Segundo LANE (1984, pag. 78), “O homem fala, pensa, aprende e ensina, transforma a natureza: o homem é cultura, é história. Esta desconsideração da psicologia em geral, do ser humano como produto histórico-social, é que a torna, se não inócua, uma ciência que reproduziu a ideologia dominante de uma sociedade…”.
A partir da leitura desse trecho, assinale alternativa que NÃO se corresponde a ideia afirmada pela autora.
- A) O texto sinaliza uma crítica contra a psicologia em geral, que tende a desconsiderar o homem como produto histórico-social.
- B) O papel da psicologia seria a adequação do homem ao seu tempo, e à cultura vigente, reproduzindo a ideologia dominante de uma sociedade.
- C) A autora critica a psicologia em geral, alicerçada pela ideologia dominante de uma sociedade.
- D) A autora provoca uma reflexão sobre a importância, para a psicologia em geral, em compreender o homem como produto histórico-social.
Resposta:
A alternativa correta é letra B) O papel da psicologia seria a adequação do homem ao seu tempo, e à cultura vigente, reproduzindo a ideologia dominante de uma sociedade.
Segundo LANE (1984, pag. 78), “O homem fala, pensa, aprende e ensina, transforma a natureza: o homem é cultura, é história. Esta desconsideração da psicologia em geral, do ser humano como produto histórico-social, é que a torna, se não inócua, uma ciência que reproduziu a ideologia dominante de uma sociedade...”.
A partir da leitura desse trecho, assinale alternativa que NÃO se corresponde a ideia afirmada pela autora.
A questão está baseada no seguinte texto:
"Nessa ocasião, psicólogos brasileiros também faziam suas críticas, procurando novos rumos para uma Psicologia Social que atendesse à nossa realidade. Esses movimentos culminam em 1979 (SIP Lima, Peru) com propostas concretas de uma Psicologia Social em bases materialista-históricas e voltadas para trabalhos comunitários, agora com a participação de psicólogos peruanos, mexicanos e outros.
O primeiro passo para a superação da crise foi constatar a tradição biológica da Psicologia, em que o individuo era considerado um organismo que interage no meio físico, sendo que os processos psicológicos (o que ocorre "dentro" dele) são assumidos como causa, ou uma das causas que explicam o seu comportamento. Ou seja, para compreender o individuo bastaria conhecer o que ocorre "dentro dele", quando ele se defronta com estímulos do meio.
Porém o homem fala, pensa, aprende e ensina, transforma a natureza; o homem é cultura, é história. Este homem biológico não sobrevive por si e nem é uma espécie que se reproduz tal e qual, com variações decorrentes de clima, alimentação, etc. O seu organismo é uma infra-estrutura que permite desenvolvimento de uma superestrutura que é social e, portanto, histórica. Esta desconsideração da Psicologia em geral, do ser humano como produto histórico social, é que a torna, se não inócua, uma ciência que reproduziu a ideologia dominante de uma sociedade, quando descreve comportamento e baseada em freqüências tira conclusões sobre relações causais pela descrição pura e simples de comportamentos ocorrendo em situações dadas. Não discutimos a validade das leis de aprendizagem; é indiscutível que o reforço aumenta a probabilidade da ocorrência do comportamento, assim como a punição extingue comportamentos, porém a questão que se coloca é por que se apreende certas coisas e outras são extintas, por que objetos são considerados reforçadores e outros punidores? Em outras palavras, em que condições sociais ocorre a aprendizagem e o que ela significa no conjunto das relações sociais que definem concretamente o indivíduo na sociedade em que ele vive.
O ser humano traz consigo uma dimensão que não pode ser descartada, que é a sua condição social e histórica, sob o risco de termos uma visão distorcida (ideológica) de seu comportamento.
Um outro ponto de desafio para a Psicologia Social se colocava diante dos conhecimentos desenvolvidos sabíamos das determinações sociais e culturais de seu comportamento, porém onde a criatividade, o poder de transformação da sociedade por ele construída. Os determinantes só nos ensinavam a reproduzir, com pequenas variações, as condições sociais nas quais o indivíduo vive."
Fonte: "Psicologia Social: o homem em movimento" (Lane et al.)
Essa é uma questão interpretativa. A alternativa incorreta é a Letra B, pois a reprodução da ideologia dominante é criticada no texto.
a) O texto sinaliza uma crítica contra a psicologia em geral, que tende a desconsiderar o homem como produto histórico-social.
b) O papel da psicologia seria a adequação do homem ao seu tempo, e à cultura vigente, reproduzindo a ideologia dominante de uma sociedade.
c) A autora critica a psicologia em geral, alicerçada pela ideologia dominante de uma sociedade.
d) A autora provoca uma reflexão sobre a importância, para a psicologia em geral, em compreender o homem como produto histórico-social.
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