Sawaia(1996) discute o surgimento do conceito comunidade no campo da Psicologia: “Aparece como referencial analítico apenas nos anos 70, quando um ramo da psicologia social se autoqualificou de comunitária. Assim fazendo, definiu intencionalidades e destinatários para apresentar-se como ciência comprometida com a realidade estudada, especialmente com os excluídos da cidadania.”
A opção que NÃO corresponde à análise desenvolvida pelo autor a respeito é:
- A) a descoberta da comunidade fez parte de um movimento mais amplo de avaliação crítica do papel social das ciências e do questionamento do paradigma da neutralidade científica;
- B) a grande produção de pesquisas, relatórios de práticas e reflexões gestadas nos anos 70 e 80, permite uma avaliação responsável, à luz das questões éticas postas pela modernidade contemporânea e até então preferidas pelo atrelamento dos estudos de comunidade ao confronto exclusivo entre modernidade versus revolução e integração versus conflito;
- C) comunidade tornou-se referencial de análise que permite olhar a sociedade do ponto de vista do vivido, sem cair no psicologismo reducionista e pesquisar segundo procedimentos até então próprios da antropologia como a observação participante e estudos de caso;
- D) na psicologia comunitária norte-americana a concepção de mudança está acoplada à modernização dos setores atrasados epobres, visando a sua adaptação ao capitalismo avançado e na psicologia comunitária latino-americana, a mudança é concebida como transformação de uma sociedade exploradora;
- E) o corpo teórico da psicologia comunitária apresentou avanços positivos na medida em que começou a superar a cisão entre subjetividade e objetividade.
Resposta:
A alternativa correta é letra B. A análise de Sawaia (1996) sobre o surgimento do conceito de comunidade na Psicologia Social indica que a comunidade começou a ser vista como um referencial analítico importante nos anos 70, marcando um movimento de crítica à neutralidade científica e um compromisso com as realidades sociais, especialmente com os excluídos da cidadania. A alternativa B não corresponde à análise do autor porque sugere que a produção acadêmica dos anos 70 e 80 permitiu uma avaliação responsável à luz das questões éticas da modernidade contemporânea, o que implica uma preferência por estudos de comunidade focados exclusivamente no confronto entre modernidade versus revolução e integração versus conflito. Isso contradiz a perspectiva de Sawaia, que enfatiza um compromisso com a realidade social e os excluídos, em vez de um foco limitado a dicotomias como modernidade versus revolução.
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