Uma das correntes da Psicologia Social, fruto da tradição sociológica europeia, tem como objeto a análise dos processos por meio dos quais indivíduos e grupos em interação constroem uma “teoria” sobre um objeto social que norteará e orientará seus comportamentos. Tais processos permitem que os atores sociais adquiram os saberes práticos do senso comum em um quadro assimilável e compreensível. Tal “teoria” construída é conhecida como
- A) dissonância cognitiva.
- B) representação social.
- C) pensamento automático.
- D) cognição dialética.
- E) modelagem social.
Resposta:
A alternativa correta é letra B) representação social.
Gabarito Letra B
Uma das correntes da Psicologia Social, fruto da tradição sociológica europeia, tem como objeto a análise dos processos por meio dos quais indivíduos e grupos em interação constroem uma “teoria” sobre um objeto social que norteará e orientará seus comportamentos. Tais processos permitem que os atores sociais adquiram os saberes práticos do senso comum em um quadro assimilável e compreensível. Tal “teoria” construída é conhecida como
a) dissonância cognitiva.
b) representação social.
c) pensamento automático.
d) cognição dialética.
e) modelagem social.
O que a questão descreve é o conceito de representação social. Relembre um pouco sobre ela:
“Segundo Oliveira e Werba (2013), as Representações Sociais surgem como “teorias” sobre saberes populares e do senso comum que são produzidas coletivamente e tem o objetivo de construir e interpretar o real. “
“Uma representação é considerada uma representação social na medida em que é partilhada por um conjunto de indivíduos, no sentido em que é coletivamente produzida como resultado de atividade cognitiva e simbólica, por um grupo social, e pela funcionalidade. Tais representações são teorias sociais práticas, são uns saberes práticos, são os organizadores das relações simbólicas entre os atores sociais (SILVA; SAMPAIO; CABRAL; AUGUSTO; MANCINI, 2007). Como a representação é partilhada por um grupo de indivíduos, a comunicação entre eles é facilitada, as formas de conhecimento se manifestam como elementos cognitivos, sendo socialmente elaboradas e compartilhadas, contribuindo para a construção de um senso comum. De acordo com Moscovici (2012), a construção sociocognitiva de uma representação social passa por várias fases, entre a realidade prática e o pensamento socialmente edificado, demonstrando a existência de um estilo intelectual próprio à representação social de um grupo de pertença. O uso de clichês, de expressões armazenadas em estoques linguísticos ou fórmulas de interação social, consistem em estilos intelectivos, acrescidos das analogias e metáforas próprias de uma construção do senso comum calcada nos processos de comunicação social e no tecido social. As RS encontram-se na interface do psicológico com o social e, como elaborações coletivas, socialmente elaboradas e partilhadas, organizam-se a partir das informações que os sujeitos adquirem e agregam aos seus próprios conhecimentos, articulando-as às suas experiências práticas do cotidiano, transformado em um processo de apreensão permanente de saberes e de modelos sociais (JODELET, 2009). “
“1) Função de saber: as representações sociais permitem compreender e explicar a realidade. “Elas permitem que os atores sociais adquiram os saberes práticos do senso comum em um quadro assimilável e compreensível, coerente com seu funcionamento cognitivo e os valores aos quais eles aderem”.
2) Função identitária: definem a identidade e permitem a proteção da especificidade dos grupos. Permite “situar os indivíduos e os grupos no campo social, permitindo a elaboração de uma identidade social e pessoal gratificante, compatível com o sistema de normas e de valores socialmente e historicamente determinados”.
3) Função de orientação: as RS guiam os comportamentos e as práticas. “A representação é prescritiva de comportamentos ou de práticas obrigatórias. Ela define o que é lícito, tolerável ou inaceitável em um dado contexto social”.
4) Função justificadora: por essa função as representações sociais permitem, a posteriori, a justificativa das tomadas de posição e dos comportamentos. “As representações têm por função preservar e justificar a diferenciação social, e elas podem estereotipar as relações entre os grupos, contribuir para a manutenção ou discriminação da distância entre eles”.”
Nosso gabarito é Letra B.
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