente desprivilegiado e seja alvo de preconceitos e discriminações tais que não consiga se autodeterminar ou autopromover democraticamente por falta de representatividade política, econômica e cultural. Sua sobrevivência depende de políticas públicas afirmativas advindas da maioria psicológica.


c)  Desde que disponha de estruturas constitutivas de reconhecimento e identidade, de um estatuto social validado e de direitos que lhe permitam autodeterminar-se no plano do seu destino individual e coletivo, independentemente do número ou da porcentagem de seus membros na sociedade ou de seu poder econômico-financeiro.


d)  Desde que seu destino coletivo dependa da boa vontade de um outro grupo. Este grupo, mais ou menos conscientemente, percebe-se como menor, não possuindo direitos totais ou um estatuto completo que lhe permitam optar ou se autodeterminar. Toda minoria psicológica, é sempre considerada discriminada ou susceptível de sê-lo pelo fato de seu destino estar na dependência do grupo majoritário.

Continua após a publicidade..

920) Quando a psicologia se estabeleceu como ciência, inicialmente seu foco era limitado à análise da mente e de seus mecanismos, antes de expandirse e incluir o estudo do comportamento. Sua ênfase era no estudo da mente e do comportamento individual e suas respostas ao ambiente. No entanto, ficou cada vez mais claro para alguns psicólogos que o ambiente incluía outras pessoas. Sobre o surgimento da psicologia social é incorreto afirmar:

  • A) Os psicólogos sociais estudaram também as relações entre indivíduos dentro de um mesmo grupo e de grupos diferentes, surgindo assim novos temas de interesse para a psicologia, tais como conflitos, atitudes e preconceitos de grupo, obediência, transformação social.
  • B) John Dewey, considerado o pai da psicologia social, foi um dos primeiros a conduzir um estudo sistemático da psicologia de grupos sociais. Ele adotou uma nova perspectiva sobre a abordagem behaviorista dominante e propôs-se a investigar como o comportamento resulta da interação do indivíduo com o ambiente.
  • C) A psicologia social surgiu na década de 1930 quando os psicólogos começaram a investigar as interações de indivíduos dentro de grupos da sociedade como um todo. Eles examinaram o efeito das organizações sociais sobre o indivíduo.
  • D) O surgimento da psicologia cognitiva deu novos ares à psicologia social. Os efeitos dos processos cognitivos, como memória e emoções, foram estudados e suas descobertas bastante exploradas pelas mídias de massa e publicidade, que tinham um papel cada vez mais importante na sociedade moderna.
  • E) A influência da psicologia social estendeu-se a outras áreas da psicologia e teve impacto sobre outras disciplinas como sociologia, antropologia e até sobre política e economia.

FAZER COMENTÁRIO

A alternativa incorreta é a letra B). John Dewey, apesar de ser uma figura central na filosofia da educação e no pragmatismo, não é considerado o pai da psicologia social. Na verdade, a psicologia social como campo distinto começou a se formar no final do século XIX e início do século XX, com figuras como Charles Horton Cooley e George Herbert Mead contribuindo significativamente para o seu desenvolvimento. Eles exploraram como os indivíduos e a sociedade se influenciam mutuamente. A abordagem behaviorista, que Dewey criticou, foi mais tarde associada a psicólogos como John B. Watson e B.F. Skinner, que focaram no comportamento observável em detrimento dos processos mentais internos.

1 90 91 92 93 94 97