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A abordagem dimensional às patologias é defendida por profissionais de saúde em oposição à descrição dos transtornos mentais como categorias nosológicas.

De acordo com essa perspectiva,

Resposta:

A alternativa correta é letra E) a psicopatologia deve ser compreendida como diferentes dimensões de funcionamento que ocorrem em um contínuo de intensidade e frequência de experiências e processos cognitivos, das normais às mais patológicas.

   

  

De acordo com essa perspectiva,

  

A questão está baseada no seguinte texto:

 

"Trabalhar com psicoses sempre foi e continua sendo um desafio para os profissionais da área da saúde devido à complexidade dos sintomas, sua sobreposição com sintomas de outras condições clínicas, sua falta de lógica formal, além de certa resistência em nos aproximarmos do funcionamento psicológico primitivo que as psicoses denunciam e que fazem parte de todos nós, pelo menos em alguns momentos, como no devaneio diurno, no sonho, no estado febril ou em vivências de trauma intenso.


Embora as psicoses sejam descritas como entidades nosológicas definidas nos manuais classificatórios, como a esquizofrenia ou o transtorno esquizoafetivo, estudos recentes em populações sadias e em grupos clínicos distintos evidenciaram a presença desses quadros em diferentes diagnósticos, variando em intensidade, duração e efeito e levando os profissionais da saúde mental a reconsiderar a perspectiva dimensional não só na descrição das psicoses, como também na compreensão dos transtornos mentais.

 

Essa perspectiva considera que tanto indivíduos sadios quanto doentes têm dimensões de funcionamento que permitem a compreensão da psicopatologia em um contínuo de intensidade e frequência de experiências e processos cognitivos (De Rosses & Karlsgodt, 2015), em oposição à visão idealista de que saúde e doença têm fronteiras claras e bem definidas, conforme a perspectiva de Kraepelin sobre categorias distintas, como na doença maníaco-depressiva e na demência precoce (Gaebel & Zielasek, 2015). A observação de que não existem sintomas psicopatológicos específicos e restritos a determinados transtornos, como no caso da psicose, mas um compartilhamento desses, foi evidenciada em estudos epidemiológicos (Calkins et al., 2014), neurofisiológicos e de neuroimagem (Wolf et al., 2015), sendo reforçada por pesquisas em bioquímica e em biologia molecular (Maschietto et al., 2015)."

 

Fonte: "Psicodiagnóstico" (Hutz)

 

Com isso, encontramos a resposta na Letra E.

 

As outras alternativas são criações da banca que não estão de acordo com a definição específica supracitada.

 

a)  um transtorno mental só poderá ser adequadamente compreendido e tratado se forem levadas em conta as dimensões biológicas, psicológicas e socioculturais dos processos psíquicos manifestados por um paciente.


b)  para a compreensão adequada de um transtorno mental é importante considerar as dimensões bioquímica, fisiológica e anatômica do sistema nervoso do indivíduo avaliado, em particular as diferentes conexões cerebrais.


c)  no diagnóstico de um transtorno mental devem ser identificados sintomas psicopatológicos específicos que permitem uma clara demarcação entre a dimensão normal e a dimensão patológica do funcionamento psíquico de um indivíduo.


d)  a avaliação das diferentes dimensões do funcionamento de um indivíduo acometido de transtorno mental deve levar em conta o grau em que os vários processos cognitivos, emocionais e sociais estão comprometidos ou íntegros.


e)  a psicopatologia deve ser compreendida como diferentes dimensões de funcionamento que ocorrem em um contínuo de intensidade e frequência de experiências e processos cognitivos, das normais às mais patológicas.

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